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É possível usar Polimorfismo em uma linguagem estruturada como o C?

Linguagens como c++,Java,etc(Linguagens orientadas a objetos), possuem estruturas capazes de herdar funcionalidades para reaproveitamento de código(Um dos motivos), mas em C, é possível usar essas técnicas de programação?

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Uma forma de "polimorfismo" muito usada em programas C é usando ponteiros de função, como já comentaram. Você encontrará esse tipo de implementação no kernel do Linux, na OpenSSL, etc.

Veja um exemplo. Declarei vários animais diferentes e cada um emite o som apropriado a ele. Bastou definir o comportamento correto de cada um na inicialização.

#include <stdio.h>

// ponteiro para função de emitir som
typedef void (*func_emitir_som)(void);

// tipo genérico
typedef struct {
  func_emitir_som soar;
} Animal;

void latir(void) {
  puts("au! au!");
}

void miar(void) {
  puts("miau! miau!");
}

void mugir(void) {
  puts("muuu! muuu!");
}

int main(void) {
  Animal vaca     = { &mugir };
  Animal cachorro = { &latir };
  Animal gato     = { &miar  };

  vaca.soar();     // a vaca muge
  cachorro.soar(); // o cachorro late
  gato.soar();     // o gato mia

  return 0;
}
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Sim. Você será o responsável pela implementação. Existem bibliotecas prontas como http://ooc-coding.sourceforge.net. Recomendo utilizar C++, se possível.

É possível criar uma struct para representar a classe, com ponteiros de funções para acessar as variáveis desta classe. Para cada função, inclua o parâmetro this, com o mesmo tipo da struct. Para a construção da classe, crie uma função que devolve por parâmetro o objeto e, nesta função, inicialize as respectivas funções já declaradas as variáveis da struct. Estas funções podem ser reatribuidas em tempo de execução (eu acho muito legal essa possibilidade).

Para herança, crie uma variável na struct com o tipo da classe herdada (ou um array para múltipla herança).

Para encapsulamento crie um ponteiro opaco para a struct.

No entanto, essa prática é muito trabalhosa e o aproveitamento talvez não seja conseguido, dependendo da complexidade do código. Recomendo utilizar funções em módulos separados, tratando structs como se fossem objetos, sem criar ponteiros de funções na struct (essa prática só aumenta a complexidade do código e dificulta a solução de bugs), resolvendo as interfaces, quando necessário.

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Pode-se simular herança simples em C com muita facilidade. No entanto, isso depende de efetuar coerções de tipo (typecasts), o que te impede de usar o sistema de tipos para pegar alguns bugs simples. Vejamos um exemplo:

#include <stdio.h>
#include <stdlib.h>
#include <string.h>
#include <time.h>
#define ANOS 31556952 /* segundos por ano */
#define MKOBJ(obj) do { obj = malloc(sizeof(obj[0])); if (!obj) exit(1); } while (0)
#define RMOBJ(obj) (free(obj), obj = NULL)

/* Estrutura base */
typedef struct pessoa_t {
    char * nome;
    time_t dt_nascimento;
    unsigned char sexo;
} pessoa_t;

/* Estrutura derivada */
typedef struct empregado_t {
    pessoa_t base; /* NÃO é um ponteiro */
    unsigned int matricula;
    time_t dt_admissao;
} empregado_t;

void
imprimir_pessoa(pessoa_t * p) {
    printf("%s é %s de %d anos de idade.\n",
           p->nome,
           p->sexo == 'F' ? "uma moça" : "um rapaz",
           (time(NULL) - p->dt_nascimento) / ANOS
    );
}

void
imprimir_empregado(empregado_t * e) {
    imprimir_pessoa((pessoa_t *) e);
    printf("%s entrou na empresa há %d anos.\n",
           ((pessoa_t *) e)->sexo == 'F' ? "Ela" : "Ele",
           (time(NULL) - e->dt_admissao) / ANOS
    );
}

