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Pesquisei bastante mas não consegui sanar essa dúvida que tive ao estudar sobre aplicações monolíticas, quando backend e front estão isolados.

Tenho uma aplicação X que o frontend e o backend são separados. O backend é um projeto EJB modular (módulo EJB, módulo business, ...) feito em Java, e o frontend é apartado, feito por exemplo com React.

Sabendo que uma aplicação monolítica é quando todas as funcionalidades e códigos estão em um único processo:

1 - Eu posso chamar a aplicação X como um toda de monolítica? Tanto se o back e front estiverem em uma mesma máquina compartilhando os recursos delas, mas em processos separados, ou cada um em um servidor diferente? Acredito que não, mas não obtive a certeza.

2 - Posso chamar o meu backend de monolítico? Ou não, ao se referir a ele devo dizer que é apenas um projeto modular?

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    as literaturas (li no wiki, medium, docs.microsoft, etc) diz que uma aplicação monolítica contém "todas as camadas juntas", ou seja, segundo as literaturas não pode ser considerada monolítica, uma vez que tem front/back separados. Agora, se olhar para o back todo como uma aplicação, por exemplo ele tem endpoints, api ou outra interface que permita utilizá-lo, poderia ser entendido como uma aplicação, e o front end como outra, dai seria uma mononítico, mas não acho que vai ter uma resposta acertiva pra isso, mas se seguir o conceito, a literatura, não é uma aplicação monolítica 2/12/2020 às 10:26

1 Resposta 1

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Depende do contexto que está usando o termo. Ele é usado de maneiras diferentes.

Não vou falar de todos contextos porque alguns não fariam sentido.

Distribuição de executável

Dentro do conceito original, e que parece ser o que a pergunta quer saber, pelo menos no começo, o fato de ter mais de um arquivo executável já não é monolítico. Ou seja, se você tem um monte de script em PHP, JavaScript, Python ou outras linguagens, ou DLLs ou algo semelhante geradas com Java, C#, C++, ou outras linguagens, então você já não tem um monólito. Veja mais em Qual a diferença de DLL e lib?.

Então ter algo rodando em camadas diferentes certamente não tem uma solução monolítica. Mas se considerar só uma parte aí pode ter um monólito só nessa parte, o que pode ocorrer fácil no backend e hoje é possível ter no frontend, ainda que pouco provável, ou perto do impossível, se considerar que você precisa de pelo menos um HTML e mais alguma coisa para ter algo útil.

Mas isso é até complicado classificar porque a ideia original só pensava em executável. Não sei se o conceito se aplica.

De qualquer forma rodar em processos separados ou não, define nada, porque o monólito tem a ver com o arquivo que é distribuído. Se tiver processos iguais mas existem arquivos diferentes não é monólito, e se tiver mais de um processo iniciado com o mesmo arquivo único, então é.

Rodar na mesma máquina não faz algo ser um monólito, mas se algo roda em outra certamente não é, porque já existem partes.

Padrão arquitetural

Se quer falar de monolítico em oposição à arquitetura de microsserviços, então sim, não só pode, como é. Ter uma parte frontend e backend não significa que essas partes são microsserviços.

Quase ninguém entende o que são microsserviços, e menos ainda as pessoas sabem que fazer isso é extremamente difícil e paga-se um preço muito alto, e por isso "ninguém" deve tentar fazer algo assim. O melhor que pode acontecer é a pessoa fazer executáveis separados e dizer que já está na moda, e ter pouco ou nenhum ganho, e a arquitetura continuar sendo monolítica. Mas pode fazer de fato microsserviços e cria um pesadelo para a vida.

Então precisa saber que conceito está falando. Se está falando em ser modular aí o assunto já é arquitetura, e mesmo algo modular ainda é um monólito, a não ser que os serviços separados, e portanto modulares, sejam completamente independentes, o que é muito difícil fazer, e quase ninguém precisa. Modular é algo bom na maioria dos cenários. Quando você tem um frontend e um backend separado alguma modularidade já obteve.

O frontend é completamente independente? Se for então ele é um serviço que não faz parte de um monólito. Provavelmente você tem algo híbrido que em determinada parte tem um serviço separado. E a relação entre as partes é muito simples, o que torna algo viável de ser gerenciado pela maioria dos programadores. Mas é difícil fazer algo ser completamente independente, e o será só em determinado momento e que faça sincronização quando for possível, o que é ainda mais difícil de fazer certo. Fuja dessas coisas. Opte pelo monólito a não ser que você seja um engenheiro muito experiente, tenha uma equipe enorme e uma necessidade extraordinária para adotar algo diferente. A maioria dos engenheiros que optam por microsserviços são só um pouco experientes, se eles fossem mais, não optariam (salvo raríssimas exceções).

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  • Muito obrigado pela explicação detalhada. Só não entendi essa parte: "O frontend é completamente independente? Se for então ele é um serviço que não faz parte de um monólito. Provavelmente você tem algo híbrido que em determinada parte tem um serviço separado." R: Ele necessita dos dados do backend. O frontend chama os serviços REST do backend, recebe o retorno em JSON, renderiza a página e retorna para o usuário. O que você quis dizer com ter algo híbrido nessa aplicação WEB?
    – Adriano
    2/12/2020 às 12:49
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    Então, isso eu acho controverso. Porque raramente existem algo tão independentes que não depende de mais nada. A questão talvez passe por ele funcionar ainda que seja com limitações Outra interpretação é ele ter como dependência só o que fornece o que ele precisa sem nada a mais. Híbrido que é uma parte é de um jeito e outra parte é de outro jeito..
    – Maniero
    2/12/2020 às 12:54

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