A forma mais fácil você já sabe, que é a sua primeira opção:
"Criar um atributo static e public no JLogin ou Login para guardar o usuário e poder acessa-lo fora da Jlogin."
Embora você tenha visto "que é uma péssima pratica usar variáveis globais", acredite, tem muito sistema desenvolvido mais ou menos assim e faturando milhões por ano.
Por outro lado, as pessoas que fizeram este código agora se arrependem disso e vêem nesse tipo de prática ("forte acoplamento") uma restrição para ganhar ainda mais milhões, então elas gastam alguns dos milhões que ganham desenvolvendo uma nova geração dos seus sistemas onde estes problemas não existirão mais, e assim caminha a humanidade.
Já que você veio buscar uma solução que não recaia em erros históricos, aqui está uma linha de raciocínio que vai te ajudar com isso e com todo o resto.
Pense seu sistema como camadas
Isso não precisa ser tão complexo quanto algumas vezes fazem parecer! Continue lendo.
As camadas do mais simples design seriam as seguintes:
Aplicativo ------> Negócios
|
|------------> Banco de dados
O diagrama acima demonstra três camadas, sendo que Aplicativo depende de Banco de dados e aplicativo depende de Negócios, que não depende de ninguém.
Estas camadas são conceituais, não físicas. Você não precisa necessariamente de interfaces, nem de mapeamentos objetos/relacional, nem de frameworks de injeção de dependências, nem de MVC, nem de conhecimento avançado de arquitetura de software, nem de blá-blá-blá...
Em primeira instância, você só precisa manter em mente as responsabilidades de cada camada e programar de acordo. Manter esta separação de conceitos vai ajudar mesmo nos aplicativos mais simples.
Camada Aplicativo
O código nesta camada conhece a mecânica do sistema: a navegação entre as telas, as permissões do usuário (quais telas e botões ele tem acesso), os detalhes de conexão com o banco de dados, etc.
Esta camada sabe o que o sistema faz e como o usuário deve interagir com o sistema; então quando o usuário dá uma ordem (clica num botão, por exemplo), esta camada sabe qual objeto de negócio invocar e quais informações passar para ele fazer o seu trabalho. Mas ela não sabe como o objeto de negócio faz o que tem que fazer. Quem sabe disso é a camada de Negócios.
Camada Negócios
A lógica de negócio é implementada pelas classes nesta camada.
Nesta camada pode haver um objeto que, ao alterar informações, registre o usuário que alterou, mas este objeto não sabe onde obter este nome ou Id de usuário - isso precisa ser informado para ele.
Camada Banco de Dados
Quanto menos a camada Negócios conhecer do banco de dados, melhor. Mas este é um conceito um tanto complexo e se a camada Negócios pelo menos não precisar conhecer os detalhes de conexão já é um grande começo.
Criando uma restrição física para evitar que as camadas se misturem
Isso é muito simples de fazer: distribua seu código em packages onde um dos nomes próximos à raiz identifique a camada. Por exemplo:
com.padaria.aplicativo.estoque
com.padaria.negócio.estoque
As telas de estoque da padaria estão no primeiro package e as regras de negócio de estoque estão no segundo. E todos os packages do sistema terão o nome ou começando com com.padaria.aplicativo ou começando com com.padaria.negócio.
Então, se você tentar referenciar um package com.padaria.aplicativo a partir de um package com.padaria.negócio, você sabe que estará quebrando seu design de camadas uma vez que uma referência nesta direção não é permitida. Veja o diagrama: a camada Aplicativo pode referenciar a si mesma e pode referenciar também a camada Negócios. Já a camada Negócios pode referenciar apenas a si mesma.
A camada Banco de Dados é responsabilidade do servidor de banco, então não tem package.
Eventualmente, no futuro, você não conseguirá mais enquadrar todos os seus artefatos nesses packages, então deve nascer outros como com.padaria.infra, com.padaria.relatorios, etc., e então você precisará evoluir o design para além do que estou propondo aqui. Mas será uma evolução e não uma revolução e haverá no máximo refactoring e não retrabalho.
Enquadrando o problema do usuário nesta solução de camadas
O objeto principal da camada Aplicativo obtém e detém uma instância do usuário, e passa esta instância como referência para os objetos da camada de Negócios ou para outros formulários que precisarem dele.
Veja este pseudocódigo como exemplo:
public class FormPrincipal {
private String nomeUsuario;
public void main() {
FormLogin formLogin = new FormLogin();
formLogin.Show();
if (formLogin.usuarioCancelou()) {
return;
}
ArgumentosConexao argumentosDb = ArgumentosConexao.fromConfiguracoes("config.properties");
ConexaoDb conexao = ConexaoDb.get(argumentosDb);
if (!AutenticacaoUsuario.loginValido(formLogin.nomeUsuario(), formLogin.senha(), conexao)){
Mensagens.show("Usuário ou senha inválidos.");
return;
}
nomeUsuario = formLogin.nomeUsuario();
Show(); // libera o usuário para interagir com este formulário principal
}
public void botaoProcessa_click() {
Processamento processamento = new Processamento();
processamento.processaTudo(nomeUsuario, conexao);
}
}
Neste código, a classe Processamento
(pouco provável que alguém tenha uma classe com este nome, mas você pegou a idéia) reside na camada de Negócios e as demais classes residem na camada Aplicativo.
Eu gosto deste código também porque as dependências estão explícitas - cada classe expõe os recursos que precisa para fazer o seu trabalho. Isso facilita a reutilização de objetos em diferentes contextos, os testes automatizados e a manutenção do sistema.