Vou começar lançando alguns links importantes para entender sobre linguagens, compiladores, interpretadores, etc.:
Linguagens são especificações, então elas existem por si só, elas existem "no papel". Em geral a forma como elas serão implementadas não importa.
Compiladores ou interpretadores são implementados sempre em alguma linguagem, seja código de máquina, Assembly, C, ou outra linguagem, não importa.
Runtime
É comum as linguagens terem uma biblioteca padrão que pode ser escrita na própria linguagem, em outra mais adequada, possivelmente mais rápida, ou um híbrido disto. Também haverá um runtime que pode ser absurdamente simples como em C (ou nem existente como Assembly), ou monstruosamente grande como Java, C#, e outros, além, claro das linguagens interpretadas ou que rodam em máquinas virtuais.
"Linguagens interpretadas" precisam de um runtime que faça a interpretação. "Linguagens compiladas" que geram um bytecode também precisam de um interpretador desse bytecode. Linguagens JITtadas como JS ou Java, (C# também pode, mas existe variação nativa) precisam do JITTer. Note que falo de linguagens, mas no fundo são suas implementações.
Esse runtime precisa ser escrito em alguma linguagem. Pelo menos uma parte dele precisa ser feito em outra linguagem para dar o bootstrap. Em geral um bootstrap precisa ser feito em Assembly e/ou C para ser muito simples e acessar o mais baixo nível.
Tem casos que precisam de uma máquina virtual para rodar isso e outras coisas necessárias para a infraestrutura da linguagem. Não deixa de fazer parte do runtime.
Linguagens de tipagem dinâmicas precisam de uma infra de acesso à memória e tratamento dos problemas em tempo de execução, isso exige algo em runtime que deve ser escrito em alguma linguagem que entenda a memória de forma direta, não pode ser uma linguagem muito abstrata. C é muito adequada para isso.
Muitas linguagens hoje em dia trabalham com memória gerenciada que foi um dos maiores boosts de produtividade da programação depois do advento da linguagem de alto nível e a modularização de código. Absurdamente mais que OOP que muitos acham que é a 8a. maravilha da natureza :) Isso tem um custo que muitas linguagens secundárias não podem pagar.
Linguagens de script
Vamos combinar que linguagens de script são interpretadas ou rodam em uma máquina virtual, possuem tipagem dinâmica, memória gerenciada e não costumam ter o máximo da performance por conta própria.
Então para fazer esse runtime precisa de outra linguagem mais poderosa, flexível e rápida. Seja para interpretar, gerenciar a memória ou executar outras tarefas. Uma parte dele até pode ser escrito na própria linguagem, mas seria terrível. Uma parte não tem jeito, precisa de algo diferente. Até C precisa de um tiquinho de outra linguagem (Assembly).
O compilador dá para escrever nela própria, mas certamente será muito pouco adequada. O interpretador não dá 100%, embora eu imagine uma gambiarra que dê uma parte, mas não faz o menor sentido.
Até por performance, boa parte da biblioteca padrão de uma linguagem de script costuma ser escrita em C ou C++.
Algumas linguagens podem ser de script apenas em certa implementação. Isso muda um pouco, são linguagens que originalmente não foram idealizadas para serem de script, mas foram implementadas assim, aí dá para implementar quase 100% nela mesma, mas só porque ela não possui todas essas características. É o caso de C que só precisa de um bootstrap minúsculo em Assembly.
Implementações
Várias linguagens possuem diversas implementações, embora só uma costuma ser oficial e até por isso seja a mais popular. É verdade que as secundárias costumam ser de qualidade inferior, recebem menos amor e de fato muitas são experimentos.
Lua tem diversas implementações, tem até VM escrita nela mesmo. O que não quer dizer que sejam adequadas.
Python também tem, com destaque ao PyPy que é escrito em Python mesmo.
O mesmo vale para JavaScript.
Ruby também está disponível alternativamente, mas não sei se alguma foi escrita em Ruby.
Certamente ocorre com outras linguagens.
Conclusão
Então nenhuma linguagem é tão autossuficiente assim, exceto o Assembly. Mas se a dúvida é sobre tudo isso que eu falei acima, sim, linguagem de script sempre é construída em cima de outra linguagem, seja em parte, seja o todo.
Performance é o principal motivo por optar por outra linguagem para escrever quase 100% de uma implementação para uma linguagem de script.
Vou contribuir com outros repositórios:
Coloquei no GitHub para referência futura.