A diferença é justamente se vai usar o objeto como valor ou como referência. Isto é importante porque determina o local onde dados do objeto serão alocados.
A segunda forma costuma colocar na stack. Embora poderia colocar no heap também se o objeto estiver sendo alocado em um tipo que está no heap (se a declaração for colocada diretamente em um container).
A forma com o operador new
alocará memória no heap e armazenará o objeto lá (o new
é o alocador, o MinhaClasse()
é o inicializador). O valor usado para esta variável será um ponteiro (indireção), por isto ele é considerado um valor por referência. Este ponteiro que é o valor a ser usado neste dado geralmente é colocado na stack - caso do exemplo - mas também pode ser colocado como membro de outro objeto no heap. Note que o fato do ponteiro e o conteúdo do objeto estarem no heap não significa que eles estão juntos, pelo contrário. São coisas independentes que tem uma relação porque uma referencia a outra.
C++ deixa o consumidor do tipo decidir onde ele quer alocar. Isto é diferente do Java por exemplo, em que todos os objetos são alocados no heap através de ponteiros - exceto os tipos primitivos, conforme salientado na pergunta. A filosofia do C++ não é facilitar o uso e sim facilitar o melhor uso dos recursos computacionais. O consumidor tem mais informações do que é melhor naquele momento.
O tempo de vida costuma determinar mais como a alocação é feita. Mesmo que você tenha um objeto relativamente grande para ser alocado e o programador sabe que ele só viverá dentro daquele escopo ou ele entende bem e o escopo e ele pode ser facilmente determinado, que não há riscos de chamadas recursivas ou outras funções que alocam outros objetos grandes, é possível alocar na stack sem ponteiro. Não é prática comum, é difícil fazer certo e só compensa em casos de extrema otimização.
É possível criar ponteiros para a stack também, sem o uso do new
. Isto também é incomum. É mais comum usar uma referência para isso, que é um ponteiro por baixo dos panos, mas você não precisa saber disto e o controle é melhor, ainda que pode dar alguns problemas na versão atual de C++ se o tempo de vida for menor que o esperado (há previsão para versões futuras não deixar isto acontecer na mesma linha que Rust faz e não deixa usar tempo de vida errado).
Tamanho do objeto
Em casos em que o objeto é grande a cópia custará caro, então é melhor armazenar em um local que o tempo de vida pode ser indeterminado e acessar esta informação através de uma indireção (um ponteiro). Isto costuma ser menos eficiente, por isso o uso de referência é mais adotado.
Em geral quando o objeto tem tamanho determinado e é pequeno não costuma fazer sentido usar o ponteiro direto (referência sim). Mesmo que o dado tenha um tempo de vida além da função onde ele está sendo usado (ver como funciona a stack) ou precise ser usado fora de um objeto onde ele está declarado, a cópia do dado que pode ser necessária nestes casos pode custar muito barata.
Evidentemente que alguns objetos podem ser grandes, então costuma-se consideram o pior caso. Aí é uma situação onde o consumidor tem mais informação. Um tipo pode ter sido criado considerando que o objeto pode ser grande mas em um caso específico de uso ele tem um tamanho determinado e é pequeno. Em Java isso não seria considerado. Em C++ um bom programador opta por usar a alocação inline, possivelmente na stack.
Mas objetos pequenos podem ser usados por referência quando se sabe que eles têm um tempo de vida determinado ainda que não tão óbvio.
A indeterminação do tamanho do objeto pode ser outro bom motivo para preferir o uso de ponteiro. Mesmo que você saiba que o objeto será pequeno mas não pode determinar seu tamanho exato, como linearizar isto dentro de outro objeto? Criando um ponteiro que tem tamanho fixo referenciando o objeto de fato que tem tamanho variável.
O intercâmbio não é tão livre assim
Há casos em que o tipo foi criado pensando em uma forma de alocação e usar da outra forma provavelmente trará problemas.
É comum usar algum padrão além da documentação para informar qual é a forma preferida de alocação. Pode-se usar struct
para casos em que deve alocar o valor direto e class
quando a preferência é usar uma indireção. Algumas linguagens como C# e D, e de uma certa forma Java, se considerar que os tipos primitivos agem como estruturas (e que Java futuro provavelmente terá como o programador criar suas próprias), determinam a forma de alocação dependendo de como o tipo foi declarado. Para C++ struct
e class
são quase sinônimos (a única diferença é a visibilidade default dos seus membros) e não determina a alocação. No máximo recomenda-se os desenvolvedores adotarem esta convenção.
Em geral tipos mutáveis se dão melhor quando alocados através de ponteiros ou referências, caso contrário pode ocorrer um fenômeno chamado slicing.
Um ponteiro é uma indireção, o que dá alguma flexibilidade.
Gerenciamento de ponteiros
Lembrando que na maioria dos casos, em C++, deve-se usar os smart pointers e não ponteiros crus. Assim ganha-se o gerenciamento automático de memória. Se não fizer e não existir algum mecanismo interno na própria classe ou no sistema de alocação (new
pode ser sobrecarregado e pode até mesmo alocar em um garbage collector, embora incomum e pouco prático hoje em C++) o programador tem que garantir que o delete
correspondente seja executado.
Alguns casos o tipo indica uma semântica e controla o uso de ponteiros por conta própria. String
é exemplo de classe que internaliza o ponteiro. É um caso que, em geral, não tem porque alocar um ponteiro porque o dado que o programa tem acesso direto é pequeno, a parte grande e variável do texto será melhor alocado pela classe, possivelmente usando um ponteiro (ela pode otimizar casos pequenos e não fazer isto, depende de implementação).
Conclusão
A escolha deve ser sempre alocar na stack - que é relativamente pequeno e basicamente fixo - até que exista um motivo para escolher o heap, e o motivo principal é o dado precisar sobreviver ao fim de uma função e ser potencialmente grande demais para ser copiado. Um motivo secundário é ser potencialmente grande demais para caber na stack ou tornar um objeto de tamanho indeterminado ou grande demais.
Coloquei no GitHub para referência futura.
MinhaClasse mc2;
exige a passagem por cópia.