C e C++ são linguagens que optaram por serem de um passo, ou seja, elas vão analisando o que encontram na ordem e vão avaliando o que fazer com aquilo na ordem que que veio.
Linguagens modernas tendem a evitar essa limitação, ainda que a performance de compilação sofra um pouco.
No passado esse ganho era muito importante hoje não é mais. Mas é possível que alguns códigos se valha dessa característica e uma mudança poderia quebrar a compatibilidade de C e C++.
As linguagens mais modernas funcionam com a compilação em dois passos (não confundir com fases). Então há uma leitura e "interpretação" de alguns pontos do código e só depois outros pontos são avaliados. Em geral o que é de mais alto nível tais como a declaração de tipos, estruturas e informações globais, como são as funções, é que são avaliadas no primeiro passo, então o compilador tem uma tabela de símbolos e informações adicionais de como eles são compostos para usar no segundo passo. Desta forma a ordem como cada coisa foi declarada não importa. Isso dá mais flexibilidade cobrando o preço da performance.
Falei disso sobre PHP.
Note que o compilador só precisa saber a assinatura da função para ver se seu código está a chamando em conformidade com o que foi declarado, só é preciso verificar o contrato, não precisa da função definida antes porque isso é detalhes de implementação, inclusive o código da função poderia nem estar nesse arquivo ou mesmo unidade de compilação, poderia vir de um biblioteca estática ou dinâmica, como é em outras linguagens.
As linguagens mais modernas costumam ter arquivos com metadados com as assinaturas quando o fonte não está disponível (ou eles leem os fontes por inteiro, caso típico das linguagens interpretadas, o que é muito pior).
Em C e C++ você precisa dos fontes pelo menos das assinaturas de funções e as estruturas e outras informações globais que podem ser disponibilizadas externamente. Novamente a modernidade trouxe algo que essas linguagens não podiam ter na época. Isso é resolvido com os chamados headers.
C++ poderia ter mudado isso mas perderia alguma compatibilidade com C. Mas agora eles não se preocupam tanto assim e acharam um meio de ter alguma modernidade sem quebrar a compatibilidade.
Pode-se trabalhar com módulos em C++20 para frente. Eles são implementados da mesma forma moderna que Rust e outras linguagens usam e as declarações não precisa estar presentes antes do uso, desde que elas existam e estejam presentes em um módulo, que é algo novo na linguagem, e claro, que ele tenha sido importado. Módulos são bem mais que isto. Documentação. Proposta. Apresentação.
Quando estava pesquisando achei Por que, em C, uma função precisa ser declarada antes de ser usada?, talvez uma duplicata, exceto pelo último parágrafo que eu respondi aqui.
Coloquei no GitHub para referência futura.