Apenas uma atualização primeiro, no momento dessa resposta, a RFC mais recente é a 9110, que torna obsoletas as RFCs 2818, 7231, 7232, 7233, 7235, 7538, 7615, 7694 e parte da 7230.
O melhor é passar os dados na URL via GET, para qualquer outra solução ser usada, deve haver um real impedimento para o uso do GET, por exemplo, ter uma grande quantidade de filtros capaz de superar o limite de tamanho da URL, o que causaria o erro 414 - URI Too Long.
Como definido na RFC:
Although request message framing is independent of the method used, content received in a GET request has no generally defined semantics, cannot alter the meaning or target of the request, and might lead some implementations to reject the request and close the connection because of its potential as a request smuggling attack. [...]
A semântica do HTTP não impede o uso do corpo no GET, mas não garante que ele possa ser usado. Também adverte que algumas implementações podem rejeitar uma requisição com corpo por segurança.
Se você tem controle dos dois pontos da requisição (cliente e servidor) e garante que ambos suportem o uso do corpo no GET (seu conteúdo não será ignorado, nem rejeitado), você pode usa-lo sem problemas, apesar de não haver uma semântica definida para seu uso, também não há impedimentos.
Ainda na definição do GET, segundo a RFC:
When information retrieval is performed with a mechanism that constructs a target URI from user-provided information, such as the query fields of a form using GET, potentially sensitive data might be provided that would not be appropriate for disclosure within a URI. [...] In others, particularly when there is no benefit from caching a response, using the POST method instead of GET can transmit such information in the request content rather than within the target URI.
É permitido usar o método POST para obter dados, porém o resultado não será colocado em cache, no caso de ter uma grande quantidade de filtros o processo de obtenção de dados tende a ser mais custoso e o cache será importante, mas, se você não precisa do cache, essa seria a melhor solução devido a compatibilidade.
Uma observação, a resposta de um POST pode ser colocada em cache, mas esse cache só deve ser usado para responder uma futura requisição GET ou HEAD ao recurso criado, como explicado na definição do método POST na RFC:
[...]. A cached POST response can be reused to satisfy a later GET or HEAD request. In contrast, a POST request cannot be satisfied by a cached POST response because POST is potentially unsafe
Outra possível solução é a utilização do método QUERY (draft), pensado justamente para ser usado com o mesmo objetivo e semântica do GET, porém passando os dados de consulta no corpo em vez da URL. Contudo o mesmo é apenas um rascunho e seu uso pode não ser suportado, levando ao mesmo problema do GET com um corpo.
Também há o método SEARCH definido na RFC 5323, com a mesma ideia do QUERY, porém requer WebDAV.
Como último recurso, se não houver como garantir o suporte ao GET com corpo, nem ao método QUERY e for necessário colocar em cache a consulta, é possível dividir essa consulta em 2 processos separados, primeiro, usar o POST para criar o filtro, e então, usar o GET passando um identificador desse filtro para obter os dados filtrados. Para "cachear" a criação do filtro, caso o cliente solicite a criação do mesmo filtro novamente, pode ser retornado o status 303 - See Other, junto com o cabeçalho Location
indicando onde o filtro já existe. Mas essa solução é mais complexa e requer o gerenciamento de um recurso adicional (os filtros).
GET
. Não acho que essa pergunta terá alguma resposta adequada por se tratar em opinião, visto que toda a semântica no HTTP vem de algo a mais (Restful, crud, etc.). A "recomendação" de hoje é que você envie pelo query string, mas cai na mesma coisa: é decisão de você e da sua aplicação. A RFC 7231 diz sobre a definição de cada método, mas não como regra, restrição ou proibição, mas sim como recomendação de uso.