Bom, qualquer pattern se origina de algum problema recorrente e que fora encontrada uma abordagem padrão para sua solução.
Então acredito que mesmo desconhecendo você já utiliza algum nível de SoC sem mesmo saber.
E quando eu digo nível entendasse, "nível de granularidade aplicada", onde o nível mais baixo de granularidade poderia gerar vários Code Smells
e o nível mais alto poderia ser considerado uma Overengineering. Por isso cabe aos envolvidos no projeto definir qual é o melhor nível a se aplicar e monitorar se o mesmo está sendo seguido.
Lembrando também que SoC não é só pra desenvolvimento BackEnd mas sim na concepção da arquitetura como um todo, e vai desde da definição da arquitetura até a definição de uma entidade.
Vamos ao um exemplo em um menor nível possível de granularidade em uma aplicação web, que a um bom tempo atrás era prática comum em ASP, PHP, Java e as melhorias subsequentes foram pensandas visando SoC.
Nível 0 - Sem SoC - Tudo junto e misturado
HTML/Javascript/CSS/Código BackEnd na mesma página html/jsp/php/asp;
Variáveis, regras de negócio, acesso a banco (Abertura de conexão, queries de banco).
Positivo: Você sabia que tudo que remetia a uma tela por exemplo, estaria no arquivo da tela
Negativo: Sem entidades, classes de serviços, nada, tendo que encontrar regras de negócio definidas dentro de uma , terra sem lei, inferno na terra.
Nível 1 - MVC - Divisão em camadas lógicas
View - Tudo que representava a apresentação de dados, como uma página ou um relatório, ainda se via código back end entre HTML, CSS e Javascript
Controller - Definição do fluxo da página, ainda se ve código de banco nessas classes, classes utilitarias pra conexão
Model - Entidades de banco, DTOs, ViewModels, VOs, etc - classes pra amarzenar e trafegar dados
Positivo: Um pouco mais organizado
Negativo: Nesse modelo ainda se via uso de regra de negócio em todas as camadas
Nível 2 - BO/DAO
Nesse modelo houve introdução de classes de negócio (Business Object - BO).
Grandes classes de acesso a banco (Data Acess Object - DAO)
Classes utilitárias de conexão de banco, Log, parse de Data, etc..
Positivo: As regras de negócio ficavam separadas do MVC, só sendo utilizadas quando necessário, melhor reaproveitamento de código.
Negativo: As classes não tinham uma "única responsabilidade", ou seja, qualquer parte do sistema poderia ser responsável pelo o aumento de uma classe.
Nível 3 - Services/Repositories
Melhor separação dos regras de negócio e acesso a dados.
Cada service/repository representa as regras de negócio e definição de acesso a dados de uma tela, feature ou entidade.
A partir daqui você já ve muito o uso de DI (Denpendency Injection).
S.O.L.I.D. em alta, classes coesas, métodos coesos, váriaveis coesas.
Positivo: Uma definição melhor de Single Responsibility, manutenção simplificada, cada classe cresce em função somente do que ela foi criada.
Negativo: Aumento no número de classes, mais trabalho pro GCs se fazendo necessário o uso de DI (Denpendency Injection) pra controlar o live cycle das classes.
Nível 4 - Separação em camadas físicas
Separação físicas entre camadas com responsabilidade "únicas" (Ou pelo menos deveriam ser únicas).
Cada camada seria um projeto, assembly, dll, jar, etc.. ligado entre si.
Ex: Web, Test, Bussiness, DAL (Data Acess Layer)
Ex2: Web, Services, Repositories, Domain, Core
Positivo: Já não é mais um monolito. Pequenos projetos que podem ser atualizados de forma idependente dependendo da situação, manutenção simplificada.
Negativo: Deve se ter cuidado para manter o saneamento dos projetos, manter eles coesos, controle de versionamento.
Nível 5 - API, Web Services - Front End totalmente apartado do Back End
Nessa modalidade, você poderia ter uma aplicação Web, uma Mobile, utilizando uma mesma API.
Uso de SOAP, REST, Messageria, e outros recursos de sistema distribuidos.
Aqui agente já fala de Isolate of Concern, aplicações isoladas integradas entre si, para concepção de um produto.
Deve ser respeitar contratos de interfaces para integração se manter coesa.
Positivo: Cada um no seu quadrado, ninguém mexe no que não deve mexer, menos código para manter, é mais fácil achar que parte do sistema precisa de mais atenção.
Negativo: Basicamente estamos lidando com um aplicação distribuida, ou seja, para formar um unico sistema, se faz necessário várias aplicações, distintas, com versões distintas, deploys distintos, talvez até equipes, se não for feito direito, pode gerar dor de cabeça.
Nível 6 - Microserviços
Uma segregação maior de um sistema, envolvendo até segregação de banco.
Cada Microserviço pode ser independente ou não.
Divisão de um único sistema, levando em conta a carga (tem muitos acessos, é mais pesado, trafega mais dados, crítico) ou dominio(referente a um Módulo).
Cada Microserviços tem sua responsabilidade, seu motivo para existir, e cresce em função de suas próprias necessidades.
Cloud, DevOps;
Positivo: Cada Microserviço poderia ser mantido por uma equipe pequena, mantendo um contrato nas suas interfaces o Microserviço é facil de manter, mais fácil de testar, pode ser contruído em linguagem/banco indepente, ficando mais fácil de otimizar.
Negativo: Apesar do Microserviço ser fácil de manter, a aplicação feita em Microserviços fica extremamente dificil de manter sem DevOps, fazendo necessidade manter os recursos em um orquestrador, Cloud.
Nível 7 - Servless
Em vez de segregar por dominio, porque não segregar por função? Cada serviço servless correponde a menor parte executável de uma aplicação.
Essa é a menor responsabilidade mantida até hoje, usar com cautela, em situações propensas.
Uma solução pode ser um monolito e ter um recurso em servless.
Se utilizado corretamente, pode ter uma econmia enorme em certas atividades da aplicação.
Tem outros poréms dessa arquitetura, várias discussões envolvendo ela, mas vou deixar de lado para manter a brevidade.
Positivo: Fácil de mjanter o código, escopo menor.
Negativo: Pode acarretar custo exagerado se feito incorretamente, deploy dificultado, lentidão pra subir se a aplicação estiver fria, dificuldade.
Em qualquer um desses niveis é possível fazer algo funcional e mantenível, do mesmo jeito que pode ser feito algo insustentavel. E no geral vai depender de como é sua aplicação.
Fazer uma aplicação em 10, 20 camadas? O sistema nunca vai crescer,
pra que separar em camadas? Uma unica feature do seu sistema, está
separada em 10 classes de serviços? Tem a necessidade de usar
Microserviços? E Servless? Você ta preparado pra gerenciar isso?