Ao contrário da maioria das linguagens [mais populares] orientadas por objeto, que usam uma palavra-chave para se referir ao objeto que é "alvo" de uma chamada de método (normalmente denominado this
), a linguagem Python exige que todo método possua um parâmetro adicional (o primeiro, e por convenção usualmente chamado self
) para representar esse objeto. Isso me parece um caso de código boilerplate, que você tem de escrever sempre mas que não acrescenta muita coisa...
(Nota: esse é um caso particular do uso de "pronomes" no código, algo possível na linguagem Lisp e usado extensivamente na linguagem Perl)
Há alguma razão concreta para não se usar um this
implícito [no design de uma linguagem de propósito geral ou DSL]? Algum caso de uso em que o parâmetro explícito permite/facilita algo que seria inviável caso ele fosse implícito?
Observações:
Mesmo em Python, se você obtém uma referência para um método de um objeto ele vem como um
bound method
, e você o chama omitindo o primeiro argumento:class Foo(object): def bar(self, a, b): return self.x + a + b foo = Foo() bar = foo.bar bar(10, 20) # 10 é "a" e 20 é "b"; o "self" já está atribuído para você
...sendo necessário o uso de uma função especial para se "reatribuir" o mesmo a um objeto diferente:
foo2 = Foo() bar.__func__(foo2, 10, 20)
Nada impede que uma função "normal" seja transformada num método através de uma operação semelhante ao currying:
def encadear(a, b): a.proximo = b class Foo(object): append = lambda self, b: encadear(self, b) appendTo = lambda self, a: encadear(a, self)
(através de uma sintaxe mais amigável, claro... e nesse caso, proibir o uso do
this
em funções declaradas fora do contexto de um objeto seria desejável - ao contrário do que ocorre com JavaScript por exemplo)...ou que um método seja transformado numa função normal através de uma operação inversa:
var foo = { bar:function(a, b) { return this.x + a + b; } }; var bar = foo.bar; var foo2 = { x:10 }; bar.call(foo2, 20, 30); // O método original mantém o this explícito, // mas ainda podemos atribuí-lo explicitamente
Diante disso, não vejo razão para se explicitar o self
, apenas código desnecessário... Há algum argumento forte a favor, talvez vindo do(s) próprio(s) autor(es) da linguagem Python? (ou de outra linguagem que use estratégia semelhante)