Resposta curta e direta
Resumindo, você pode criar o padrão que bem entender desde que esteja bem documentado e que seja internacionalizado.
Portanto, pode dizer que está errado quando:
- Não possui documentação adequada (óbvio né).
- Não possui padrão internacionalizado. (ainda uma questão polêmica, infelizmente)
Resposta detalhada, com exemplos, estudo de casos, etc, segue leitura abaixo:
Não há uma regra que diz se é certo ou errado.
Cada um decide um padrão que desejar. Obviamente, se o padrão estiver bem documentado, não tem problema.
Redundância
Particularmente, o exemplo que postou na pergunta eu não gosto pois é redundante ter o nome da tabela nas colunas dentro da tabela. Mas é um gosto pessoal meu. Claro que se eu pegar um projeto com um padrão desse tipo, não vou ficar chorando.. rsrs Como profissional, tolero, respeito e cumpro com o dever. Mas se pego um projeto do ZERO, prefiro usar um padrão sem nomenclaturas redundantes.
Exemplo de redundância:
tabela1
tabela1_coluna1
tabela1_coluna2
tabela1_coluna3
É redundante e torna o nome muito extenso.
Isso aqui é suficiente:
tabela1
coluna1
coluna2
coluna3
Pelo menos esse é o padrão que normalmente uso.
Quando preciso referenciar uma tabela com outra, aí sim, descrevo o nome da tabela
tabela1
id
foo
bar
tabela2
id
tabela1_id
outra_coluna
outra_coluna2
Nesse exemplo na "tabela2", a coluna "tabela1_id" faz referência a coluna "id" da tabela "tabela1".
A coisa complica quando uma tabela tem um nome um pouco mais extenso.
Exemplo "tabela_com_nome_maior"
Se coincidir de existir uma coluna com nome extenso, "coluna_com_nome_grande", o resultado seria "tabela_com_nome_maior_coluna_com_nome_grande". Enfim, não é errado, mas é horrível. E ainda pode ter problemas com sistemas que não permitem nomes muito extensos.
Para evitar isso sempre procuro nomear com nomes mais resumidos possível.
Padrão com letras iniciais
No Brasil tem um "padrão" que consiste em usar somente as letras iniciais.
Note que "padrão" está entre aspas, ok?
Exemplo de como eu faria para uma tabela de clientes e endereços desses clientes:
clientes
id
nome
blablabla
clientes_enderecos
id
clientes_id
cep
bairro
blabla
Agora, traduzindo a mesma estrutura para um "padrão" muito usado no Brasil, conforme citei acima, o padrão consiste em usar somente as iniciais.
c
id
nome
blablabla
c_e
id
c_id
cep
bairro
blabla
Lembro que quando comecei a programar por volta de 1998, num curso de delphi o professor ensinava com esse padrão usando somente as iniciais. O tempo passou e não lembrava e nunca usei assim, mas recentemente conheci uma pessoa que usa esse padrão e lembrei dessa coisa de 20 anos atrás.
Não sei como está no Brasil, se tem outros padrões, etc, mas parece que esse padrão com letras iniciais ainda existe provavelmente porque é lecionado em cursos como o que eu fiz em 1998.
Esse padrão é bacana pelo fato de que mesmo uma tabela com nome extenso fica bastante curto. O problema é que sempre terá um trabalho a mais em consultar a documentação para somente saber o que significa o nome de uma tabela, caso não lembre. É um incômodo pequeno, mas ainda assim é um incômodo. As vezes você está no gás total super concentrado então tem que parar para ler a documentação para entender que merd** quer dizer c_o_i_o
, por exemplo. Se a tabela tiver um nome intuitivo, você não precisa parar e perder a concentração. Mas enfim, é apenas um exemplo pequeno e tolerável.
O ponto mais “falho” nesse padrão é a colisão de nomes. Num projeto pequeno dificilmente colidirá nomes mas uma situação desse tipo pode ser comum. Exemplo ilustrativo: customer_duplicated
e customer_deleted
seria c_d
. Teria que mudar um ou outro. Então “deleted” pode mudar para "excluded". Mas caso já exista uma tabela "c_e", terá que usar a criatividade sem destoar do significado original “deleted”. Uma nova opção poderia ser “archived”. Ficaria “c_a”. Mas, e se já existir “c_a”?
É uma limitação simples que causa uma complicação enorme. Você perde tempo enrolado numa coisa tão pequena que poderia estar resolvida com outro padrão mais adequado. No final das contas provavelmente resolveria nas pressas colocando um número “c_d2”. Destoa do padrão do projeto e dá início a uma série de gambiarras. Afinal, uma contravenção “aqui” pode ser feita “ali” também.
Internacionalização
Antes de começar, vou citar um caso para que entenda a importância de um padrão internacionalizado.
Mudando para outro lado do mundo, no Japão, já lidei com uma empresa onde o programador é um ultra-nacionalista. Esses tipos odeiam qualquer coisa que não seja nacional. No padrão do banco de dados, os nomes das tabelas e colunas estavam todos em ideogramas kanjis. O cara evitava até mesmo o hiragana, katakana ou a transliteração em romaji. Para piorar, usava termos que não encontra-se facilmente em dicionários. Inclusive, o projeto inicial era para usar POSTGRE ou MySQL, mas ambos não suportavam nomes de tabelas e colunas em multibyte. A brilhante solução para manter a pose de nacionalista foi optar pelo Oracle. Forçou a empresa a pagar licensas, modificar os códigos dos programas e ainda ter mais um custo com profissional certificado Oracle. Nada contra Oracle, mas foi uma situação extremamente ridícula e desnecessária pois não usa nem 5% do potencial do SGDB.
