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Nessa pergunta podemos vero que é ViewModel: Pra que serve uma ViewModel no ASP.NET MVC?

Nessa outra pergunta podemos ver o que é DTO: O que é um DTO?

Mas afinal de contas:

  • Qual a diferença entre DTO e ViewModel?
  • Quando devemos usar um ou outro ou até mesmo os dois?

E ainda tem essa aqui Utilização de DTO e ViewModel em projeto ASP.Net MVC que eu acredito não ser duplicada

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  • Boa +1, eu andei pesquisando sobre, mas pra mim não fez muito sentido quando utilizar um e outro, vou aguardar uma resposta aqui!
    – Marconi
    7/06/2018 às 20:22
  • Eu já havia pesquisado há um tempo, mas também não havia entendido. Normalmente uso ViewModel em Web e DTO em apis. mas porque apreendi assim, sem um porquê(o que é péssimo)
    – Barbetta
    7/06/2018 às 20:30

2 Respostas 2

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Lá na pergunta sobre DTO já tem uma boa resposta sobre o que ele é, exceto pelo fato de falar em campos como se fossem atributos, mas é um erro que 99,99% das pessoas cometem mesmo :).

Vamos esquecer um pouco, e só por um momento inicial, a terminologia usada no MVC para não confundir. Vamos usar a terminologia do banco de dados que é mais comum as pessoas entenderem.

O DTO é uma forma de organizar informações na aplicação que vem de alguma(s) fonte(s), geralmente um banco de dados, mas pode ser outro mecanismo. Podemos entender o DTO como uma view que você já deve conhecer do banco de dados. Não que seja exatamente isto, mas só para entender. O DTO pega dados da fonte de dados e monta um objeto fácil de usar usado pela aplicação. Em geral o DTO faz um mapeamento simples e não tem comportamento. Ele tem relação direta com a fonte de dados, e pode ser usado em diversas partes da aplicação apenas para consumo.

Geralmente quando este tipo de objeto tem comportamento ele passa ser um padrão chamado de Active Record. Em alguns casos usa-se o Domain Object ou outra terminologia com pequenas sutis diferenças.

O DTO pega os dados de uma fonte, provavelmente uma tabela de um banco de dados, e monta um objeto simples. O AR permite ter uma lógica de como a transferência será feita, e até mesmo lógica de negócios nela, ainda que alguns autores indicam que aí já seja outra coisa.

O DTO é um mecanismo que pode ser usado como parte do modelo do model do MVC, mas geralmente é o AR que é usado.

Não gosto da pergunta sobre DTO e view model, acho que está confuso, provavelmente errado e segue uma linha específica de desenvolvimento que eu não gosto. Vou ignorá-la.

Continuando na analogia com banco de dados o view model, é como se fosse uma view de um banco de dados que você já conhece, porém apenas dentro da sua aplicação. Ele é um modelo para a view do MVC. Ele não é um modelo para a base de dados. Claro que ele terá que se comunicar com o modelo da base de dados para pegar dados, mas o consumo é da view do MVC.

Há muitos casos simples que usar um objeto via DTO, AR, DO, ou o que seja adequado e simples, há uma relação fácil entre esse objeto e o que vai usar na view do MVC. Mas há casos que não é tão simples, você precisa de objeto que será consumido pela view que é mais complexo que é composto por um subconjunto de campos desses objetos que se ligam à base de dados, ou de campos criados só nesses objetos porque a base de dados ou objetos da aplicação não os provê, ou ainda precisa de dados que estão em diversos objetos e fica complicado usá-los separadamente, então compila-se (no sentido de juntar, não de analisar um código fonte :) ) tudo isto em um objeto que se encaixe na demanda da view do MVC. Ou seja o view model mapeia para a view do MVC, enquanto que o model mapeia com a base de dados.

Então o view model é como se fosse um SELECT pré-estabelecido que gera um objeto pronto e fácil de usar na view.

Não há qualquer relação entre os dois. Achar que o DTO é um mecanismo do view model, na minha concepção, é errado, mas é possível fazer essa analogia como um DTO entre o modelo do MVC e a visão do MVC.

Se não tem uma view na jogada, não tem porque usar um view model. E view pode ser de um padrão de projeto conhecido como o MVC, MVP, ou MVVM, e provavelmente em RUI (que eu ainda estou estudando, e parece bom), mas podem ser views fora desses padrões conhecidos, tem gente que usa um M(odel)V(iew) e um model view pode ser útil mesmo em casos assim.

DTO é um mecanismo primitivo. Sozinho, em sua essência, ele é útil em aplicações simples e diretas. É quase impossível ter uma aplicação com base de dados que não tenha alguma forma de DTO ou suas derivação, geralmente um AR, mesmo que não pareça, já que há linguagens e frameworks que abstraem isso para você. O viewmodel não é necessário a não ser que o mecanismo que se comunica com a view exija, o que é comum nos frameworks MVC por aí, mas é mais por deficiência deles.

