BEM é a sigla pra Block Element Modifier (Bloco Elemento Modificador), é uma metodologia baseada nessas três entidades que deifne regras de nomenclatura, estrutura dos arquivos e escrita do código
Bloco: Um componente de página funcionalmente independente que pode ser reutilizado
Elemento: Uma parte composta de um bloco que não pode ser usada separadamente dele
Modificador: Define a parência, estado ou comportamento de um bloco ou elemento
Nomenclatura:
Os nomes são escritos em letras latinas minúsculas.
As palavras são separadas por um hífen (-
).
O nome do bloco define o namespace para seus elementos e modificadores.
O nome do elemento é separado do nome do bloco por um sublinhado duplo (__
).
O nome do modificador é separado do nome do bloco ou elemento por um único sublinhado (_
).
O valor do modificador é separado do nome do modificador por um único sublinhado (_
).
Para modificadores booleanos, o valor não é incluído no nome.
Há também esquemas de nomenclatura alternativos:
Estilo de dois traços: block-name__elem-name--mod-name--mod-val
Estilo CamelCase: blockName-elemName_modName_modVal
Estilo React: BlockName-ElemName_modName_modVal
Estilo sem namespace: _available
Além desses, é permitido criar uma nomenclatura própria de acordo com as necessidades
Ele define uma estrutura de arquivos baseada na nomenclatura das classes, separando em diferentes arquivos as diferentes tecnologias
Podendo ter uma estrutura aninhada:
project
common.blocks # Nível de redefinição com blocos
input # Diretório pro bloco input
_type # Diretório pro modificador input_type
input_type_search.css # Implementação CSS do modificador input_type
__clear # Diretório pro elemento input__clear
_visible # Diretório pro modificador input__clear_visible
input__clear_visible.css # Implementação CSS do modificador input__clear_visible
input__clear.css # Implementação CSS do elemento input__clear
input__clear.js # Implementação JavaScript do elemento input__clear
input.css # Implementação CSS do bloco input
input.js # Implementação JavaScript do bloco input
Estrutura plana:
project
common.blocks
input_type_search.css # Implementação CSS do modificador input_type_search
input_type_search.js # Implementação JavaScript do modificador input_type_search
input__clear.js # Elemento opcional do bloco input
input.css
input.js
popup.css
popup.js
popup.png
Ou flex, que é uma mistura de ambos
project
common.blocks # Nível de redefinição com blocos
input # Diretório pro bloco input
_type # Diretório pro modificador input_type
input_type_search.css # Implementação CSS do modificador input_type
__clear # Diretório pro elemento input__clear
_visible # Diretório pro modificador input__clear_visible
input__clear_visible.css # Implementação CSS do modificador input__clear_visible
input__clear.css # Implementação CSS do elemento input__clear
input__clear.js # Implementação JavaScript do elemento input__clear
input.css # Implementação CSS do bloco input
input.js # Implementação JavaScript do bloco input
popup # Diretório pro bloco popup
popup.css
popup.js
popup.png
Como pode perceber, abaixo do diretório raiz do projeto (project
), há outro (common.blocks
), isso faz parte dos níveis de redefinição, a ideia é poder dividir o código em "subprojetos", por exemplo, common.blocks
com o core e mobile.blocks
e desktop.blocks
com as especifidades das interfaces desktop e mobile, respectivamente. Os arquivos específicos podem sobrescrever totalmente ou parcialmente as classes do core, ou até não haver especificidades de determinadas entidades
É adotado também alguns design patterns conhecidos ...
Princípio de responsabilidade única: Uma classe deve ter uma e somente uma responsabilidade, ou seja, uma classe modificadora .button_red
deve apenas alterar o estilo do botão pra vermelho, não deve alterar seu posicionamento, estado ou outra característica que não esteja intimamente relacionada ao seu proposito principal (estilo vermelho)
Princípio aberto-fechado: Alterações no CSS devem ser feitas por "extensão", criando um novo modificador e não alterando estilos atuais diretamente ou alterando sob determinado contexto (ser filho de um outro elemento)
DRY ("don't repeat yourself"): Está diretamente relacionado aos princípios anteriores, as classes CSS devem ser genéricas, de forma que possam ter características específicas através dos modificadores, ou seja, não deve haver duas classes que fazem quase a mesma coisa, em vez disso, cria uma classe com o geral e dois modificadores com as especificadades
Composição em vez de herança: Novas implementações CSS são formadas combinando as existentes, isso mantém o código desacoplado e flexível, por exemplo, se você já possui os blocos .button
, .menu
e .popup
, para a criação de um drop-down list, não é necessário um novo bloco, basta usar os existentes e definir corretamente o seus comportamentos
Não é recomendada a utilização de wrappers para posicionamento de blocos, em vez disso, deve ser utilizado mixes:
- Para posicionar dois blocos irmãos (
header
e content
), relativos um ao outro, pode-se criar um bloco pai (.card
) e utilizar dois blocos filhos (.card__header
e .card__content
) que terão os estilos de posicionamento, além dos blocos originais que serão mixados com os blocos filhos (.card__header.header
e .card__content.content
)
<section class="card">
<!-- Header and navigation -->
<header class="header card__header">...</header>
<!-- Content -->
<div class="content card__content">...</div>
</section>
- Se os elementos a serem posicionados já forem pais e filhos, pode-se usar uma entidade elemento para lidar com o posicionamento, substituindo um wrapper abstrato
<button class="button">
<span class="button__start">
<span class="icon"></span>
</span>
...
