Estou com uma dúvida em Complexidade de Algoritmos. Como podem ver, na imagem abaixo, as expressões são equivalentes, ou seja, possuem as mesmas qualidades e o mesmo termo dominante (n²), então porque os resultados são diferentes?
2 Respostas
Na verdade, não está completamente errado. Tudo o que vou escrever aqui foi retirado do livro e das videoaulas de Cormen et al (2002).
Para começar, a notação Big-O (ou O-grande) serve-nos apenas para um "limite assintótico superior". É importante saber disso, pois a notação Teta (Θ) refere-se a limites assintóticos uma função acima e abaixo (ou seja, um limite assintótico "firme", ou "justo" em algumas traduções).
Quando se escreve normalmente que f(n) = O(g(n))
, se está simplesmente afirmando que algum múltiplo constante de g(n)
é um limite assintótico superior sobre f(n)
. O Detalhe é que na notação big-O não há qualquer menção sobre o quanto o limite superior é restrito.
Ou seja, a notação diz que existe uma função f(n)
que é O(n<sup>2</sup>)
tal que, para qualquer valor de n
, não importa o tamanho escolhido, o tempo de execução sobre essa entrada tem um limite superior determinado pelo valor de f(n)
.
Em tese, portanto, uma função f=n2-1 também tem um "limite superior" não-restrito de O(n3). Afinal, para todo n positivo, como n3 é monoticamente crescente quando n > 0, vai existir constantes positivas c e n0, tais que 0<= f(n) <= cg(n), para todo n >= n0.
Faça o teste!
Porém, não se usa a notação big-O dessa forma. Embora exista (e ela represente, de fato) um "conjunto de funções" que fazem a notação ser verdadeira (basicamente, nesse caso, toda função que tenha limite superior acima da função f por um fator c, polinomialmente), usa-se, sempre o limite assintótico mais "próximo".
Talvez tenha ficado confuso, mas a partir de 2:51 desse vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=whjt_N9uYFI, Erik Demaine explica direitinho os "abusos" matemáticos da notação big-O (e o fato do sinal de igual ser assimétrico é um deles!) demonstrando como esses limites funcionam
De fato, ele usa o seguinte exemplo: 2n2= O(n3) e explica que isso, na verdade quer dizer que 2n2 ∈ O(n3), ou seja que ela faz parte do "conjunto" de funções limitados assintoticamente por O(n3). Entende?
Ou seja, vc pode SIM, afirmar que g(n) = 3n3 + 2n2 + n é O(n4), mas essa afirmação é muito mais "fraca" ou imprecisa (ou melhor, "assintoticamente imprecisa") do que dizer que g(n) é O(n3), entende? Já que para provar, pela definição que g(n) acima é O(n3) basta provar que ela é <= 6n3, para n>=0.
Espero ter ajuda a entender esse assunto, ao menos um pouquinho.
Qualquer dúvida, vá nos comentários!
Não tem absolutamente nada de errado.
Se f ∈ O(g)
e g ∈ O(h)
, então f ∈ O(h)
.
Ou seja, toda função f(n)
pertence a O(g(n))
se para todo n
for verdade que g(n) >= f(n)
.
É evidente que para todo n
é verdade que n^3 >= n^2
, então f(n^2) ∈ O(n^3)
.
1
tem algum significado?