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Uma questão conceitual.

  • O que é UML?

  • Para que serve?

  • Ela é realmente útil? Portanto, devemos aprender?

  • É amplamente adotada?

  • Quais defeitos dessa linguagem?

  • É ligada com orientação a objetos?

1 Resposta 1

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UML ou Unified Modeling Language, como o nome diz é uma linguagem de modelagem, ou seja, ela deve descrever como um modelo de um domínio deve ser.

Ela foi padronizada pelo Object Management Group (OMG) para ser usada universalmente em vez de diversas outras formas separadas e muitas vezes concorrentes entre si, o que criava problema de comunicação porque as pessoas não falavam a mesma língua, você tinha que aprender uma forma nova se entrasse em um projeto que adotou uma forma diferente do que estava acostumado.

Ela permite documentar diversas formas e fases do desenvolvimento de um software enquanto se trata do modelo (é possível ir um pouco além).

Com ela é possível criar diagramas para demonstrar vários aspectos do que o software tem, tais como:

  • Estrutura (componente, classe, implantação, objeto, pacote, perfil, composição)

Diagrama de classes

  • Comportamento (atividade, caso de uso, máquina de estado, temporizador)

Diagrama de caso de uso

  • Interação (sequência, comunicação, resumo de interação) muitas vezes eles são considerados de comportamento

Diagrama de sequência

Exemplos de diagramas.

Um dos trunfos propagados é que os diagramas podem ser executados e dá pra ver como fica realmente aquilo que se modelou, e até é possível gerar o código fonte para algumas linguagens de programação e teoricamente não precisaria programar nada, essa linguagem seria universal. Claro que depende da implementação.

Isso pelo menos é a teoria. Na prática gera código muito ruins, desconsidera porque existem tantas linguagens e acha que é só sintaxe diferente. Portanto a ideia é errada.

Utilidade e defeitos

A ideia não é tão errada quando tenta fornecer uma forma única de demonstrar como a solução é montada, mas existem diagramas demais, alguns com detalhes demais, outros que faltam certas coisas para ser tão completo quanto ele se dispõe a ser, e é comum ser bem complicado para pouco benefício em certos casos. Ele burocratiza o desenvolvimento, o que pode ser bom em alguns casos, mas ruim em outros. Curiosamente alguns proponentes de metodologias chamadas de ágeis defendem o uso deste mecanismo, o que vai contra a ideia original de Agile.

Algumas organização não vivem sem, algumas abusam, outras usam onde realmente ajuda dar uma clareza para o que se está fazendo.

Se usar no que realmente é útil pode ajudar pontualmente para planejar e visualizar melhor o que está fazendo, e com isso pode dar ideias para melhorar o design e quem sabe facilitar a execução do projeto. Um dos problemas dele é a distância na terminologia e forma de trabalhar com certos aspectos que é muito diferente das linguagens que as pessoas efetivamente usam.

Ela é responsável, por exemplo, por fazer as pessoas chamarem campo de atributo. As pessoas nem sabem disso.

Embora seja possível fazer com papel e caneta quase todo mundo usa algum software para criar isto. Há controvérsias sobre seu uso. Há quem não viva sem, mas a maioria das pessoas não usam. Minha experiência é que não é o uso ou não uso dele que faz o softwares serem melhores. O uso consciente, pontual, de acordo com o contexto, quando há motivação real, e não seguindo uma regra de fazer tudo sempre, pode ser útil.

Lembre-se que sempre que tiver a mesma informação em dois lugares diferentes viola o DRY (neste caso do projeto como um todo) e causa problema. Então para usar isso como uma coisa que rege todo ciclo do desenvolvimento, em oposição a usar para entender melhor algo antes de fazer, ou seja, se ele não for usado como documentação, pode se tornar um problema. Você muda o código e não muda a documentação, já era.

Por isso ele foi pensado realmente para substituir o codificação, o que na prática "nunca" é feito. Na forma como UML foi pensado, não costuma ser uma boa e vai contra a forma moderna de desenvolvimento de software. Para usar os diagramas individuais quando necessário para ajudar o entendimento é ok. Porém usar desta firma não está usando UML de fato. Pior que usar, é dizer que usa e nem saber que não está usando. Um monte de organização faz de conta que usa.

Pesquisando um pouco sobre o assunto para responder eu percebo que muita gente tem opiniões positivas quando argumentam de forma errada sobre, ou não conseguem sustentar o que falam, são só opiniões.

Cada vez mais tem pessoas aceitando o fato que é uma perda de tempo.

Se alguém quer que se use algo, deve provar que aquilo é bom. Não devemos adotar algo sem a certeza de que traz mais benefícios que malefícios/custo.

Conclusão

Tende a ser usada com OOP, mas em parte dá para usar em qualquer paradigma.

Para brainstorming é bom, para documentação pode ser útil aqui e ali, mas pra guiar todo o projeto é uma insanidade.

Da minha resposta no Quora.

Coloquei no GitHub para referência futura.

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