no Java, na classe Modelo eu posso criar na classe funcionario
o atributo Setor s
, porém o PHP não é tipado, como eu poderia resolver esse caso de associação?
A maneira como ensinaram OOP para as pessoas é baseado em linguagens estaticamente tipadas então há limitações quando tenta usar orientação a objeto em linguagens dinamicamente tipadas. Há uma forma de programação que é baseado no modelo do Smalltalk que muitos chama de programação orientada a objeto, mas seu criador recentemente admite que o modelo é orientado à mensagens*.
PHP ainda é uma linguagem de script, seus códigos rodam por uma fração de segundo ou até por alguns segundos, então fazem coisas muito rápidas, são naturalmente microsserviços, então OO não é algo que ajude muito neste tipo de ambiente.
Por isso tentar reproduzir em PHP a forma como se faz em Java é esquisito, mesmo que seja o que todo mundo esteja fazendo. Não é algo com fundamento, é só porque alguém disse que quem não fizer assim é mulher do padre. Se deseja usar o mesmo modelo do Java e ter algo parecido com PHP use Hack, que é o que o PHP quer ser e é mantido por pessoas altamente qualificadas para fazer funcionar.
Nem Java chama isto que está se referindo como atributo, só em UML que o termo é usado oficialmente. Nas linguagens isto chama-se campo. E em PHP não pode ter um tipo.
Um detalhe importante: muitas metodologias pregam que não deve-se usar getters/setters, eu acho exagero, mas faz algum sentido, na forma como as pessoas costumam usar está errado mesmo. Algumas perguntas para refletir:
Uma das coisas que pode fazer em um setter em PHP é verificar se o dado é de determinado tipo. Mas PHP já permite que coloque o tipo no parâmetro e o interpretador pode fazer a verificação para você. Isso faz mais sentido em uma linguagem compilada. Isto nem de perto é tipagem estática que Hack possui, é só type hinting que tem alguma vantagem.
Aliás, classes na forma como é construída, para usar como contrato, só faz sentido em linguagem compilada e estaticamente tipada.
Uma forma que algumas pessoas usam e eu acho bem plausível, em linguagens de tipagem dinâmica, apesar de eu ser filosoficamente contra é o uso de notação húngara. Assim todas variáveis, e até métodos poderiam ter no seu nome indicando qual é o tipo dela, o que é uma documentação difícil de ignorar, ainda que polua um pouco o nome. Mas novamente, se isto é uma preocupação, vai pra Hack, ou Java, ou outra linguagem que usa o melhor dos dois mundo, como C#.
Isso é uma rasa tentativa de evitar o problema de Gettier que impera por aí, o que não quer dizer que isto aqui seja o conhecimento que ele fala.
* OOP não é message based
caso eu quisesse o nome do setor em que o funcionário está relacionario, ficaria $f = new Funcionario(); $f->getSetor->getNome();
Respondendo comentário, não exatamente, seria mais algo como:
$f->getSetor()->getNome();
Coloquei no GitHub para referência futura.
Esta é uma forma de fazer, partindo do princípio que setor é um objeto que possui um método que pega o seu nome. Claro que poderia ignorar o getter e acessar direto o campo se torná-lo público.
após algumas pesquisas aqui no site, vi que no PHP a classe Modelo do MVC é onde ficam métodos (crud...), porém no Java ficam apenas os atributos, e esses métodos na classe DAO, isso se deve ao uso da persistência de dados, ou apenas um jeito diferente de usar o MVC?
Existem várias formas de se ver o MVC. As classes (no plural) que representam um modelo costumam ter métodos que fazem todas operações que o objeto pode fazer, ou pode ter só os métodos que são regras de negócio (tem um DAO), ou podem ser completamente anêmicos e só possuírem estado, ou pode fazer um meio termo se fizer muito sentido.
As pessoas fazem de forma diferente por dois principais motivos:
- elas não sabem o que estão fazendo e só copiam um modelo que viram em algum lugar, portanto não importa, já é um erro a motivação do uso
- elas sabem o que estão fazendo e escolhem um caminho porque fazem mais sentido para eles trabalharem assim, seja porque a equipe trabalha desta forma, seja porque o problema que lida funciona melhor.
Há metodologias que pregam uma coisa ou outra. Não dá para dizer o que é mais certo, apesar seguir uma filosofia. Alguns frameworks obrigam fazer de uma determinada forma. Por exemplo: OOP mais puro usa a forma de ter tudo nele; DDD
já prega tudo muito separado, e há o meio termo que costuma ser mais pragmático.
Em ambientes muito organizados eu prefiro o DAO ou algo semelhante de forma separada. Em ambientes pouco organizados, o que não é o mesmo de bagunçado, apenas uma forma de pouca cerimônia, que é o que linguagens como PHP sempre pregou, aí você faz o que é mais simples e pode colocar junto se é algo específico. Pra falar a verdade uma das grandes vantagens que PHP tem e as pessoas estão jogando no lixo programando como se fosse Java é generalizar soluções e sequer precisar cuidar da gravação de forma específica.
Java não ajuda muito, embora possa fazer, mas mesmo linguagens mais burocráticas, como C# estão incentivando a generalização com reflexão e mais recentemente com geração de código, pode ter o melhor dos dois mundos.
As pessoas não fazem de forma diferente porque elas não entendem o que estão fazendo, só seguindo receitas de bolo encontradas em livros, ou pior, em blogs e vídeos na internet, ou pior ainda em posts isolados por em fóruns, outros sites e pasmem, em WhastsApp! Isso é o que se chama de "dica Miojo"*, é rápido, resolve seu problema em 3 minutos, mas depois te dá mais fome e te causa problema de saúde! E eu sei que ninguém vai ler tudo o que tem linkado para formar sua própria opinião :P
*Miojo é marca registrada da Nissin e não tem nada a ver com o assunto. O termo "Dica Miojo" é invenção do meu amigo João Benito "Excel man" Savastano.