Depois de ler bastante sobre metodologias ágeis e domain-driven design, fiquei convencido que é de vital importância para o desenvolvimento de um software que o especialista de domínio (que muitas vezes é o usuário final), participe do processo, converse com os desenvolvedores explicando o que o sistema precisa e como são as operações relacionadas naquele domínio.
O envolvimento do especialista de domínio permite então a construção de uma linguagem ubíqua, da qual é possível descobrir quais entidades, agregados e etc são necesários para construir o software. Conhecendo a linguagem ubíqua, as operações e os requisitos, se descobre também facilmente as responsabilidades de cada classe.
O problema é que isso supõe que antes de mais nada, o especialista de domínio queira colaborar ativamente com o desenvolvimento. O que eu tenho visto na prática, todavia, é justamente o oposto, o especialista de domínio não querer colaborar de jeito nenhum. Os principais pontos que tenho observado nesse aspecto são:
- O especialista de domínio evita reuniões presenciais e quer tratar tudo por e-mail ou outras vias textuais
- O especialista de domínio fornece os requisitos por via textual sem grandes explicações e não gosta de muito questionamento. Nesse ponto, para ele que está acostumado com aquele domínio, aquela explicação simples é suficiente e parece tudo óbvio. Para alguém de fora não é bem assim, e fica extremamente dificil entender o que ele quer afinal.
- O especialista de domínio acha que seu papel é só dizer o que ele quer funcionando. Ele acha totalmente desnecessário explicar o domínio com mais detalhes e não gosta que o desenvolvedor fique fazendo perguntas
- Já até teve um caso que ao responder um e-mail questionando alguns requisitos para ver se meu entendimento do requisito e do domínio estava correto, o especialista de domínio se irritou e falou que eu estava inventando coisas e complicando tudo, porque era tudo óbvio que ele tinha escrito.
Enfim, eu poderia elencar mais mil itens nesse sentido. Por tudo que li achei a proposta das metodologias ágeis e do domain-driven design muito boas. É uma proposta que responde várias perguntas difíceis como "como determinar o que deve ser programado", além de dar uma organização muito maior para o projeto. Acontece, todavia, que se isso é verdade, por outro lado, estou achando muito difícil fazer o especialista de domínio colaborar.
Minha pergunta aqui é: como fazer o especialista de domínio, o usuário final, de fato colaborar com o desenvolvimento para desenvolvermos a coisa certa?