Conclusão:
Dê preferência a escrever as queries no lado do aplicativo em vez de escrever em stored procedures.
Por que:
A seguir, alguns fatores que pendem para o lado de escrever queries no lado do aplicativo em vez de escrever no lado do banco de dados.
Performance
Para o banco de dados, não há nenhuma diferença entre executar queries em stored procedures ou recebidas do client.
Você só conseguirá observar uma mínima diferença de performance entre um e outro devido a variações de ambiente que são muito difíceis de controlar, sendo que ora stored procedures serão ligeiramente mais rápidas e ora a queries enviadas pelo client é que serão ligeiramente mais rápidas.
Onde stored procedures podem ganhar vantagem é no processamento pesado de grande volume de dados, por dois motivos: porque você está mais perto dos dados e não precisa trafegá-los pela rede e porque você pode contar facilmente com o uso do disco usando tabelas físicas e temporárias de modo a não precisar dispor de uma quantidade enorme de memória RAM.
Então, se você não pretende fazer em stored procedures o processamento pesado de grande volume de dados, você pode descartar o fator performance da sua tomada de decisão.
Veja, como exemplo, os resultados desta medição.
Complexidade
Cada linguagem introduzida no seu projeto adiciona complexidade. É comum um projeto usar várias linguagens (SQL, C#, ASP e JavaScript, por exemplo), mas a complexidade é algo para lutarmos contra e não para buscarmos gratuitamente. Cada complexidade precisa ter um bom motivo para ser adicionada. Qual é o bom motivo para adicionar a linguagem de stored procedure ao projeto?
Além da complexidade de uma linguagem adicional, há a complexidade de ferramentas adicionais, como de depuração de código. Além de as ferramentas para C# estarem muito mais evoluídas que as ferramentas para Transact-SQL, por exemplo.
Estrutura do projeto, dependências, rastreamento, versionamento, deploy...
Todas estas necessidades são mais complexas quando se trata de código de banco de dados do que quando se trata de código padrão do aplicativo. Por sorte, definições de tabelas variam muito menos do que todo o resto (regras de negócio, queries, UI...). De modo que usar código de banco de dados para queries ou regras de negócio aumenta os desafios de gestão do código, de distribuição e de atualização do aplicativo.
Escalabilidade
Quando há a necessidade de processar grandes volumes de dados e opta-se por stored procedures, outro problema maior geralmente surge: escalar a solução.
A demanda por muita performance geralmente não tem fim - o volume de dados só cresce e a solução de ontem não atende mais hoje, e servidores de banco de dados são reconhecidos por não permitir escalonamento horizontal. Você coloca no servidor cada vez mais processadores mas descobre que isso custa muito mais caro do que adicionar um novo servidor - acontece que nem todos os servidores de banco de dados suportam paralelismo entre máquinas físicas (ou "cluster ativo"), e os que suportam são soluções caríssimas, muito mais caras do que simplesmente comprar mais um servidor simples ou alocar mais uma máquina na nuvem.
Eu já vi projetos migrando o processamento para o banco de dados (stored procedures) e alguns anos depois migrando de volta para o lado do aplicativo, e os dois movimentos tinham a mesma demanda: mais performance.
Portabilidade
A linguagem SQL está bastante padronizada entre os bancos, enquanto a linguagem para escrever stored procedure é bastante específica em cada um deles. De modo que é mais fácil suportar mais de um banco de dados escrevendo apenas SQL em vez de escrever também stored procedures. Por "mais fácil" entenda menos custoso e menos arriscado, uma vez que cada query só precisa ser escrita uma vez enquanto a stored procedure precisa ser reescrita para cada banco de dados.
É claro que este fator só é importante se você deseja suportar mais de um servidor de banco de dados, o que é uma necessidade bastante comum.