O que significa o operador <<-
em R, quais são suas diferenças com relação a <-
e em que circunstâncias ele pode ser útil?
2 Respostas
Vou explicar com um exemplo.
> objeto_fora_da_funcao <- 1
> f <- function() {
objeto_fora_da_funcao <- 10
return(objeto_fora_da_funcao)
}
Saídas
> f()
# [1] 10
> objeto_fora_da_funcao
# [1] 1
Agora, vamos mudar <-
por <<-
dentro da função f
:
> objeto_fora_da_funcao <- 1
> f <- function() {
objeto_fora_da_funcao <<- 10
return(objeto_fora_da_funcao)
}
Repare nas saídas agora:
Saídas
> objeto_fora_da_funcao
# [1] 1
> f()
# [1] 10
> objeto_fora_da_funcao
# [1] 10
O que está por trás disso é o jeito que o R guarda os objetos em "environments", que poderia ser visto como conjuntos de objetos (números, vetores, data.frames, funções, etc.).
<<-
é geralmente útil dentro de funções, pois as funções trabalham com "environments" próprios, temporários. Apesar das funções de acessarem objetos globais, o operador <-
está programado para criar (ou redefinir) objetos dentro do "environment" da respectiva função, apenas. E é exatamente por isso que existe o <<-
. Ele irá procurar objetos com aquele dado nome em todos os "environments" do mais específico até o mais abrangente (conhecido como "Global environment").
Isso é útil quando vc quer que uma função altere variáveis globais.
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Só que alterar variáveis globais de dentro de uma função vão contra as boas práticas de programação da maioria das linguagens modernas :P Commented 22/09/2014 às 2:55
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1@LucasSoares É que a principal vantagem não é necessariamente alterar as variáveis globais, mas sim as variáveis dentro do próprio ambiente da função, vou colocar um exemplo. Commented 22/09/2014 às 3:22
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2Athos, eu somente alteraria a última frase para: "Isso é útil quando vc quer que uma função altere variáveis de seu ambiente pai." Abraços! Commented 22/09/2014 às 3:58
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@Athos, continua sendo uma violação das boas práticas. Para facilitar o entendimento do código, a localização de bugs e uma eventual paralelização, o ideal é que cada função altere apenas o seu ambiente. Commented 22/09/2014 às 16:25
Complementando a resposta do Athos, seguem alguns exemplos em que o uso do <<-
pode ser útil para alterar variáveis dentro do próprio ambiente da função sem alterar variáveis globais:
Gerando um contador que acumula o valor de i
no ambiente da função (baseado no livro do Hadley):
contador <- function() {
i <- 0
function() {
i <<- i + 1
i
}
}
cont1 <- contador()
cont1()
[1] 1
cont1()
[1] 2
cont1()
[1] 3
cont2 <- contador()
cont2() # note que o contador de cont2 é separdo de cont1
[1] 1
cont1()
[1] 4
Implementando memoization com local
e <<-
na sequência de fibonacci (exemplo adaptado do R Inferno):
fibonacci <- local({
memo <- c(0, 1, rep(NA, 100))
f <- function(x) {
if(x == 0) return(0)
if(x < 0) return(NA)
if(x > length(memo))
stop("’x’ too big for implementation")
if(!is.na(memo[x])) return(memo[x])
ans <- f(x-2) + f(x-1)
memo[x] <<- ans
ans
}
})
fibonacci(10)
[1] 34
Gerando uma seqüência de fibonacci com replicate
e <<-
fibonacci <- function(n){
x0 <- 0
x1 <- 1
x <- numeric() # para assegurar que <<- não altere a variável global
fib <- function(){x <<- x1 + x0; x0 <<- x1; x1 <<- x}
c(x0, x1, replicate(n-2, fib()))
}
fibonacci(10)
[1] 0 1 1 2 3 5 8 13 21 34