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Sei que no React existem dois tipos de declaração para um componente.

React Component

export default class App extends Component {
  render() {
    return (
      <Elemento/>
    );
  }
}

React Stateless Functional Components

const App = () => (
  return <Elemento/>
);

O React Component permite o uso dos estados e essa é uma diferença entre as declarações. No entanto, tenho algumas dúvidas:

  • Existe diferenças extras (fora a questão do estado) entre o uso das declarações?
  • Usar os stateless components quando não precisa de estado trará uma performance melhor?
  • Quais as principais vantagens dos stateless components em relação a declaração normal?

1 Resposta 1

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Existe diferenças extras (fora a questão do estado) entre o uso das declarações?

Sim e não. É possível, pelo menos em teoria, realizar tudo o que você faria com stateless components com class components (o contrário não é verdadeiro, mais sobre isso na sequencia), mas o approach deve ser de acordo com o objetivo que você quer atingir. Existem casos onde o uso de stateless components é o mais adequado pelo simples fato do estado não ser necessário (como o nome já implica).

Stateless components são, de maneira simplicada, a representação de um estado passado para um método de render via props. Um componente de botão seria um bom exemplo:

const Button = props => (
   <button className={props.className}>
      {props.label}
   </button>
);

Este componente tem como único propósito renderizar as props, e essa é a unica coisa que ele deveria fazer. Essas props podem vir de um estado (ou qualquer outra coisa) de um componente mais alto na cadeia, mas, do ponto de vista do componente encapsulado, o estado não existe e, portanto, é imutável. Isso também representa um pouco da natureza funcional que é possível se atingir com o React, utilizando alguns conceitos da Programação Funcional. Sem entrar muito em detalhes, funções puras são aquelas cujo resultado é sempre o mesmo, dado o mesmo set de dados iniciais. Pode-se entender que a função Button que eu criei é, portanto, pura. O retorno, neste caso em especial, é um elemento JSX.

Ainda, stateless components não permitem acesso ao ciclo de vida do React e aos hooks, como componentDidMount() e similares, o que já é possível de se fazer com class Components. É comum fazer busca de dados em uma API, por exemplo, usando o componentDidMount(), ou destruir objetos e desalocar recursos em componentWillUnmount(). Isso só é possível em componentes escritos em forma de classe

export default class App extends Component {

  constructor(props) {
    super(props);
    // Code ...
  }

  componentDidMount() {
    // Code ...
  }

  componentWillUnmount() {
    // Code ...
  }

  render() {
    return (
      // Code ...
    )
  }
}

Ou seja, do ponto de vista teórico, cada uma das declarações tem um uso bem específico. Do ponto de vista prático, é possível fazer tudo com componentes em forma de classe, mas nem sempre vale a pena. O que nos leva a próxima pergunta:

Usar os stateless components quando não precisa de estado trará uma performance melhor?

Esse cara fez o teste. Instanciou vários componentes funcionais e vários componentes de classe e mediu o tempo de render de cada um deles. No final das contas, a diferença performática é desprezível. Mas existe uma diferença fundamental entre eles que é o código transpilado para o ES5. Veja a diferença de um componente funcional transpilado

var MyStatelessComponent = function MyStatelessComponent(props) {
  return React.createElement(
    "div",
    null,
    props.name
  );
}

Para um componente de classe, depois do mesmo processo:

var _createClass = function () { function defineProperties(target, props) { for (var i = 0; i < props.length; i++) { var descriptor = props[i]; descriptor.enumerable = descriptor.enumerable || false; descriptor.configurable = true; if ("value" in descriptor) descriptor.writable = true; Object.defineProperty(target, descriptor.key, descriptor); } } return function (Constructor, protoProps, staticProps) { if (protoProps) defineProperties(Constructor.prototype, protoProps); if (staticProps) defineProperties(Constructor, staticProps); return Constructor; }; }();
function _classCallCheck(instance, Constructor) { if (!(instance instanceof Constructor)) { throw new TypeError("Cannot call a class as a function"); } }
function _possibleConstructorReturn(self, call) { if (!self) { throw new ReferenceError("this hasn't been initialised - super() hasn't been called"); } return call && (typeof call === "object" || typeof call === "function") ? call : self; }
function _inherits(subClass, superClass) { if (typeof superClass !== "function" && superClass !== null) { throw new TypeError("Super expression must either be null or a function, not " + typeof superClass); } subClass.prototype = Object.create(superClass && superClass.prototype, { constructor: { value: subClass, enumerable: false, writable: true, configurable: true } }); if (superClass) Object.setPrototypeOf ? Object.setPrototypeOf(subClass, superClass) : subClass.__proto__ = superClass; }
var MyComponentClass = function (_React$Component) {
  _inherits(MyComponentClass, _React$Component);
function MyComponentClass() {
    _classCallCheck(this, MyComponentClass);
return _possibleConstructorReturn(this, (MyComponentClass.__proto__ || Object.getPrototypeOf(MyComponentClass)).apply(this, arguments));
  }
_createClass(MyComponentClass, [{
    key: "render",
    value: function render() {
      return React.createElement(
        "div",
        null,
        this.props.name
      );
    }
  }]);
return MyComponentClass;
}(React.Component);

Pensando em uma aplicação que tenha um número elevado de componentes, esse código pode ser potencialmente gerado para cada um deles, gerando um JavaScript de produção extremamente grande. O que significa que

Quais as principais vantagens dos stateless components em relação a declaração normal?

De bate pronto, uma vantagem palpável é o código gerado ser menor. Outra vantagem é que a programação funcional (i.e., stateless function components) é menos error prone, então você pode acabar gerando uma base de código mais sólida no caso de componentes onde o estado não é importante. Um HOC para trabalhar com o tempo de loading de componentes, por exemplo, pode ser facilmente criado funcionalmente e é muito mais fácil de se manter. Outro ponto é a separação de responsabilidades. Se você não precisa do estado, use algo que lhe entregue exatamente isso, evitando o overkill.

Se a única ferramenta que conhecemos é um martelo, tudo vai se parecer com um prego. Partindo dessa máxima, é bom conhecer todo o toolset do react e saber quando usar o quê.

Conclusão: Um componente funcional não tem estado, não acesso aos métodos do ciclo de vida e é mais fácil de ser escrito já que é uma função. (Trivia: é possível criar componentes funcionais como métodos de uma classe que representa um componente de classe. Abre possibilidades para várias coisas). Já um componente de classe tem estado e permite acesso aos métodos do ciclo de vida. Se você precisa manter o estado da UI encapsulado no componente, a solução com classes é a mais adequada. Vale lembrar que o react vai instanciar um objeto toda vez que o render ocorrer, o que pode levar, em casos extremos, a problemas de memória. Então, se você detectar componentes que podem ser escritos como funcionais, escreva-os.

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    Show Caio! Muito boa a resposta! Obrigado por compartilhar! 20/12/2018 às 15:12

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