Digamos que construir o saldo a partir da leitura de todas as transações seja de fato uma constraint para a performance (você ainda não sabe, mas digamos que já saiba), você pode criar uma tabela para manter o saldo (um registro apenas para cada usuário):
Usuário
id | Nome
Transação
id | usuario_id | valor | data
Usuário_Saldo
id | usuario_id | saldo_atual
A cada transação (crédito ou débito na tabela Transação), você atualiza o saldo do usuário na tabela Usuário_Saldo
, assim você terá que ler um único registro quando quiser consultar o saldo de um usuário.
Até aí, óbvio. O cuidado que você precisa ter é garantir a integridade dos dados. Se você primeiro criar o registro na tabela Transação, quando for calcular o saldo ele pode já ter sido alterado por uma outra Transação de crédito ou débito.
Então você precisa primeiro atualizar o saldo, para daí lançar a transação de crédito ou débito. É claro que estes dois comandos devem ser uma operação atômica, ou seja, devem estar dentro de uma mesma transação de banco de dados. Assim:
-- abre transação de banco de dados
UPDATE Usuário_Saldo
SET saldo_atual = saldo_atual + @valor_transação
WHERE usuario_id = @usuario_id;
INSERT INTO Transação (usuario_id, valor, data)
VALUES (@usuario_id, @valor_transação, @data)
-- commita transação
Se o sistema enviar "ao mesmo tempo" duas transações de crédito ou débito, a segunda terá que esperar a primeira ser concluída pois o registro em Usuário_Saldo
estará bloqueado.
Update: e se eu quiser garantir que não seja feito um débito maior do que o saldo disponível?
A solução descrita acima garante a integridade do saldo sem precisar se preocupar com o nível de isolamento das transações. Mas se eu adicionar um SELECT antes de atualizar o saldo a fim de primeiro verificar se há saldo disponível para um novo débito, eu quebraria a solução pois o select poderia ler uma versão anterior do saldo, ou uma versão ainda não commitada, dependendo do nível de isolamento da transação.
Nesta solução, então, verifica-se o saldo disponível por último, provocando um rollback caso a operação tenha resultado em um saldo negativo. Basta adicionar um select de verificação do saldo antes do final da transação. A solução completa fica assim:
-- abre a transação de banco de dados
-- atualiza o saldo
UPDATE Usuário_Saldo
SET saldo_atual = saldo_atual + @valor_transação
WHERE usuario_id = @usuario_id;
-- registra a operação de débito/crédito
INSERT INTO Transação (usuario_id, valor, data)
VALUES (@usuario_id, @valor_transação, @data);
-- verifica se a operação resultou em um saldo negativo
SELECT saldo_atual
FROM Usuário_Saldo
WHERE usuario_id = @usuario_id
-- se saldo_atual < 0, faz rollback
-- senão, commita a transação
Esta é uma solução simples por não se preocupar com nível de isolamento da transação (o qual depende de configurações no banco de dados ou de diretivas adicionais ao executar os comandos SQL); e é performática por permitir o nível de isolamento mais baixo, pois quanto maior é o nível de isolamento, mais recursos são utilizados pelo servidor de banco de dados e menor é a capacidade de concorrência nas operações de consulta.
Soluções mais complexas podem emergir dependendo de necessidades específicas. Por exemplo: se proceder toda a operação antes de saber que o saldo era insuficiente acarrete em um custo alto demais, eu posso fazer uma verificação prévia do saldo e nem disparar a atualização caso ele seja insuficiente - isso diminui as ocorrências de tentar débitos que não serão concluídos com sucesso. É claro que eu não vou me basear nesta verificação prévia para garantir meu saldo - a verificação final que determina se a transação pode ser commitada permanece.
Obs 1: Estes comandos estão considerando Id auto-incremento nas tabelas. Obs 2: O "@" está simbolizando os valores passados por parâmetro à query. Obs 3: Este código considera que Usuário_Saldo já tem um registro para cada usuário, mas você pode ter variações disso.