static void
criar_pessoa_aux(pessoa_t * self,
                 const char * nome,
                 char sexo,
                 int dia_nasc,
                 int mes_nasc,
                 int ano_nasc) {
    static struct tm tm;

    self->nome = strdup(nome);
    self->sexo = sexo;
    tm.tm_mday = dia_nasc;
    tm.tm_mon = mes_nasc - 1;
    tm.tm_year = ano_nasc - 1900;
    self->dt_nascimento = mktime(&tm);
}

pessoa_t *
criar_pessoa(const char * nome,
             char sexo,
             int dia_nasc,
             int mes_nasc,
             int ano_nasc) {
    pessoa_t * result;

    MKOBJ(result);
    criar_pessoa_aux(result, nome, sexo, dia_nasc, mes_nasc, ano_nasc);

    return result;
}

void
destruir_pessoa(pessoa_t * p) {
    RMOBJ(p->nome);
    RMOBJ(p);
}

empregado_t *
criar_empregado(const char * nome,
                char sexo,
                int dia_nasc,
                int mes_nasc,
                int ano_nasc,
                int matricula,
                int dia_adm,
                int mes_adm,
                int ano_adm) {
    empregado_t * result;
    static struct tm tm;

    MKOBJ(result);
    criar_pessoa_aux((pessoa_t *) result, nome, sexo, dia_nasc, mes_nasc, ano_nasc);
    result->matricula = matricula;
    tm.tm_mday = dia_adm;
    tm.tm_mon = mes_adm - 1;
    tm.tm_year = ano_adm - 1900;
    result->dt_admissao = mktime(&tm);

    return result;
}

void
destruir_empregado(empregado_t * e) {
    pessoa_t * p = (pessoa_t *) e;
    RMOBJ(p->nome);
    RMOBJ(e);
}

int
main(int argc, char ** argv) {
    pessoa_t * Alice;
    empregado_t * Beto, * Carol;

    /*                      -------nome------- sexo -nascimento-- -matr- ---admissão-- */
    Alice = criar_pessoa   ("Alice da Silva"  , 'F',  6, 12, 1999);
    Beto  = criar_empregado("Beto da Costa"   , 'M',  1,  5, 1974, 11111,  1,  1, 2007);
    Carol = criar_empregado("Carol dos Santos", 'F',  9,  3, 1990, 22222,  1, 10, 2015);

    imprimir_pessoa(Alice);
    imprimir_pessoa((pessoa_t *) Beto);
    imprimir_pessoa((pessoa_t *) Carol);
    puts("----------\n");
    // imprimir_empregado((empregado_t *) Alice); /* SEGFAULT! */
    imprimir_empregado(Beto);
    imprimir_empregado(Carol);

    return 0;
}

Como se pode ver, dá um bocado de trabalho: os construtores têm que alocar automaticamente as variáveis e tratar os erros de alocação, e depois inicializá-las; os destrutores têm que apagar as strings alocadas e depois apagar a si mesmas, etc. Naturalmente, isto será o caso para qualquer arquitetura que não seja própria da linguagem.

Dito isto, você pode ver como o empregado_t *, passado para uma função que espera um pessoa_t *, faz a coisa certa e funciona perfeitamente bem já que o primeiro elemento da empregado_t é uma estrutura pessoa_t. Quando se faz o cast, o empregado continua a ser uma pessoa válida.

Por outro lado, como você está fazendo coerção de tipos, o compilador não te impede de forçar uma função que recebe um empregado_t * a receber uma pessoa_t * que não seja um empregado_t *. Neste caso, você só vai ver o erro em execução (com sorte; a coerção pode simplesmente acessar dados de outro objeto como se fossem os campos faltantes, e ele silenciosamente continuar rodando com dados inconsistentes).

Como tudo o mais em C, é uma técnica válida, mas o programador tem que se responsabilizar pelos casts que faz.

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