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  • Quais as principais diferenças entre esses tipos de Web Service?
  • Em quais casos se aplicam?
  • Existe alguma diferença de performance?

3 Respostas 3

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SOAP

SOAP é um protocolo de transferência de mensagens em formato XML para uso em ambientes distribuídos. O padrão SOAP funciona como um tipo de framework que permite a interoperabilidade entre diversas plataformas com mensagens personalizadas.

Aplicando este padrão em Web Services, geralmente usa-se o WSDL para descrever a estrutura das mensagens SOAP e as ações possíveis em um endpoint.

Uma das maiores vantagens disso é que várias linguagens e ferramentas conseguem ler e gerar mensagens facilmente. Várias linguagens de programação permitem a geração de objetos de domínio, Stubs e Skeletons a partir da definição do WSDL, permitindo a comunicação remota via RPC através de chamadas a métodos remotos, inclusive com argumentos complexos, como se fossem chamadas locais.

O problema desse padrão, é que ele adiciona um overhead considerável, tanto por ser em XML quanto por adicionar muitas tags de meta-informação. Além disso, a serialização e desserialização das mensagens pode consumir um tempo considerável.

REST

REST é outro um protocolo de comunicação, baseado no protocolo de hipermídia HTTP. Porém ele não impõe restrições ao formato da mensagem, apenas no comportamento dos componentes envolvidos.

A maior vantagem do protocolo REST é sua flexibilidade. O desenvolvedor pode optar pelo formato mais adequado para as mensagens do sistema de acordo com sua necessidade específica. Os formatos mais comuns são JSON, XML e texto puro, mas em teoria qualquer formato pode ser usado.

Isso nos leva a outra vantagem: quase sempre Web Services que usam REST são mais "leves" e, portanto, mais rápidos.

O problema com o REST pode surgir justamente por causa de suas vantagens. Como a definição do corpo de dados fica totalmente a cargo do desenvolvedor, os problemas de interoperabilidade são mais comuns.

SOAP ou REST?

Aviso: Esta é uma opinião pragmática.

Em geral, SOAP é uma boa opção para instituições com padrões rígidos e ambientes complexos (várias plataformas e sistemas). Muitas ferramentas corporativas (como ESB) tiram vantagem do padrão e possibilitam filtrarem, enfileiramento, classificação e redirecionamento das mensagens trocadas entre sistemas.

No restante, para uso no dia-a-dia, não vejo motivos concretos para não usar REST e JSON. Praticamente todas as plataformas e linguagens modernas que conheço suportam esses conceitos e a solução final é muito mais simples do que o equivalente em SOAP.

Além disso, integrações com alto volume de requisições são inviáveis em SOAP. REST é capaz de atender volume e complexidade sem dificuldades, exigindo apenas um mínimo de experiência do desenvolvedor para estabelecer e reforçar os padrões adequados.

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  • 2
    O uso dos métodos padrões HTTP 1.1 (get, post, put e delete...) pode ser considerado uma vantagem em REST?
    – humungs
    1/04/2014 às 1:42
  • 2
    @RicardoGiaviti Não me parece uma vantagem, está mais para uma característica ou restrição. SOAP também funciona sobre HTTP, embora isso seja encoberto pelas camadas do protocolo.
    – utluiz
    1/04/2014 às 2:09
  • 3
    @RicardoGiaviti Na verdade, pensando melhor, o fato de REST usar só HTTP faz com que ele seja mais simples, leve, eficiente e compatível do que o SOAP, que exige mais camadas de complexidade. Porém, quanto a usar os métodos padrão do HTTP, isso me parece mais uma característica. Seria como afirmar que um carro é melhor que uma moto porque tem 4 rodas.
    – utluiz
    1/04/2014 às 11:53
  • 3
    Eu sempre tive essa dúvida, porém acho que isso é levemente uma vantagem pois não foi preciso "reinventar a roda" com novas especificações de protocolos, por exemplo. Já é utilizado "pronto" e ainda mantido por uma organização séria.
    – humungs
    1/04/2014 às 12:35
  • 2
    @utluiz, sua resposta foi tão boa que foi copiada: blog.desenvolvedorsa.com/diferenca-entre-soap-e-rest 14/12/2016 às 14:27
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XML é um tipo de documento, não é um tipo de WebService, e ele é usado pelo método SOAP para troca de mensagens.

O texto a seguir foi retirado de: http://www.infoq.com/br/articles/rest-soap-when-to-use-each

O REST faz uso de um padrão de URI (Uniform Resource Identifier), fazendo uma chamada para um serviço web como em: http://www.minhaempresa.com.br/programa/metodo?Parametros=xx

O REST é simples de entender e pode ser adotado em praticamente qualquer cliente ou servidor com suporte a HTTP/HTTPS. Os desenvolvedores que o utilizam citam, como principais vantagens a facilidade no desenvolvimento, o aproveitamento da infraestrutura web existente e um esforço de aprendizado pequeno.

