Expressões lambda são uma funcionalidade comum em muitas linguagens, em particular as que seguem o paradigma Programação Funcional (o termo em si vem do Cálculo Lambda, fundação matemática que sustenta esse paradigma), mas que recentemente vêm sendo introduzidas em linguagens de outros paradigmas (como, no caso, o Imperativo/Orientado por Objetos). Para entendê-las, é necessário conhecer os conceitos de funções de primeira classe e literais.
Tradicionalmente no Java, um método (função, procedimento) somente existe como membro de uma classe. Isso significa que, embora você possa ter uma variável "apontando" para um objeto, você não pode guardar um método numa variável. Tudo aquilo que é permitido referenciar numa linguagem (no caso objetos ou tipos primitivos), passar como parâmetro para outras funções, etc, é dito ser "de primeira classe".
Outras linguagens, entretanto, permitem que funções e outras coisas mais (como classes) sejam referenciados e passados como argumento. Exemplo usando JavaScript:
function teste() { alert("teste"); }
var x = teste;
x(); // Alerta "teste"
O suporte a funções de primeira classe simplifica em muito a construção de certas funções. Por exemplo, se queremos ordenar uma lista, e gostaríamos de especificar um critério específico de comparação, passamos uma função como parâmetro para o método de ordenar:
ordena([...], function(a,b) { /* compara A e B */ });
Em vez de ter que criar uma classe específica para conter a tal função:
class MeuComparador implements Comparador {
int comparar(Object a, Object b) { /* compara A e B */ }
}
ordena([...], new MeuComparador());
As expressões lambda vão um passo além, não só permitindo passar funções como parâmetro para outras funções*, mas também permitindo que as mesmas sejam expressas como literais. Um literal é uma notação que representa um valor fixo no código fonte, ou seja, através do uso da própria sintaxe você consegue criar um objeto que de outra forma exigiria a combinação de duas ou mais funcionalidades diferentes. Exemplo (expressões regulares em JavaScript):
var regex = /.../; // Literal (o resultado já é um objeto RegExp)
var regex = new RegExp("..."); // Não literal (usa-se uma string, uma classe e o
// comando "new" para se construir o objeto
No Java 8, o literal para uma expressão lambda consiste em uma lista de argumentos (zero ou mais) seguida do operador ->
seguida de uma expressão que deve produzir um valor. Exemplos:
() -> 42 // Não recebe nada e sempre retorna "42"
x -> x*x // Recebe algo e retorna seu quadrado
(x,y) -> x + y // Recebe dois valores e retorna sua soma
Para entender os detalhes internos, como isso impacta o restante do programa, como é feito a descoberta de tipos, etc, sugiro ler a documentação oficial (em inglês), pois se trata de uma funcionalidade ainda nova (pelo menos nessa linguagem). Quanto às vantagens, a principal delas é a concisão - fazer mais coisa escrevendo menos código. Com frequência, não há razão para se exigir que uma função esteja sempre acompanhada de uma classe, e o uso dessas expressões evita muitas construções desnecessárias.
*Nota: como apontado por @dstori, a introdução de expressões lambda no Java não tornou as funções primeira-classe, uma vez que essas expressões são convertidas em classes anônimas pelo compilador (ou seja, ainda não é possível fazer referência direta a um método em Java, somente indireta através do objeto que o define).