Já tive uma boa experiência com microserviços, vamos lá:
Vantagens:
Divisão dos times: Quando seu sistema cresce e o time de desenvolvimento também acaba vindo a necessidade de quebrar uma equipe grande em equipes menores para facilitar a comunicação e divisão de tarefas. Com o paradigma de microserviços, equipes podem atacar serviços diferentes sem o risco de uma alteração afetar o desenvolvimento da outra equipe (colisões em merges, etc).
Escalabilidade Seletiva: Quando você precisa de mais performance no modelo monolítico normalmente você duplica o servidor todo ou aumenta sua capacidade. Com microserviços (ou em qualquer paradigma de sistemas distribuídos), você pode escalar somente a parte do sistema que realmente precisa de mais performance, sem tocar no resto.
Velocidade de desenvolvimento: Esta parte só se aplica depois que seu sistema todo já está bem maduro e estou falando da parte do código somente. Soluções menores compilam mais rápido e são mais fáceis de trabalhar.
Liberdade de escolha de tecnologias: Cada microserviço pode ser escrito na linguagem e utilizar o banco de dados mais interessante para resolução daquele problema em específico. Novas tecnologias/frameworks podem ser testados de forma rápida e contida.
Atualização rápida de frameworks: Como cada microserviço é independente, fica mais fácil subir a versão de certo framework sem medo de side-effects em outras partes do sistema. O trabalho também é menor, já que a solução é bem pequena e pode simplesmente ser reescrita se for este o caso.
Desvantagens
Setup: O setup de sua aplicação pode ficar muiiito mais longo dependendo do seu contexto. Há de se pensar em API Gateways, service discovery e todo o orquestramento dos microserviços, coisas que normalmente não são necessárias em aplicações monolíticas.
CORS: Se você fizer chamadas AJAX para vários serviços, pode ter o problema de CORS. Isto pode ser resolvido com uma API Gateway/Proxy reverso (mais trabalho, mais itens para gerenciar).
Autenticação: Mesma coisa que o CORS, pode ser resolvido de várias formas (API Gateways + tokens por exemplo), mas gera muito mais trabalho no início.
Logs: logs são descentralizados e devem ser centralizados em algum lugar para diagnóstico completo.
Deploy: Esta é a pior parte. Se você já tem problemas com deploy com sua aplicação monolítica, nem pense em microserviços. Todos os problemas vão ser multiplicados pelo número de serviços, já que ao invés de 1 único e simples deploy, você tem que fazer vários.
Teste: Testar a aplicação como um todo dá muito mais trabalho no sandbox de cada desenvolvedor. Debug de ponta a ponta fica mais complexo já que você vai estar trabalhando com cada serviço. Tecnologias de containers podem ajudar.
API Gateway Bottleneck: Se você tem uma equipe cuidando da API Gateway, ela pode virar seu bottleneck de desenvolvimento se no seu caso cada nova funcionalidade tem que passar por ali.
Backup: Como cada microserviço acaba tendo sua base de dados separada, você vai ter muito mais backups para fazer e gerenciar.
Transações: Com várias bases de dados você vai ter o problema de transações distribuídas e talvez alguma replicação de dados.
Conclusão
O paradigma de Microserviços está na moda e muita gente está usando sem parar muito para pensar nos prós e contras. Não há nada de errado com aplicações monolíticas, tudo depende do seu contexto.
Como em qualquer decisão de uso de alguma tecnologia, a pergunta que você tem que fazer é:
Qual problema eu quero resolver com microserviços? E quais problemas eu vou introduzir com eles? Vale a pena?
E uma última dica:
Se sua empresa não tem uma cultura forte de devops, esqueça Microserviços. Fomente e fortaleça essa cultura e somente quando estiverem muito bons nisso comecem a pensar nesse paradigma. Deploy vai ser peça primordial no sucesso ou no fracasso de um sistema deste tipo.