Antes você tem que entender o que está acontecendo. Suponha que eu tenha essa lista:
redline = [ 0, 1, 2, 3, 4, 5 ]
Ela tem 6 elementos: os números de zero a 5. Se eu quero pegar um elemento específico, por exemplo, o que está na posição 3, eu faço:
print(redline[3])
O código acima imprime 3
, já que é o elemento da posição 3 (lembrando que a primeira posição é 0
). De forma geral, ao usar lista[indice]
, é retornado o valor que está na posição indice
.
Mas o Python também permite que se use a sintaxe de slice
para obter "sub-listas" (ou "pedaços da lista"). Por exemplo:
print(redline[2:4]) # [2, 3]
print(redline[2:]) # [2, 3, 4, 5]
print(redline[:4]) # [0, 1, 2, 3]
No caso, [2:4]
significa que vou pegar os elementos do índice 2 e 3 (o valor inicial 2
é incluso, o valor final 4
não é incluso). Por isso o resultado é a lista [2, 3]
.
Mas os valores podem ser omitidos. Se eu omitir o final, ele vai até o fim da lista, por isso [2:]
pega desde o elemento na posição 2 até o fim. Já [:4]
pega desde a primeira posição até o índice 3 (lembre-se, o valor final não é incluso).
Outro detalhe é que o Python também permite índices negativos, e a diferença é que eles começam a contar a partir do final da lista. Sendo assim, redline[-1]
pega o último elemento da lista (no caso, é o número 5), redline[-2]
pega o penúltimo, e assim por diante.
E se usarmos números negativos em um slice
, o funcionamento é o mesmo. No caso, redline[-1:]
significa que o valor inicial é o último elemento, e como o valor final foi omitido, ele vai até o final da lista. Ou seja, isso retorna uma lista contendo apenas o último elemento.
Outra diferença é que, se você tenta acessar um índice que não existe, a lista dá erro. Mas se usar esse índice em um slice
, não:
redline = [ 0, 1, 2, 3, 4, 5 ]
print(redline[7:]) # retorna uma lista vazia
print(redline[7]) # IndexError
A lista tem 6 elementos, então os índices válidos estão entre zero e 5. Ao fazer redline[7:]
, o slice
tenta pegar tudo da posição 7 até o final da lista. Como a posição 7 não existe, o resultado é uma lista vazia. Mas se tentarmos acessar o índice diretamente (ou seja, redline[7]
, sem usar slice
), ele dá um IndexError: list index out of range
.
No seu caso, redline[-1]
daria IndexError
se a lista estiver vazia (pois como ela não tem nenhum elemento, não tem como acessar o último - e nem qualquer outro).
Por fim, quando você imprime uma lista, ela é mostrada com os delimitadores [
e ]
, e os elementos dentro deles separados por vírgula. No seu caso, como a lista só tem um elemento (somente o último elemento), é mostrada como [1]
.
Dito isso, uma maneira de resolver seu problema seria simplesmente obter o último elemento, ou "nada" se a lista estiver vazia:
if redline:
valor = redline[-1]
else:
valor = ''
O if redline
é uma maneira de verificar se a lista não está vazia, já que uma lista vazia é considerada um valor "falso". Então se a lista não for vazia, pega o último elemento. Se a lista for vazia, use uma string vazia (ou qualquer outro valor que você quiser).
Outra maneira de escrever o if
acima é:
valor = redline[-1] if redline else ''
Não use nenhuma solução que envolva transformar a lista em string e depois remover os colchetes, pois não faz sentido. Mesmo que "funcione" (ou seja, "mostre o que você quer"), não é o ideal, basicamente por dois motivos:
- semântica: você quer um elemento da lista, ou uma outra lista contendo um elemento? Pelo que entendi, você só quer o último elemento da lista, então a maneira correta de obtê-lo é
redline[-1]
. Ponto. Fim. Só isso, nada mais. Ok, um if
para ver se a lista está vazia é recomendado, caso esta situação seja possível de ocorrer (e pelo que vimos, é).
- muito trabalho desnecessário: foi sugerido criar uma string a partir da lista retornada por
redline[-1:]
, e depois fazer substituições nesta string para remover os colchetes. Só porque "funciona", não quer dizer que seja a melhor maneira de fazê-lo. Não tem nenhum motivo para dar toda essa volta só para obter um valor que você pode obter mais facilmente passando simplesmente um índice.