</button>
A criação do HTML pode ser feita manualmente, ou seja, escrever todo o código na mão, o que, a longo prazo, é ruim do ponto de vista da manutenção, já que uma alteração na estrutura das entidades requer alterar o HTML em múltiplos pontos
Mas é possível fazer isso automaticamente, através de modelos, ao alterá-lo, os elementos HTML existentes serão atualizados também, podendo ser trocado por outro ou estendido por novos. Os modelos são escritos de forma declarativa, permitindo que seja aplicado os principais princípios da metodologia:
- Utilização dos mesmos termos: Os modelos são definidos nos termos bloco, elemento e modificador, para isso, existe uma abstração acima da árvore DOM, a árvore BEM, que é um "DOM simplificado", apenas com as entidades, por exemplo, o seguinte código HTML:
<header class="header">
<img class="logo">
<form class="search-form">
<input class="input">
<button class="button"></button>
</form>
<ul class="lang-switcher">
<li class="lang-switcher__item">
<a class="lang-switcher__link" href="url">en</a>
</li>
<li class="lang-switcher__item">
<a class="lang-switcher__link" href="url">ru</a>
</li>
</ul>
</header>
Teria a correspondente árvore BEM:
header
logo
search-form
input
button
lang-switcher
lang-switcher__item
lang-switcher__link
lang-switcher__item
lang-switcher__link
Divisão do código: O código do modelo é armazenado em arquivos de bloco separados de acordo com as regras de organização da estrutura de arquivos. É possível criar modelos para um bloco inteiro ou, separadamente, para elementos ou modificadores
Utilização de níveis de redefinição: É a mesma ideia já descrita antes, aplicado também aos templates, podendo adicionar e remover entidades a estrutura ou renderizar as mesmas entidades de forma diferente (por exemplo, alterando a tag HTML utilizada)
A metodologia se aplica também ao JavaScript, mantendo o foco nas entidades e organizando o código de acordo com a estrutura de arquivos já explicada, incluindo os níveis de redefinição, onde é possível adicionar, sobrescrever ou herdar as entidades. Para que tudo funcione corretamente e as alterações no DOM não afetem o funcionamento dos blocos, é importante a implementação através da biblioteca i-bem.js
(há também o BEM React, um conjunto de ferramentas para implementar a metodologia no React)
Há algumas regras de escrita de código também...
Estilo declarativo:
O comportamento de cada bloco é descrito separadamente
Os estados do bloco são definidos declarativamente e, ao mudar, é automaticamente chamado o código que definido para este estado
A lógica do bloco é descrita como um conjunto de ações e condições para a execução dessas ações, isso torna possível separar a funcionalidade do bloco em partes individuais e usar os níveis de redefinição
Encapsulamento: A implementação de um bloco é separada de outros blocos e cada bloco fornece uma API para interagir com outros blocos. A declaração de bloco permite ocultar sua implementação interna e, como os elementos são sempre uma implementação interna de um bloco, eles podem ser acessados apenas por meio da API do bloco
Herança: A descrição declarativa do comportamento do bloco torna possível usar os métodos de um bloco base dentro de um bloco derivado e herdá-los, então, o novo bloco pode obter todas as propriedades e métodos do bloco base. Você também pode criar cadeias de herança, o que significa que um bloco herda de outro que, por sua vez, herda de um terceiro bloco e assim por diante
Interação entre blocos: A metodologia BEM preza por trabalhar com blocos independentes, mas, na prática, isso é inatingível. A comunicação entre blocos pode ser através de:
Inscrições para eventos de outras instâncias de blocos
Assinaturas para mudanças nos modificadores
Chamadas diretas aos métodos de outras instâncias ou aos métodos estáticos de outros blocos
Quaisquer padrões de interação. Por exemplo, Event Channel: toda a comunicação ocorre por meio de mensagens que os componentes publicam e ouvem usando um intermediário
Interação de um bloco com seus elementos: Um bloco normalmente possui auxiliares adicionais para trabalhar com seus elementos, que são a implementação interna de um bloco. Não é possível acessar um elemento de outro bloco diretamente, só pode ser acessado por meio da API do bloco ao qual esse elemento pertence
Tentei simplificar e resumir as partes, há mais pra se aprofundar e também algumas coisas que não coloquei aqui como build e problemas comuns, assim como as diversas ferramentas (tecnologias, toolbox e bibliotecas)
Agora respondendo as perguntas no corpo...
Não, de acordo com sua história, existe desde 2005, mas de seus primórdios até hoje mudou tudo
- Qual é o objetivo do mesmo?
No início, provavelmente, apenas padronizar como o código CSS é escrito, hoje, é uma metodologia que tem diversos padrões e regras pra criar um código organizado, reaproveitável e de fácil manutenção
- Quais problemas ele resolve?
Ele resolve certos problemas ao se trabalhar em equipe, como um componente sobrescrever outro e a desorganização tanto do código como da estrutura. Também, como disse, a metodologia foca no desenvolvimento de componentes reaproveitáveis e de fácil manutenção.
Em contrapartida, traz muita complexidade e algumas limitações, como utilizar classes (.checked
) modificadoras em vez de pseudo-classes (:checked
), o que seria mais prático, e não reaproveitamento de modificadores (por exemplo, .bolder
pra negrito) entre elementos e blocos, mas há alternativas
A metodologia NÃO padroniza a nomenclatura das classes, como descrito mais acima, ela possui 5 padrões próprios e ainda permite que os desenvolvedores criem seus próprios padrões. Então, de qualquer forma, os desenvolvedores terão que se organizar pra decidir como as classes devem ser nomeadas
Todos os links da resposta foram retirados da documentação
BEM
como algo útil, na verdade pessoalmente acho que o não precisar deBEM
e simplificar seria uma real "boa pratica", uma pergunta focada no uso doBEM
, mas sem falar que ele é maravilhoso, só falar quando é útil, tipo esses projetos avacalhados (não levem a mal). Então acho que este lugar/pergunta é o local para falar do assunto, talvez eu até me atreva a responder.