Entendendo a sintaxe
Considerando a parte importante:
<T> Optional<T> empty()
T
é uma variável de tipo. Isso funciona mais ou menos como uma variável em um template, onde você pode substituir T
por um tipo qualquer, lembrando que tipo em Java é sinônimo de classe (não confundir com *tipos primitivos).
O primeiro <T>
diz: este método vai usar um tipo genérico T
em algum lugar. É como uma dica para o compilador (e para o programador desatento).
O tipo de retorno do método Optional<T>
então diz que o tipo genérico de Optional
deve ser do mesmo tipo genérico do método.
Confuso, né? Quando o Java vai saber o tipo T? Isso ocorre no momento em que você vai usar o método. Como o @Maniero já disse, quando você chama o método atribuindo o resultado a um certo tipo, o Java consegue inferir o tipo usado naquela chamada.
Por exemplo, se você está atribuindo o retorno do método a uma variável do tipo Optional<String>
, então T = String
e você pode ler o método como:
Optional<String> empty()
De fato, as IDEs mais avançadas como Eclipse e IntelliJ irão mostrar a assinatura com a substituição adequada de T
durante o autocompletar sempre que for possível inferir tipo pelo contexto atual.
É bom lembrar que a inferência de tipos genéricos é uma garantia em tempo de compilação de que não haverá incompatibilidade entre tipos durante atribuições e acessos. Portanto, isso nada influencia durante a execução do programa.
Outro exemplo
Esta não é a única maneira do compilador subentender o tipo genérico. Um exemplo clássico é um método que retorna um mesmo tipo passado por parâmetro:
static <T> T instanciar(Class<T> classe) throws IllegalAccessException, InstantiationException {
return classe.newInstance();
}
Da mesma forma que no primeiro exemplo, <T>
diz que o método é genérico, o retorno será do tipo T
e o método recebe uma classe do tipo Class<T>
. Exemplo de uso:
Cliente c = instanciar(Cliente.class);
Produto p = instanciar(Produto.class);
Como o Java infere o tipo T
aqui? O compilador olha o tipo de classe passado no parâmetro e assim garante que o valor retornado seja do mesmo tipo.
Diferente do caso da pergunta, onde o tipo é inferido pela variável que recebe o retorno do método, aqui o tipo é inferido por um dos parâmetros informados.
Por exemplo, Cliente.class
é um atributo que retorna um objeto do tipo Class<Cliente>
, portanto o retorno da primeira chamada será to tipo Cliente
, onde T = Cliente
.
Porque <T>
é necessário antes do tipo do método
Há classes/interfaces genéricas e métodos genéricos. Se a classe/interface for genérico, os métodos dela podem usar o tipo genérico.
Exemplo:
interface Generico<T> {
T empty();
}
Ou:
class Generico<T> {
T empty() { ... }
}
Entretanto, se apenas o método é genérico, a declaração precisa vir antes do método. Isso vale para métodos estáticos e de instância.
Note que você pode misturar classes e métodos genéricos e usar diferentes nomes para as variáveis de tipos:
class Generico<T> {
T empty() { ... }
static <X> Optional<X> empty() { ... }
<Y> Optional<Y> of(Y instance) { ... }
}
Entretanto, considere que existe uma convenção para nomes de variáveis de tipos.
Creio que a decisão de exigir a declaração do tipo genérico foi tomada por questões de legibilidade do código, além de evitar sintaxes obscuras para não confundir um tipo genérico T
com um class T {}
.
O tipo genérico é estritamente necessário?
Não. Os genéricos em Java são apenas uma questão de segurança para o programador.
Você bem pode fazer isso:
public static Optional empty() {
return Optional.empty();
}
E voltamos à era do Java 1.4, onde não havia genéricos, mas em compensação casts e erros de ClassCastException
apareciam em todo lugar.