2

Tenho um banco de dados que chamei teste com resultados de testes para doenças em pacientes fictícios (0=negativo, 1 = positivo e 2 = não sei). Preciso construir uma nova coluna "Infectado" nesta tabela usando condicionais de modo que a variável Infectado deve receber 1 se o paciente testar positivo para pelo menos uma das doenças e 0 para qualquer outro desfecho (negativo/não sei/NA). Supostamente, a variável infectado deveria terminar assim:

HIV HPV Sifilis Infectado
0 0 0 0
0 0 1 1
NA NA 1 1
2 NA 1 1
0 NA 2 0
1 0 2 1

Dados:

teste <- data.frame(HIV = c(0, 0, NA, 2, 0, 1),
                    HPV = c(0, 0, NA, NA, NA, 0),
                    Sifilis = c(0, 1, 1, 1, 2, 2))
1
  • Permita-me comentar: Creio que a coluna já dever ser criada no banco de dados, independentemente da resposta. A questão é criar uma condição no código de programação, que faça a seleção de qual resposta será armazenada nesta coluna: 0 ou 1. 28/12/2021 às 16:34

5 Respostas 5

3

Uma maneira de fazer o que é desejado é utilizando a função ifelse. Ela irá testar se alguma das colunas HIV, HPV ou Sifilis possui o valor 1. Caso possua, a coluna Infectado será criada com o valor 1. Caso contrário, o valor utilizado em Infectado será 0.

teste <- data.frame(HIV = c(0, 0, NA, 2, 0, 1),
                    HPV = c(0, 0, NA, NA, NA, 0),
                    Sifilis = c(0, 1, 1, 1, 2, 2))

library(tidyverse)

teste %>%
  mutate(Infectado = ifelse(HIV == 1 | HPV == 1 | Sifilis == 1, 1, 0))
#>   HIV HPV Sifilis Infectado
#> 1   0   0       0         0
#> 2   0   0       1         1
#> 3  NA  NA       1         1
#> 4   2  NA       1         1
#> 5   0  NA       2        NA
#> 6   1   0       2         1

Entretanto, perceba que a função ifelse possui uma limitação. Ela não é capaz de lidar com NA, como no caso do paciente 5. Por isso, utilizamos a função replace_na para ter um resultado como o que a pergunta pede:

teste %>%
  mutate(Infectado = ifelse(HIV == 1 | HPV == 1 | Sifilis == 1, 1, 0)) %>%
  replace_na(list(Infectado = 0))
#>   HIV HPV Sifilis Infectado
#> 1   0   0       0         0
#> 2   0   0       1         1
#> 3  NA  NA       1         1
#> 4   2  NA       1         1
#> 5   0  NA       2         0
#> 6   1   0       2         1

Created on 2021-12-28 by the reprex package (v2.0.1)

1
  • 1
    Oi Marcus, estava vendo aqui que existe a função if_else() do dplyr que lida com os valores NA: É possível especificar o valor que se quer quando o valor retornado for NA.
    – itamar
    10/01/2022 às 14:17
3

Pode aplicar any às linhas ("margem 1") para ver se ao menos uma coluna corresponde à condição desejada:

apply(teste == 1, 1, any, na.rm = TRUE)
#> [1] FALSE  TRUE  TRUE  TRUE FALSE  TRUE

Como R codifica VERDADEIRO/FALSO como 0/1, pode usar as.integer para armazenar no formato desejado:

teste$Infectado <- as.integer(apply(teste == 1, 1, any, na.rm = TRUE))

teste
#>   HIV HPV Sifilis Infectado
#> 1   0   0       0         0
#> 2   0   0       1         1
#> 3  NA  NA       1         1
#> 4   2  NA       1         1
#> 5   0  NA       2         0
#> 6   1   0       2         1

Ou simplesmente armazene o vetor lógico e use-o para indexar sua base de dados.

2

Uma resposta com rowSums.

as.integer(rowSums(teste == 1, na.rm = TRUE) > 0)
#[1] 0 1 1 1 0 1

teste$Infetado <- as.integer(rowSums(teste == 1, na.rm = TRUE) > 0)

Teste comparativo

Já há várias respostas e aqui vai um teste comparativo de desempenho.