Como se isso não bastasse, foi bastante complicado ter que ler e traduzir as 300 tabelas, cada uma com mais de 20 colunas. Tudo em kanji, dos mais cabulosos que existe.. rsrs. Até mesmo os meus colegas japoneses na época tinham dificuldade em entender os nomes.
Por fim, uma criancice que custou caro para a empresa. Obviamente quem pagou foi o cliente que encomendou o serviço. E paga até hoje. rsrs.
Para evitar situações como essa, no mínimo, deve ter um padrão internacionalizado. O idioma para internacionalização é o inglês.
O mesmo vale para um brasileiro ou qualquer outra nacionalidade. Um dia a sua empresa pode contratar um americano, um indiano, um russo, vietnamita, expandir serviços para outro país, enfim. Pessoas de qualquer parte do planeta sabe se virar com inglês com facilidade. Se o aplicativo não for internacionalizado, terá mais custos pois o programador perderá tempo em traduzir e entender a estrutura e, ainda com riscos de entender errado. Lembrando também que obviamente isso é válido para a documentação e não somente para códigos, nomes de tabelas, nomes de funções, etc.
Nomes reservados
É recomendável evitar nomes reservados como date
, data
, name
, dentre outros que variam de acordo com o SGBD.
No entanto, isso vem mudando recentemente. Atualmente os SGDBs permitem usar o nome "que quiser", mas alguns ainda podem apresentar conflitos com nomes reservados caso não sejam escapados para uma interpretação literal.
Exemplo com MySQL
tabela
id
date
bla_bla_bla
Pode ocorrer problemas num SELECT, por exemplo
SELECT id, date FROM tabela
Para evitar problemas, basta escapar os nomes das colunas e tabelas com backtick
SELECT `id`, `date` FROM `tabela`
Para mais detalhes: https://stackoverflow.com/questions/2889871/how-do-i-escape-reserved-words-used-as-column-names-mysql-create-table
Também pode optar por usar uma nomenclatura diferente:
SELECT id, date_created FROM tabela
Por fim, cada um decide qual o padrão do seu próprio projeto.
Exemplo, para "Endereços de clientes" normalmente criaríamos uma tabela como "customer_address".
Padrões mais conhecidos:
- CamelCase.
Exemplo: CustomerAddress
ou customerAddress
- Underscore.
As palavras são conectadas com uma underline/underscore. Exemplo: customer_address
- Hifen.
As palavras são conectadas com um hífen. Exemplo: customer-address
- Uppercase / Lowercase.
Um padrão onde todas as letras são escritas em letras maísculas ou minúsculas.
Exemplo: CUSTOMER_ADDRESS
, CUSTOMERADDRESS
, CUSTOMER-ADDRESS
, customer_address
, customeraddress
, customer-address
Em relação ao name convention, cada um escolhe o que gostar ou o que for mais conveniente. Particularmente, prefiro sempre o que for mais simples, portável, etc.
Um exemplo de dificuldade que pode ter na escolha de um padrão. O hífen, por exemplo, você pode pegar um sistema ou um host de hospedagem que não permite nomear com hífen as tabelas e nomes de colunas. Aí terá um problemão em adaptar os códigos e, como fará tudo na pressa, a gambiarra vai comer solta. rsrs
O uso de letra maiúscula também pode ter algum problema, mas normalmente é fácil de resolver. Um exemplo, com MySQL, temos a configuração lower_case_table_names. É muito comum um inexperiente cair nesse problema. No ambiente de desenvolvimento cria um projeto onde o MySQL está com "lower_case_table_names" configurado como "case insensitive". E quando instala no servidor de produção (online), o hosting está com lower_case_table_names
como "sensitive", o que começa a gerar diversos bugs no funcionamento do sistema. Se o bug correr de forma oculta, num processo onde não dispara erros, aí pode ter um problema grave caso envolva questão financeira e dados muito importantes.
Por essas e outras, particularmente prefiro um padrão simples e que funciona bem em linux, windows, mac, online, offline, enfim. O padrão é tudo em letra minúscula e palavras compostas separadas por underline. Isso é o suficiente para evitar um monte de problemas.
Vamos dar mais uma complicada?
Caso opte pelo CamelCase, como ficaria o padrão para nomes compostos com palavras que são abreviaturas e normalmente escritas em maiúsculo?
Exemplo: "HTTP Alguma Coisa". Ficaria assim
HTTPAlgumaCoisa
ou HttpAlgumaCoisa
?
E se precisar de "XML HTTP Alguma Coisa"?
XMLHTTPAlgumaCoisa
? ou XmlHttpAlgumaCoisa
?
E quando deparar-se com termos no plural?
enderecos ou endereco? cidade ou cidades? cliente ou clientes?
Por fim, são apenas observações básicas para que padronize o projeto desde o início. Assim evita perder tempo em ter que modificar a documentação com o projeto em andamento pois, pequenas pausas como essa vão consumindo o tempo, dispersando o foco no business model e, o prazo vai encurtando.
As estruturas dos exemplos são fictícias, com finalidade didática. O foco não é modelagem, mas sim a nomenclatura dentro do contexto da pergunta.