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Eu tenho uma classe TestCase onde todos os testes, menos um, precisam fazer o mesmo patch de um objeto. Eu estou usando o Python Mock, e fiz o seguinte:

@mock.patch('metodo_alvo', mock.Mock(return_value=1))
class Tests(TestCase):

    @mock.patch('metodo_alvo', mock.Mock(return_value=2))
    def test_override(self):
        (....)

A idéia é que o decorator em test_override "sobrescrevesse" o patch feito na classe, mas não está funcionando. Quando eu rodo os testes, metodo_alvo recebe o patch da classe.

Depois de muito debug, eu descobri que quando o python constroi a suíte de testes, o decorator em test_override (o método) é chamado antes do decorator em Tests (a classe), e como o mock aplica os patches nessa ordem, o decorator da classe sobrescreve o comportamento do decorator do método.

Isso tá certo? Eu esperava o contrário, e agora não tenho certeza de como fazer override de um patch na classe. Talvez usar with?

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A explicação do mgibsonbr sobre a ordem de aplicação dos decorators faz sentido. Da mesma forma como uma pilha de decoradores é aplicada de baixo para cima. Eu é que esperava o contrário, por algum motivo.

Mas de qualquer forma, depois de pensar sobre mocking (sou novato no assunto ainda) eu percebi que não faz o menor sentido tentar aplicar um novo patch sobre um objeto que já foi mockado. Se ele já foi mockado, então eu posso fazer o que eu quizer com ele, o que abre um leque de possibilidades! Primeiro eu tentei:

@mock.patch('metodo_alvo', mock.Mock(return_value=1))
class Tests(TestCase):

    def test_override(self):
         metodo_alvo.return_value = 2
         (....)

Funcionou como eu queria, mas teve o efeito colateral de alterar o valor do metodo_alvo permanentemente, para todos os casos de teste subsequentes. Então, obviamente, eu tentei:

@mock.patch('metodo_alvo', mock.Mock(return_value=1))
class Tests(TestCase):

    def test_override(self):
         metodo_alvo.return_value = 2
         (....)
         metodo_alvo.return_value = 1

E aí sim tudo funcionou perfeitamente, mas tem uma baita cara de gambiarra. E o Python tem uma gerência de contexto que funciona muito bem nessa situação, e para a qual o Mock dá suporte:

@mock.patch('metodo_alvo', mock.Mock(return_value=1))
class Tests(TestCase):

    def test_override(self):
         with mock.patch('metodo_alvo', mock.Mock(return_value=2):
             (....)

Faz a mesma coisa que eu tentei com a sobrescrita do decorator, mas agora em tempo de execução do método. Funcionou perfeitamente, é claro e conciso.

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Isso está correto, sim. Para que a classe seja passada para o decorador, é necessário que ela já esteja construída - o que signifia que seus campos e métodos já têm que estar prontos e atribuídos. Desse modo, o decorador do método já terá sido executado:

>>> def decorador(x):
...   print 'decorando ' + str(x)
...   return x
...
>>> @decorador
... class Foo(object):
...   @decorador
...   def bar():
...     pass
...
decorando <function bar at 0x00C7C2F0>
decorando <class '__main__.Foo'>

A solução mais simples que posso propor [se esse patch está sobrescrevendo a si próprio] é você atribuir o método particular só depois de já ter criado a classe:

@mock.patch('metodo_alvo', mock.Mock(return_value=1))
class Tests(TestCase):
    ...

@mock.patch('metodo_alvo', mock.Mock(return_value=2))
def test_override(self):
    (....)

Tests.test_override = test_override

Uma alternativa, caso isso não funcione por qualquer motivo (não conheço o Python Mock), seria você criar o seu próprio decorador que "marcasse" o método no qual ele é aplicado, e não aplicasse novamente na hora de aplicá-lo à classe:

from types import FunctionType

def meu_patch(f, *args, **kwargs):
    if isinstance(f, FunctionType):
        ret = mock.patch(f, *args, **kwargs) # Aplica o patch ao método
        ret.__marcado__ = True               # Marca-o, para que o patch não seja reaplicado
        return ret
    elif isinstance(f, type):
        for k,v in f.__dict__.items():
            if isinstance(v, FunctionType) and not getattr(v, '__marcado__', False):
                f[k] = mock.patch(v, *args, **kwargs) # Aplica o patch aos métodos que não
                                                      # foram previamente aplicados
    return f

(nota: talvez essa "marcação" seja desnecessária, caso o resultado de uma aplicação prévia do patch tenha alguma característica distinta; seria o resultado sempre do tipo MagicMock? Se sim, basta testar isso, em vez de usar um atributo extra.)

Uma última alternativa seria usar metaclasses, mas não creio que traria qualquer benefício em relação aos métodos anteriores - só mais complexidade.

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