Pra fica claro, o model do MVC é sempre uma forma, quase sempre mais sofisticada, de DTO, em geral até mais sofisticada do que um AR. Muitas vezes o model é representado por um repositório, que é cheio de ARs e outros mecanismos.

Coloquei no GitHub para referência futura.

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  • Compreendi a diferença, minha visão(posso ter entendido algo errado) eles são parecidos, mas tem finalidades totalmente diferentes. Pelo que entendi eu já usava da forma correta, só não sabia o porquê. Só me ficou uma pequena dúvida(para deixar mais claro o que já está claro), aqui você diz O DTO pega os dados de uma fonte, provavelmente uma tabela seria errado ter um select "customizado" que traga dados de 2 ou 3 tabelas e passado para um DTO com esses campos ou nesse caso seria AR?
    – Barbetta
    8/06/2018 às 21:11
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    Não sei dizer com propriedade, eu acho que não, pelo que eu entendo, e se estamos falando da mesma coisa, é tranquilo, desde que o objweto resultado deste DTO seja simples, ou seja, voc|ê quer o nome do cliente, mas ele não está na tabela base para o DTO que só tem um ID do cliente, acho ok pegar o nome lá ter no objeto diretamente, porque toda aplicação vai precisa disto, o que é diferente de uma view específica precisar dele. Mas não tenho certeza, posso pesquisar. Porque o que eu acho certo é fazer o que precisa, que nome vai dar é secundário, embora eu goste de dar o nome certo, ajuda...
    – Maniero
    8/06/2018 às 23:27
  • ...entender melhor, comunicar melhor.
    – Maniero
    8/06/2018 às 23:29
  • Concordo plenamente ;) Para finalizar, sem querer folgar, mas já folgando. estou pesquisando mas não estou achando sobre MVVP e RUI que você citou. alguma indicação de artigo sobre?
    – Barbetta
    8/06/2018 às 23:44
  • O certo era MVVM :D o RUI é novo mesmo não tem muita coisa
    – Maniero
    9/06/2018 às 0:03
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TL;DR

Use DTO para modelar a API do seu sistema ou componente (backend), ou seja, como o "mundo externo" vê o modelo de dados.

Use ViewModel para modelar os dados expostos na interface com o usuário (frontend).

Compreendendo abstrações no backend

Quando comecei a programar, eu tentava pesar num sistema como um todo, desde o banco até a "telinha" como uma coisa só. Tentava refletir, tanto quando possível, o banco de dados na tela e vice-versa.

Pulando uma década, cada vez fica mais claro que isto não funciona, por várias razões.

Num mundo de micro-serviços - ou mesmo num sistema grande bem organizado - é importante que cada peça da engrenagem funcione com uma responsabilidade e um modelo bem definido. Entretanto, um endpoint pode ser bem diferente da forma como os dados são realmente armazenados, se é que um banco de dados existe mesmo. Detalhes de implementação não importam para quem usa o sistema.

Portanto, o projeto de um sistema moderno começa com a definição da API. Os desenvolvedores podem usar qualquer tipo de bancos de dados e então, na hora de representar ou receber os dados do mundo externo, o padrão DTO é aplicado.

Um sistema complexo pode agregar dados de diversas fontes diferentes e criar um DTO como um valor de retorno. Ou o contrário: ele recebe uma requisição com um corpo em JSON, por exemplo, que algum framework pode automaticamente mapear para um DTO, e no final o sistema pode destrinchar aquela informação e tomar diferentes ações.

Compreendendo abstrações no frontend

Um processo muito semelhante acontece nos frontends modernos, principalmente quando falamos de Apps escritos em React.js, Android e muitos outros.

O frontend moderno deixou de ser um simples formulário baseado numa tecnologia de templates, onde você preenche alguns valores e renderiza para o usuário.

Os SPAs (Single Page Applications) e mesmo Mobile Apps podem consumir informações de uma miríade de sistemas.

Portanto, é comum em designs modernos você projetar o frontend de forma completamente independente do(s) backend(s) por traz do sistema.

Assim, você precisa definir models das views ou View Model. Os dados podem vir de diferentes requisições a diferentes servidores, de interações com o usuário, do ambiente ou navegador, etc.

Considerações

Os dois padrões são usados para a representação de dados, porém geralmente em camadas completamente diferentes e isoladas de um sistema ou conjunto de sistemas.

É importante entender os conceitos na prática, já que tecnologias e frameworks podem, de uma forma ou de outra, apropriar-se dos conceitos e tornar confusa a aplicação deles.

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