Em primeiro lugar, O código das respostas do Marcus Nunes e do Carlos Eduardo Lagosta é reescrito como funções.
Além disso, incluí uma função Marcus2 com as.integer em vez de ifelse porque as.integer aplicado a condições lógicas é geralmente muito mais rápido que ifelse(cond, 1, 0).

library(dplyr)
library(tidyr)

Marcus1 <- function(X){
  X %>%
    mutate(Infectado = ifelse(HIV == 1 | HPV == 1 | Sifilis == 1, 1, 0)) %>%
    replace_na(list(Infectado = 0))
}
Marcus2 <- function(X){
  X %>%
    mutate(Infectado = as.integer(HIV == 1 | HPV == 1 | Sifilis == 1)) %>%
    replace_na(list(Infectado = 0L))
}
CarlosEduardo <- function(X){
  X[["Infectado"]] <- as.integer(apply(X == 1, 1, any, na.rm = TRUE))
  X
}
Rui <- function(X){
  X[["Infectado"]] <- as.integer(rowSums(X == 1, na.rm = TRUE) > 0)
  X
}

Os resultados são numericamente iguais. As diferenças são:

  • A classe da tabela, "data.frame" no caso de funções que só utilizam o R base e classe "tibble" no caso do tidyverse.
  • a classe da coluna criada, que pode ser "numeric" ou "integer", consoante os casos (função Marcus1 e as outras funções).

Por isso as comparações são feitas com all.equal e com identical.

all.equal(
  Marcus1(teste) %>% as.data.frame(),
  CarlosEduardo(teste)
)
#[1] TRUE

all.equal(
  Marcus1(teste) %>% as.data.frame(),
  Rui(teste)
)
#[1] TRUE

identical(
  Marcus2(teste) %>% as.data.frame(),
  CarlosEduardo(teste)
)
#[1] TRUE

identical(
  Marcus2(teste) %>% as.data.frame(),
  Rui(teste)
)
#[1] TRUE

Agora o desempenho.

A função testFun testa a velocidade das funções acima para bases cada vez maiores, agrega os resultados e calcula medianas dos tempos. O valor da função é depois mostrado num gráfico.

library(ggplot2)
library(microbenchmark)

testFun <- function(X, n, verbose = TRUE){
  out <- lapply(seq.int(n), \(k){
    Y <- X
    for(i in seq.int(k)) Y <- rbind(Y, Y)
    if(verbose){
      msg <- sprintf("Iteração: %d, nrows: %d", k, nrow(Y))
      message(msg)
    }
    mb <- microbenchmark(
      tidyverse1 = Marcus1(Y),
      tidyverse2 = Marcus2(Y),
      apply = CarlosEduardo(Y),
      rowSums = Rui(Y)
    )
    agg <- aggregate(time ~ expr, mb, median)
    agg$nrow <- nrow(Y)
    agg
  })
  do.call(rbind, out)
}

res <- testFun(teste, 15)
g <- ggplot(res, aes(nrow, time, colour = expr)) +
  geom_line() +
  geom_point()

g + scale_x_continuous(trans = "log2") +
  scale_y_continuous(trans = "log10") +
  labs(x = expression("Nº de linhas da base: " * log[2] * "(n)"), 
       y = expression("Tempo: " * log[10] * "(t)")) +
  guides(colour = guide_legend(title = "Função"))

inserir a descrição da imagem aqui

Conclusões do teste

  1. Para bases pequenas, médias e não muito grandes o R base é de longe mais rápido. Mesmo o ciclo apply é competitivo com o tidyverse e o rowSums, com o ciclo em linguagem C, é francamente o melhor.
  2. Para bases grandes o tidyverse ganha vantagem e essa vantagem parece ser crescente.
  3. Surpreendentemente, o ifelse não é muito mais lento que o as.integer. A diferença só é visível para bases grandes.
  4. No caso do tidyverse, o ifelse é talvez mais fácil de perceber e tendo em conta a pequena diferença de tempos, não há grande vantagem em optar pelo as.integer.
1
  • Não percebi o voto para baixo, acho a resposta só com uma linha francamente melhor do que um teste de um problema tão simples. 30/12/2021 às 9:57
1

Aqui a opção usando o if_else() do dplyr

teste %>% 
  mutate(infectado = if_else(condition = HIV|HPV|Sifilis == 1, 
                             true = 1,
                             false = 0,
                             missing = 0))

resultado:

  HIV HPV Sifilis infectado
1   0   0       0         0
2   0   0       1         1
3  NA  NA       1         1
4   2  NA       1         1
5   0  NA       2         0
6   1   0       2         1
> 
1

Aqui uma sugestão usando case_when()

library(tidyverse)
teste %>% 
  mutate(infectado = case_when(HIV|HPV|Sifilis == 1 ~ 1,
                               TRUE ~ 0))

Com mutate vc cria uma coluna infectado que será preenchida da seguinte forma:

  • caso (case_when()) a coluna HIV ou HPV ou Sifilis (HIV|HPV|Sifilis):
    • for igual (== 1), preencher com "1" (~ 1),
    • para todos os outros casos (TRUE) preencher com "0" (~ 0)

Resultado:

  HIV HPV Sifilis infectado
1   0   0       0         0
2   0   0       1         1
3  NA  NA       1         1
4   2  NA       1         1
5   0  NA       2         0
6   1   0       2         1
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