Depende da qualidade do scaffolding, e de quão bem ele lida com as inevitáveis mudanças que surgirão no decorrer do projeto.
De um modo geral, toda vez que um sistema (ex.: sua aplicação) precisa interagir/integrar com outro sistema (ex.: o banco de dados) é necessário um mapeamento de conceitos, pois não só cada um lida com uma abstração diferente (ex.: objetos vs. tabelas) como é necessário estabelecer qual entidade de um lado corresponde a uma entidade do outro (ex.: a classe X representa a tabela Y). Isso às vezes é apelidado glue code ("código cola").
Há várias maneiras de se fazer isso (hardcoding, arquivos de configuração, introspecção/reflexão, etc), sendo o scaffolding uma delas. A ideia por trás dessa técnica é - assumindo que bastante código boilerplate precisa ser escrito - facilitar a tarefa combinando um código menor, mais declarativo, com dados obtidos via introspecção, produzindo a partir dos mesmos um código completo. Isso é diferente de, por exemplo, gerar um "esqueleto" (skeleton) a partir dos dados e deixar o programador completá-lo (comum em ferramentas de UML, por exemplo - pelo menos as mais antigas).
Pessoalmente, não me agrada a ideia (pelo menos do "scaffolding durante o design") porque contesto o pressuposto de que esse código boilerplate é necessário - creio que os mesmos resultados poderiam ser obtidos com código genérico, via reflexão. Mas em si, a prática não me parece detrimental em nenhum sentido (talvez exceto pelas pilhas de código gerado...). Não vejo porque seria adequada pra protótipos mas não pra produção.
Quanto a problemas em se usar essa técnica, só vejo o potencial de surgirem problemas à medida que o projeto evolui. Digamos que foi feito o scaffolding, e percebeu-se que algumas alterações eram necessárias no código gerado. As mesmas foram feitas, e no futuro houve a necessidade de se evoluir o esquema (i.e. fazer mudanças no BD). O que fazer com o código já existente? Normalmente, a resposta seria "gerá-lo de novo", mas como foram feitas alterações no mesmo, teria-se que fazê-las todas de novo. Alternativamente, pode-se não refazer o scaffolding, fazendo as mudanças todas à mão, mas o volume dessas mudanças pode ser significativo (e fazê-las à mão traz potencial para erros).
É nesse ponto que a ideia me incomoda: se um sistema é construído sob a filosofia do scaffolding, ele não hesitará em adicionar mais e mais código ao seu processo de geração, partindo do princípio que isso não traz problemas ao programador. Quando na verdade isso traz sim problemas, como já mencionado. Já um sistema que use uma filosofia alternativa, nem que seja a de "hardcode tudo", terá sempre em mente o custo das alterações ao programador, e tentará minimizar esse custo da forma que for possível (através de código genérico, introspecção/reflexão, ou simplesmente via ferramentas auxiliares para modificar as configurações).
Não tenho experiência com o Rails pra dizer se a qualidade do seu scaffolding é ou não boa. De modo que minha recomendação é observar os seguintes parâmetros ao decidir por usar ou não essa funcionalidade: 1) se eu precisar refazer o scaffolding, vou perder alguma coisa? e 2) se meu banco precisar mudar, radicalmente até, quanto código eu terei que escrever à mão para adequar meu sistema atual às mudanças? Simule alguns cenários assim, veja o que o Rails te oferece pra te ajudar nisso, e assim avalie se é algo factível de se fazer em produção ou não (onde não dá pra "jogar tudo fora e começar de novo", mas se precisa dar manutenção seja isso difícil ou não).