Primeiramente, vamos entender bem o objetivo do usuário nesse contexto de tarefa. Pelo que eu entendi (você não descreveu detalhes da aplicação), o usuário está acessando o site do restaurante e deseja simplesmente acessar o cardápio. Mas você não ofereceu informações essenciais, tais como: o cardápio é do dia? ou seria um cardápio fixo?
Essas informações podem mudar completamente a nossa percepção (como projetistas) de que algo é mais fácil ou difícil de prejudicar a experiência do usuário. Quer ver?
Cenário 1: Baixando PDF
Suponha que o cardápio é fixo. Isto é, ele é completo (tem todas as opções oferecidas pelo restaurante) e não muda com muita frequência (e, por isso, provavelmente não inclui os valores das opções oferecidas). Nesse caso, não há tanto mal em permitir que o usuário baixe o cardápio mesmo sendo um PDF grande. Se o tamanho do arquivo for informado claramente antes do download (um critério importante de usabilidade é a clareza das informações), o usuário pode decidir por baixar o PDF em casa em seu Wifi. Se ele também souber previamente que o cardápio é completo, ele pode mesmo assim decidir por baixar o PDF usando seu acesso móvel (e pagando o custo relacionado), pois deseja o cardápio e sabe que uma vez baixado não precisará fazê-lo novamente (pois o PDF já estará no dispositivo, facilmente acessível).
Nesse caso, a usabilidade da leitura do cardápio fica em parte por conta do designer (e, convenhamos, um cardápio bem feito é atraente e produz inúmeras outras vantagens hedônicas para o negócio) e em parte pelo leitor de PDF usado pelo cliente, que você simplesmente não tem controle.
Se, por outro lado, o cardápio não é fixo ou não tem tudo o que é oferecido (por exemplo, ele muda todos os dias, todas as semanas), é terrivelmente ruim para o usuário ter que baixar vários PDFs diferentes. Não somente pelo custo de transmissão, mas pelo gerenciamento que isso requer. Nesse caso, esse cenário não é mesmo interessante (e eu diria que também não é interessante para um acesso via Desktop!).
Cenário 2: Acesso Dinâmico
Suponha então que o cardápio não é fixo. Nesse cenário, o cliente abre o site do restaurante e o sistema apresenta imediatamente os dados do cardápio do dia (ou do momento desejado pelo cliente). Talvez seja mais difícil permitir que o dono do restaurante mude facilmente as informações ali contidas (afinal, usando PDF o cara pode simplesmente ir no Word, fazer um cardápio qualquer e gerar em PDF para colocar no site), mas por outro lado o acesso é centralizado e retira do usuário (o cliente do restaurante) qualquer necessidade de precisar ele mesmo gerenciar os possíveis cardápios que vão ser gerados ao longo do tempo.
Um design bonito e agradável continua igualmente importante para o engajamento do cliente do restaurante. E se você parar pra pensar, os custos de transmissão/download envolvidos não vão mudar tanto assim, pois as imagens, layout e textos coloridos que seriam baixados em um PDF são agora diretamente transmitidos no HTML. Mas o conteúdo é essencialmente o mesmo! Isto é, o seu designer pode ter também uma mão pesada na caneta tinteiro digital fazendo os CSS's! rs
Assim, esse cenário tende a ser melhor para a experiência porque o usuário tem a sensação de que o acesso é centralizado e facilitado, e de que a informação é garantidamente atualizada. Além de que ele não precisa ter o esforço cognitivo de saber onde raios ele baixou o último PDF do cardápio da segunda-feira.
Cenário 3: O Melhor dos Dois Mundos
Talvez o restaurante não tenha um cardápio realmente muito variável. Mas isso não quer dizer que ele não mude, que promoções eventuais não ocorram. E ainda assim você deseja (acredite em mim, vc deseja! rs) que o cliente do restaurante não tenha trabalho algum em lembrar onde acessar a informação que ele precisa. Então, uma abordagem em que você pode ter o melhor dos dois cenários anteriores é construindo tanto um site como um aplicativo para ser instalado no dispositivo móvel do cliente.
É verdade que a percepção do cliente a respeito da "necessidade" de instalar mais um aplicativo é complexa. Mas ela decorre exatamente da importância do conteúdo pra ele. Se o usuário acessa o cardápio uma vez, talvez seja porque esteja interessado em conhecer o restaurante. Mas se acessa frequentemente, é porque já gosta de comer lá e quer só saber o que tem pra janta hoje. Idealmente a sua solução deveria contar com o site para facilitar o acesso casual do primeiro tipo de usuário, e um aplicativo para facilitar o acesso do segundo.
O site simplesmente exibiria o cardápio tal como o faz na Web. Poderia até ser em um PDF, se ele pudesse ser exibido diretamente no navegador sem precisar ser baixado para uma pasta qualquer (isto é, o usuário só enxerga o conteúdo - o sistema operacional faz o download em uma pasta temporária). Afinal, lembre-se: estou considerando esse acesso móvel como de interesse inicial, casual.
O aplicativo, instalado pelo usuário menos casual e já frequentador assíduo do restaurante, também requer uma conexão com a Internet para baixar os dados. Mas o fato de ser um aplicativo local te permite construir um sistema de cache, em que você armazena o cardápio mais recente no dispositivo e apenas atualiza-o quando necessário (por um esquema de push, talvez, já que você pode até mesmo exibir promoções pontuais dessa forma).
A decisão por construir ou não um aplicativo é polêmica, principalmente do ponto de vista do dono do restaurante (que vai ter que pagar o dobro). Mas a minha experiência me diz que faz todo o sentido construir algo assim quando há realmente algum ganho para o usuário, como me parece ser o caso do seu cenário. Nele há ganho no cache do cardápio e no fato de que o usuário não precisa saber onde tal informação fica armazenada para ter a parcepção de que ela é atual.