Os requisitos para o desenvolvimento de um sistema em geral se modificam com o tempo. Diversas abordagens para o desenvolvimento de software como métodos ágeis e Domain-Driven Design inclusive encorajam uma abordagem iterativa na qual os nos aprofundamos com relação às reais necessidades de um sistema com o passar do tempo.
Além disso, ao construir qualquer sistema é muito importante conhecer o domínio do problema sendo resolvido e, no caso, esse conhecimento se aprofunda com o tempo.
Conforme os usuários finais vão utilizando o sistema desenvolvido também acontece de eles reconhecerem pontos que precisam ser modificados, pois houve algum requisito que foi esquecido ou que não foi bem compreendido. Inclusive, pelo que eu já li existem abordagens que encorajam que o software seja desenvolvido por partes e que conforme já tenham partes funcionando os usuários já tenham acesso para validar o que foi feito e prover esse feedback.
Até aí tudo bem. O problema maior é o seguinte: quando o sistema já está sendo usado passa a existir um banco de dados real de produção contendo os dados reais dos usuários. Esses dados, considerando bancos de dados relacionais, são representações em tabela dos objetos do modelo de domínio.
Agora, vamos supor que uma modificação é necessária no modelo de domínio que retira algumas propriedades e/ou coloca outras. Um exemplo seria um dado que atualmente é representado em uma única propriedade, mas vai passar a ser representado em várias, ou então algum dado que não existia antes e foi colocado.
Modificar o modelo de domínio é relativamente fácil, especialmente se estamos usando orientação a objetos do jeito certo. É claro que quanto maior o sistema mais a modificação pode impactar, mas mesmo assim é algo mais tratável, pois pode ser trabalhado inteiramente no ambiente de desenvolvimento.
Por outro lado, ao aplicar modificações desse tipo, o modelo não fica mais sincronizado com o banco. Uma nova estrutura de tabelas seria necessária para acomodar os novos dados. E o fato de existirem dados dos usuários que simplesmente não podem ser jogados fora e que precisam se acomodar ao novo modelo é uma imensa dor de cabeça.
Nesse caso o banco de dados relacional acaba até emperrando a melhoria do modelo de domínio.
Minha abordagem em algumas situações foi criar um utilitário que transforma o banco antigo para o novo: implementamos classes de mapeamento que tomam um objeto do modelo antigo e devolvem um do modelo novo. A partir daí fazemos um utilitário que percorre o banco de dados de produção converte os objetos e persiste em um novo banco.
Essa abordagem, entretanto, não parece a mais eficiente.
Por isso pergunto: como lidar com essa situação? Como conseguir trabalhar com o modelo de domínio livremente e ao mesmo tempo sincronizar com os dados no banco de produção?