Como isso é possível?
Números grandes (2 elevado a 128) possuem capacidade considerada quase infinita.
Não há garantias que o GUID seja único sempre. Até existem versões que garantem, mas pode usar a versão que não garante. Mesmo não garantindo, a possibilidade de haver colisão é muito pequena, desprezível.
Existe alguma formula matemática por trás, como funciona?
De acordo com a Wikipedia o formato do UUID (o mesmo que GUID usado pela Microsoft) é:
123e4567-e89b-12d3-a456-426655440000
xxxxxxxx-xxxx-Mxxx-Nxxx-xxxxxxxxxxxx
4-byte (8 dígitos em representação hexadecimal) parte menos significante do horário da geração do UUID.
2-byte (4 dígitos em representação hexadecimal) parte média significante do horário da geração do UUID.
2-byte (4 dígitos em representação hexadecimal) versão do UUID seguido de parte mais significante do horário da geração do UUID.
2-byte separados em 2 campos (no total 4 dígitos em representação hexadecimal) sequência de resolução do clock, alta no primeiro campo e baixa no segundo, com multiplexação nos primeiros bits para complementar a versão.
6-bytes (12 dígitos em representação hexadecimal) nó adotado.
Note que isso é uma representação visual para humanos. Você não precisa armazenar ou transmitir estes 36 caracteres. Basta gerar um número de 128 bits, portanto no computador ele só precisa ocupar 16 bytes.
Versões
Esses dados são preenchidos de formas diferentes dependendo da versão. A implementação do UUID de cada biblioteca pode fazer da forma que melhor convier, inclusive variando de acordo com o uso. Não precisa preencher exatamente como foi descrito acima, só precisa seguir o padrão de geração de acordo com a especificação da versão escolhida.
Uma das versões mais usadas é a 1, onde o preenchimento é o horário e o MAC address daquela máquina, assim garante-se a unicidade.
Existem algumas formas para garantir que não seja gerado dois tempos iguais se o relógio da máquina não possuir muita resolução. O horário tem que ser único na máquina. E unicidade total se dá por identificar em qual máquina ele foi gerado, partindo do princípio que clonar MAC address não é feito, já que esta não é uma operação normal. Vou omitir os detalhes.
A versão 2 não costuma ser usada porque envolve protocolo de segurança não divulgado.
As versões 3 e 5 usa um hashing de um namespace. A unicidade é obtida baseando-se em um nome que já é único. Este nome pode ser um URL (quando o programador inexperiente com isso vê um URL em um arquivo acha que está acessando aquele endereço, mas é só um namespace único) ou um identificador de objeto que tem uma lógica própria de criar unicidade. Essa forma é vantajosa porque pode ser repetível, ou seja, o mesmo nome gera o mesmo UUID.
A versão 3 usa MD5 e a versão 5 usa SHA1, bem melhor, porém mais "pesada".
Exemplo.
A versão 4 usa um número gerado aleatoriamente. Esta forma pode ser usada em qualquer máquina, mesmo na ausência de um MAC address ou um clock razoável. Ela pode ter colisões, mas por ter uma resolução alta é improvável que ocorra. Idealmente deveria ser um número verdadeiramente aleatório, mas um pseudoaleatório é aceito.
Exemplo.
Obviamente que cada versão tem especificado como esses dados são distribuídos naqueles campos indicados acima e o algoritmo será diferente de acordo com a versão, mas basicamente é obter os números necessários de acordo com a especificação. Isto normalmente é uma simples chamada à API do sistema operacional e montar no formato especificado.
Como isso é possível quando estamos offline?
Ele foi criado para ser offline mesmo. Ele não tem que estar em rede ligada para funcionar. Ele não o busca em outro lugar.
Talvez a confusão venha porque ele é usado como chave primária em banco de dados, imagino que exista a ideia de que o cliente pede para o servidor um número global único, mas na verdade o cliente gera por conta própria. Inclusive tem a vantagem de poder gerar o registro todo sem consultar o banco de dados. Geralmente quando usamos um ID
sequencial tem que perguntar para o servidor qual é ele depois do insert
(exemplo).
Gera sozinho até porque é usado em várias coisas que só diz respeito à máquina mesmo.
Se prestar atenção nos internals muita coisa do sistema operacional do que você acessa com um nome bonitinho, esse nome é só descritivo, o seu nome de identidade mesmo é um GUID. Se usasse o nome poderia ter colisões de nome e uma tradução do nome faria o objeto ser outro, o GUID é canônico.
Coloquei no GitHub para referência futura.