Sempre estranhei a sintaxe do #include
e do #define
, pois diferem muito da sintaxe do restante da linguagem. Descobri que isso se deve ao fato desses comandos se destinarem ao pré-processador e não ao processo de compilação "em si".
Descobri também que manuais de compiladores como o Manual do GCC desestimulam o uso do pré-processador, sugerindo que o programador dê preferência aos mecanismos da própria linguagem. Exemplo: na seção sobre o comando #pragma
, que modifica os parâmetros para compilação, recomenda-se sempre que possível substituí-lo por atributos de função.
Entretanto, apesar dos argumentos para dar-se preferência ao compilador me pareçam coerentes, nunca encontrei uma forma de usar bibliotecas em C/C++ sem o comando de pré-processamento #include
. Além disso, para evitar a inclusão de cabeçalhos duplicados, é necessário utilizar include guards ou o comando #pragma once
, ambos dependentes do pré-processador.
Porque as linguagens C/C++ não dão suporte à inclusão de bibliotecas utilizando apenas comandos do compilador?
Em Pascal e Object Pascal temos o uses
, em C# using
e em Java o import
, entre outros exemplos. Sei que as linguagens C/C++ estão em constante desenvolvimento e atualização até hoje, então por que esse tipo de recurso nunca foi adicionado?
Eu compreendo a utilização do pré-processador para compilação condicional, em especial no desenvolvimento de funções compatíveis entre vários SOs. Mas usar bibliotecas não seria uma função muito básica para ficar a cargo do pré-processador? Qual a justificativa para isso?
Desde que estudei o assunto, sinto que sempre que uso bibliotecas em C/C++ estou fazendo uma "gambiarra".