Por outro lado, o SOAP, avô das interfaces de serviços web, não deixará de ser usado tão cedo. Com o SOAP v 1.2, muitas das deficiências percebidas nessa tecnologia foram corrigidas e aumentou a facilidade de uso. Além disso, a sigla SOAP deixou de representar "Simple Object Access Protocol". Na especificação 1.2 da W3C, SOAP é apenas o nome da especificação.

Utilizar o SOAP 1.2 traz uma carga adicional não encontrada ao usar REST, mas há também vantagens. Primeiramente o SOAP é baseado em XML, de três formas: o envelope, que define o conteúdo da mensagem e informa como processá-la; um conjunto de regras de codificação para os tipos de dados; e o layout para os procedimentos de chamadas e respostas. Esse "envelope" é enviado por meio de (por exemplo) HTTP/HTTPS. E uma RPC (Remote Procedure Call) é executada, e o envelope retorna com as informações do documento XML formatado.

Uma das vantagens do SOAP é o uso de um método de transporte "genérico". Enquanto que o REST faz uso de HTTP/HTTPS, o SOAP pode usar qualquer meio de transporte existente para enviar sua requisição, desde SMTP até mesmo JMS (Java Messaging Service). No entanto, uma desvantagem percebida no uso de XML é a sua natureza prolixa e o tempo necessário para analisar o resultado apresentado.

Mas uma história não contada é que ambas as tecnologias podem ser misturadas e combinadas. O REST é fácil de entender e extremamente acessível porém faltam padrões, e a tecnologia é considerada apenas uma abordagem arquitetural. Em comparação, o SOAP é um padrão da indústria, com protocolos bem definidos e um conjunto de regras bem estabelecidas.

Pode-se afirmar, então, que casos onde o REST funciona bem são:

Situações em que há limitação de recursos e de largura de banda: A estrutura de retorno é em qualquer formato definido pelo desenvolvedor e qualquer navegador pode ser usado. Isso porque a abordagem REST usa o padrão de chamadas GET, PUT, POST e DELETE. O REST também pode usar objetos XMLHttpRequest (a base do velho AJAX) que a maioria dos navegadores modernos suporta.

Operações totalmente sem-estado: se uma operação precisa ser continuada, o REST não será a melhor opção. No entanto, se forem necessárias operações de CRUD stateless (Criar, Ler, Atualizar e Excluir), o REST seria a melhor alternativa.

Situações que exigem cache: se a informação pode ser armazenada em cache, devido à natureza da operação stateless do REST, esse seria um cenário adequado para a tecnologia.

Essas três situações abrangem muitas soluções. Então por que ainda precisamos considerar o uso do SOAP? Mais uma vez, o SOAP é bastante maduro e bem definido e vem com uma especificação completa. Já a abordagem REST é apenas isso: uma abordagem. Está totalmente aberta. Por isso ao se encontrar uma das situações abaixo, o SOAP pode ser uma ótima solução:

Processamento e chamada assíncronos: se o aplicativo precisa de um nível garantido de confiabilidade e segurança para a troca de mensagens, então o SOAP 1.2 oferece padrões adicionais para esse tipo de operação como por exemplo o WSRM (WS-Reliable Messaging).

Contratos formais: se ambos os lados (fornecedor e consumidor) têm que concordar com o formato de intercâmbio de dados, então o SOAP 1.2 fornece especificações rígidas para esse tipo de interação.

Operações stateful: para o caso de o aplicativo precisar de informação contextual e gerenciamento de estado com coordenação e segurança, o SOAP 1.2 possui uma especificação adicional em sua estrutura que apoia essa necessidade (segurança, transações, coordenação etc.). Comparativamente, usar o REST exigiria que os desenvolvedores construíssem uma solução personalizada.

Como se vê, cada uma das abordagens tem sua utilidade. Ambas têm problemas nos quesitos de segurança, camadas de transporte etc.; mas ambas podem realizar o trabalho necessário e trazem sua contribuição para o desenvolvimento de aplicações web.

Retirado de: http://www.infoq.com/br/articles/rest-soap-when-to-use-each

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Resposta curta

SOAP é antiquado, complicado e chato. Em algumas linguagens, o suporte a SOAP vai ficando decadente, há bibliotecas que funcionam mas não são tocadas há quase 10 anos.

REST (e GraphQL) são mais modernas, mais fáceis de usar, existe abundância em bibliotecas, documentação, exemplos e geralmente usa JSON.

XML também já é bastante obsoleto frente a JSON como formato de troca de dados. SOAP é baseado em XML.

A única coisa marginalmente interessante do SOAP é o WSDL, que é um "schema" fornecido por todo servidor SOAP. De certa forma a API SOAP é auto-documentada pelo WSDL, mas não acho que contrabalança o REST, e já existe "JSON schema" se se faz questão de ter schema.

SOAP tem todo um esquema de definir tipos simples e compostos com constraints no próprio WSDL, é o tipo de coisa que parece interessante a priori, mas na prática é uma complicação desnecessária. A simples composição de tipos simples feita pelo JSON é extremamente prática.

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