A outra resposta (que foi apagada) dizia que usar regex é a forma mais performática de tratar as strings. Bom, de cara eu já adianto que não é, mas em todo caso vamos fazer um teste rápido.
import timeit, re
# cria uma lista com os números de 0 a 199
redline = list(range(200))
def regex(redline):
re.sub('[]/[]', "", str(redline[-1:]))
def replace(redline):
str(redline[-1:]).replace('[','').replace(']','')
def indice(redline):
str(redline[-1]) if redline else ''
n = 1000000
r = 5
print(timeit.repeat('regex(redline)', repeat=r, number=n, globals=globals()))
print(timeit.repeat('replace(redline)', repeat=r, number=n, globals=globals()))
print(timeit.repeat('indice(redline)', repeat=r, number=n, globals=globals()))
Eu usei o módulo timeit
para medir o tempo de execução de cada uma das opções. Basicamente, usei a regex sugerida na outra resposta, o replace
sugerido nos comentários e o if/else
sugerido acima (eu até transformo o elemento em string, para deixar a comparação mais "justa", mas isso não seria necessário, já que ao imprimir o valor ele seria convertido para string).
Lembrando que os resultados podem variar bastante, pois dependem de hardware, de outros processos que estavam rodando no mesmo instante, etc. Dito isso, eu uso o método repeat
, para rodar cada uma das funções 1 milhão de vezes, e faço isso 5 vezes. O resultado é uma lista contendo os 5 tempos, para cada função. Na minha máquina, obtive o seguinte:
[2.0180632999999997, 2.1049371000000003, 2.0531832999999997, 1.9851327000000003, 2.0050208000000005]
[1.0190392999999993, 1.0544192, 0.9397298999999997, 1.1806303000000007, 0.9278553999999986]
[0.3631664000000008, 0.36723610000000306, 0.35816770000000275, 0.40702209999999894, 0.36287220000000175]
Veja que a regex demora cerca de 2 segundos, enquanto o replace
demora cerca de 1 segundo. Já o if/else
demora cerca de 0,3 segundos. Rodei várias vezes na minha máquina, em outra máquina, no Repl.it e no IdeOne.com (neste último eu tive que diminuir a quantidade para não estourar o tempo permitido), e os resultados foram similares: regex sempre demora mais que o replace
, que sempre demora mais que if/else
, e a diferença relativa entre as soluções é similar em todos os casos. Mas sinceramente, isso já era esperado.
O slice
tem que criar outra lista. Depois, str
cria uma string a partir dessa lista, e cada replace
cria outra string. Com regex é pior porque a própria expressão regular tem que ser compilada (e convertida para uma estrutura interna), para só depois começar a fazer as substituições (sendo que a busca feita pela regex usa outras estruturas internas para obter e guardar os matches, e no final o método sub
também retorna outra string). Ou seja, além de fazer mais coisas e demorar mais para isso, ainda gasta mais memória. Dizer que isso é mais performático é uma afirmação completamente equivocada. Dizer que é "a forma correta" também é um equívoco, pois o "correto" depende de cada caso. E regex nem sempre é a melhor solução.
Bom, fiz outro teste compilando a regex fora da função:
reg = re.compile('[]/[]')
def regex(redline):
reg.sub("", str(redline[-1:]))
Isso melhora um pouco os tempos (na minha máquina, cai para cerca de 1,2 segundos), mas ainda sim é mais lento que as outras opções.
Obviamente, para programas pequenos manipulando poucos dados, a diferença de desempenho entre as 3 soluções será insignificante. Mas ainda resta a questão da semântica, de deixar o código mais claro e correto, e de facilitar o entendimento e manutenção do código. Se alguém ler redline[-1]
(supondo que a pessoa conheça Python), estará bem claro que aquele trecho de código pega o último elemento (se tiver um if/else
, fica claro que estou usando um valor diferente caso a lista seja vazia). Agora se tiver uma regex, pode ficar mais confuso ("Por que converteram a lista para string e depois fizeram replace
? Só pra pegar o último elemento, ou tem outra coisa que não entendi?"). Ou seja, no seu caso específico, como só quer pegar o último elemento da lista, não invente. Não use slice
, não converta para string, não faça replace
, por que você não precisa disso para o que pretende fazer.
Nem vou entrar no mérito que a regex sugerida na outra resposta não está totalmente certa, porque também substitui as barras (caso elas existam na string), veja. Não faz diferença se a lista só tiver números, mas em todo caso, ela pega caracteres a mais, então não está 100% certa. A regex para remover somente colchetes seria assim (embora essa solução não considere o caso em que o próprio valor seja uma string que tenha colchetes, mas aí já estamos desviando demais da pergunta). Mas enfim, esqueça isso e não use regex, porque nesse caso não precisa.
len(lista)-2
dentro do range?len(vaz)
, edvaz = diff(vaz)
redline[-1:]
porstr(redline[-1:]).replace('[','').replace(']','')
redline[-1:]
retorna uma lista contendo o último elemento deredline
... se você quer apenas o último elemento, sem ser uma lista, useredline[-1]
... Isso só vai funcionar se a lista não for vazia... A lógica do seu programa precisa ser pensada para o caso da lista ser vazia... Não precisa de gambiarra