Essencialmente você não deve fazer isso. É uma pena que em um exemplo artificial até compense fazer e pareça certo.
Se quiser fazer mesmo assim deve realizar um cast para fazer com que o tipo do objeto mude:
class Main {
public static void main( String[] args ) {
ABC obj = new XYZ();
System.out.println(((XYZ) obj).getXYZ());
}
}
class ABC {
int x = 0;
public int getABC() {
return x;
}
}
class XYZ extends ABC {
int y = 0;
public int getXYZ() {
return y;
}
}
Veja funcionando no ideone. E no repl.it. Também coloquei no GitHub para referência futura.
Quando você diz que um objeto é de um determinado tipo o compilador só deixa o código acessar os membros daquele tipo, portanto só deixa acessar os membros de ABC
neste caso. Como o objeto concreto é XYZ
e tem outros membros você poderia acessá-los se o compilador deixar. Para fazer o compilador deixar tem que dizer que quer acessar esse objeto pelo tipo concreto e usa-se o cast para isso.
Porém se fizer isso provavelmente tem algo errado na modelagem. Se quer acessar o objeto concreto então porque declarou como objeto abstrato? Quando a declaração usa o supertipo é porque só fará operações em cima do que o supertipo permite, você está garantindo que não precisa de membros dos subtipos.
Isso pode ser feito e em alguns casos pode ser útil, mas ainda é um erro conceitual.
Mesmo em um caso concreto realista (que vai além de um exercício de um mecanismo individual) não é simples assim fazer isso. Em códigos reais você correrá o risco de ter outros subtipos daquele tipo e que não contenha o membro que está usando e sua aplicação quebrará, então tem que certificar que é do subtipo que espera ser para garantir que funcione. Obviamente nesse código exemplo não precisa fazer isso, está óbvio que é do subtipo correto, mas esse código não existe em aplicações reais. E se existir está fazendo algo muito errado, não faz sentido.
É legal aprender o mecanismo usado, mas se não souber como aplicá-lo corretamente programará errado. Procure um código real onde esse tipo de mecanismo pode ser realmente útil. Em modelagens corretas quase nunca é útil. Recentemente eu respondi em outra linguagem onde era útil, mesmo assim não era o ideal e seria melhor ter outra solução.