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Nessa resposta o Maniero disse que se o membro da estrutura fosse um ponteiro não precisaria copiar a string para dentro dele. Mas arrays não são ponteiros? Por que é diferente?

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Primeiro, arrays não são ponteiros. Eles servem para propósitos diferentes.

A principal diferença entre eles é que o array reserva espaço na memória para o seu valor, o ponteiro só reserva espaço para o próprio ponteiro. O valor estará em outro lugar apontado por aquele ponteiro. Executando este código podemos observar isto:

#include <stdio.h>
#include <string.h>
#include <stdlib.h>

typedef struct {
    char *nome;
} Tipo1;

typedef struct {
    char nome[30];
} Tipo2;

int main(void) {
    Tipo1 x;
    Tipo2 y;
    printf("%d\n", sizeof(x));
    printf("%d\n", sizeof(y));
}

Veja funcionando no ideone. E no repl.it. Também coloquei no GitHub para referência futura.

O primeiro tem tamanho 4 porque o ponteiro é deste tamanho. A string terá que ser alocada em outro local. Ali você coloca o ponteiro. Ponteiro é um tipo escalar, é simples, é algo que o computador pode tratar diretamente. Você pode copiar um valor ali dentro da struct em uma operação simples.

Esse ponteiro pode apontar para qualquer lugar válido da memória. Poderia apontar para uma área da pilha, mas é raro. Em algumas situações pode apontar para a área estática da aplicação rodando. É o que ocorreu naquela pergunta. Mas isso não é tão comum assim porque essa string não pode ser mudada, ela está em área só de leitura. O mais comum é referenciar a memória no heap alocada por um malloc().

Você pode trocar o valor desse membro da struct só mudando o ponteiro. Se o ponteiro originalmente apontava para uma área estática da memória e precisa mudar seu valor, obrigatoriamente terá que criar uma nova string e trocar o ponteiro por outro que aponte para essa nova string. Isto é necessário porque não podemos alterar área estática da memória.

Usar o ponteiro tem algumas vantagens, as principais:

  • a string pode ter tamanho variável
  • a string fica independente
  • evita-se copiar a string para poder usá-la mais facilmente
  • a struct fica menor por causa disto e talvez facilite usá-la como valor
  • é possível alterar seu valor sem alterar outras referências para o valor antigo

É claro que existem desvantagens, a principal delas é que costuma ter que ficar gerenciando o tempo de vida dessa string associada.

O ponteiro cria uma indireção.

As duas formas podem ser usadas, dependendo do que deseja cada um pode ser o mais adequado.

No caso do array que é um tipo composto, isto é, ele possui vários valores juntos, ele é uma sequência de caracteres. O computador não sabe como manipular dados compostos, o seu código precisa fazer isto. Esta é a razão de precisar usar um strcpy() para copiar a string da área estática para dentro da struct.

A struct com um array no código acima tem tamanho 30, então você tem que colocar a string lá dentro. E é problema seu não deixar estourar esse limite. Nada impede colocar mais que 30 caracteres (incluindo o terminador de string), se ultrapassar esse limite provavelmente vai corromper a memória.

Este é um exemplo prático como esses dois tipos são muito diferentes, ainda que o array sempre seja acessado através de um ponteiro e o ponteiro sempre pode ser acessado com a sintaxe de array. Mas entenda que no fundo a linguagem só tem o ponteiro. O array é uma facilidade sintática e um meio de alocar memória.

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  • O ponteiro de char aponta para vários endereços na memória já o vetor aponta para um único endereço e vários valores, estou certo e isso mesmo?
    – gato
    2/02/2017 às 13:50
  • Não, o ponteiro (char *) aponta para um endereço. Esse endereço pode ser o início de uma sequência de dados (no casos uma sequência de caracteres), mas um ponteiro aponta para uma posição de memória. A gente sabe que haverá uma sequência, o computador não sabe. É problema nosso controlar isso. O array não deixa de ser um ponteiro e tudo isso vale para ele também, não há diferença. Só que o tipo array tem uma diferença para o tipo ponteiro, que é a forma como o conteúdo é alocado, o 1o. é alocado inline, no local onde é declarado e gera um ponteiro para esse local.
    – Maniero
    2/02/2017 às 13:58
  • Já o ponteiro o seu código precisa dizer para onde ele deve apontar, talvez fazendo uma alocação antes. Aí pode pensar e se eu criar um ponteiro e acessar assim: var[3] aí ele virou array? Não, usou a sintaxe de array para acessar um ponteiro. var[0] é um ponteiro, var[1] é outro ponteiro. Não confunda ponteiro, array com os dados na memória. Leu a link inicial da resposta? Lá ajuda entender essa diferença e semelhante entre array e ponteiro.
    – Maniero
    2/02/2017 às 13:58
  • Sim eu li, e um pouco difícil não fazer confusão entre eles, mas estou entendendo melhor. Se tivesse uma imagem que ilustrasse a diferença entre array e ponteiro seria bem melhor para visualizar pq e muito abstrato :)
    – gato
    2/02/2017 às 14:04
  • Eu demorei anos pra entender por completo e nem sei se entendi 100% :) Vou ver se faço alguma coisa, mas na verdade não é fácil, porque eles são a mesma coisa concretamente :) O tipo é que é tratado diferentemente.
    – Maniero
    2/02/2017 às 14:07
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Outra forma de ver é assim o ponteiro tem valor variável, ou seja ele pode apontar pra qualquer lugar da memória. Já o vetor não é estático ele não muda nunca e se você tentar mudar vai ter problemas.

int main (int argc, char * argv[]) {

    char vetor[30] = "Jhonatan";
    char * ponteiro_vetor = vetor;

    printf("%d\n", sizeof(vetor));
    printf("%d\n", sizeof(ponteiro_vetor));
    printf("%p\n", vetor);
    printf("%p\n", ponteiro_vetor);
    ponteiro_vetor = ponteiro_vetor + 1;
    printf("%p\n", ponteiro_vetor);
}

Mas se você tentar acessar um lugar invalido terá uma falha de segmentação.

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