"Non-standard evaluation" permite chamar e avaliar expressões desde outros ambientes diferentes ao ambiente global ou um ambiente específico em que o usuário está trabalhando. Isso porque no R, usuários podem manipular as expressões da linguagem antes que elas sejam executadas.
Geralmente quando se trabalha em R, você cria objetos e muitos desses
objetos são salvos no ambiente de trabalho (".GlobalEnv").
Por exemplo esses objetos são criados:
x <- c(1:5)
y <- letters[1:5]
set.seed(45)
z <- rnorm(5)
dxy <- data.frame(x, y = LETTERS[6:10], z)
Eles devem aparecer na sessão:
objects()
#> [1] "dxy" "x" "y" "z"
E podem ser removidos
rm(z) # removendo "z"
Esses objetos são "avaliados" por padrão ("standard-evaluation") no ambiente de trabalho quando se executa uma operação ou se mostra o conteúdo deles.
dxy
# x y z
# 1 1 F 0.3407997
# 2 2 G -0.7033403
# 3 3 H -0.3795377
# 4 4 I -0.7460474
# 5 5 J -0.8981073
No capítulo do livro quote
e eval
são usados para exemplificar a diferença entre expressões ou nomes que são objetos da linguagem e o resultado da avaliação de uma expressão ou um "statement". Isso facilita entender o que é uma "promessa" no contexto de uma função e a relação com "non-standard evaluation".
Por exemplo, o seguinte objeto da linguagem é uma expressão que representa uma ação que pode ser executada no R:
xz <- quote(x + z^2)
xz
# x + z^2
class(xz)
# [1] "call"
typeof(xz)
# [1] "language"
O objeto é um "call" que tem o "código para computar". Para executar o conteúdo desse nome, pode ser usada a função eval
. Esse novo objeto já é um vector numérico que resulta de executar a operação contida no nome:
exz <- eval(xz)
class(exz)
# [1] "numeric"
typeof(exz)
# [1] "double"
A função substitute
permite, entre outras coisas, elaborar funções que fogem da avaliação padrão do R no ambiente de trabalho e substituir o chamado para objetos que estão em outros ambientes, em tabelas ou dataframes. Muitas funções de pacotes como ggplot2, ou dplyr usam esse método para poder manipular objetos que estão dentro de tabelas ao invés de objetos do ambiente global. Isso permite escrever um código menos verboso.
Nesse exemplo do livro de Wickham é apresentada a lógica usando uma função chamada subset2
.
subset2 <- function(x, condition) {
condition_call <- substitute(condition) # cria o "parse tree", sustitui variáveis do ambiente
r <- eval(condition_call, x) # a expressão anterior é avaliada no ambiente "x" (uma tabela)
x[r, ]
}
A função permite extrair valores de uma tabela. substitute
é usada para capturar a chamada que é realizada pelo usuário e avalia a expressão dentro da tabela, ao invés de chamar um objeto que está no ambiente global:
subset2(dxy, z > 0)
# x y z
# 1 1 F 0.3407997
A função aplica "non-standard evaluation" sobre o vector z que está na tabela: antes que a expressão seja executada no ambiente global, a chamada é passada para a tabela e é executada a seleção de linhas dentro da tabela, ao invés de procurar por um objeto no ambiente.
Outras funções que operam de maneira similar como o subset
"original" ou with
usam o mesmo princípio.
subset(dxy, z > 0)
# x y z
# 1 1 F 0.3407997
with(dxy, z >0)
# [1] TRUE FALSE FALSE FALSE FALSE
substitute
deve ser usada quando se quer construir funções com "non-standard evaluation". Usar quote
conduz a erros. Se a função "subset" é construída usando quote
, a avaliação do código será padrão (standard evaluation):
subset3 <- function(x, condition) {
condition_call <- quote(condition)
r <- eval(condition_call, x)
x[r, ]
}
A função não consegue achar dito objeto que está na tabela porque está procurando "z" no ambiente global
subset3(dxy, z > 0)
# Error in eval(condition_call, x) : object 'z' not found
A documentação do pacote lazyeval aprofunda o conceito de "non-standard evaluation" no R.