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Quando programamos voltado para interface implica em programar para uma super-tipo? Qual o significado disto?

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    Tem um citação, um contexto de onde isto está sendo usado? A pergunta pode ser um pouco ambígua dependendo da conceituação usada.
    – Maniero
    17/09/2015 às 16:38
  • Eu me deparei com esta citação em um slide apresentado durante minha aula de Engenharia de Software, onde estava sem apresentado um exemplo de software que utilizava o Padrão de Projeto Strategy, vou ver se consigo este trecho.
    – Duds
    17/09/2015 às 16:43
  • O exemplo que surgiu essa questão está no exemplo encontrado neste link: www2.ic.uff.br/~anselmo/cursos/TPA/apresentacoes/…
    – Duds
    17/09/2015 às 16:48
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    Não achei esta citação mas vou tentar responder.
    – Maniero
    17/09/2015 às 16:53
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    @bigown, nesta pergunta já está tudo ok. Realizei o aceite da pergunta.
    – Duds
    5/03/2016 às 18:23

3 Respostas 3

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Não vou entrar em detalhes sobre classes concretas, abstratas, interfaces, porque o AP já fez várias perguntas sobre isto e já recebeu respostas onde tem muito material.

Eu não posso garantir se tem uma definição formal que indique o que pode ser considerado super-tipo ou não. Na minha visão qualquer coisa que possa ser usado como base para outros tipos é um super-tipo. Incluindo interface, então a afirmação é verdadeira.

Se você vai preferir uma classe concreta, abstrata ou interface, realmente depende do caso e há material no site para ajudar a entender genericamente quando usar cada uma.

A interface é o super-tipo mais fácil de ser implementado. A classe abstrata fica no meio termo porque tem partes puramente abstratas e outras concretas. A concreta é mais complicado porque só pode trocar a implementação por virtualização (ou algum mecanismo que obtenha o mesmo efeito) e isto não é algo tão simples.

A interface dá mais liberdade de implementação e é mais restrita no que faz, então ela é uma forma de programar para super-tipo, e é considerada a melhor forma.

Mas se no contexto o termo for superclasse, me parece que aí está se falando de uma classe abstrata ou concreta.

O termo "programar para interface" não pode incluir classes, que são super-tipos, que tenham implementações, pelo menos não na parte que aquilo se refere.

Java e C# não permitem herança múltipla, só uma classe pode ser herdada, então ela quase certamente implicará ter implementações, o que dificulta o princípio do "programar para interface". Para entender melhor porque, leia a pergunta linkada abaixo.

Então, como diria o Ronnie Von, sim, significa, mas isto não quer dizer muita coisa. Saber isto especificamente não tem implicação prática.

O que mais poderia acrescentar sobre isto já está na pergunta: Programar voltado para interface e não para a implementação, por quê?.

Coloquei no GitHub para referência futura.

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  • Eu não entendi uma coisa @bigown, o que você quis dizer com o termo "implementação por virtualização"?
    – Duds
    17/09/2015 às 17:15
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    Usar um método virtual onde você ele pode ser substituído por outro na classe filha. Se tudo for virtual até dá para dizer que a classe concreta pode funcionar como se fosse um interface. Fazer um design assim provavelmente é um erro, mas teoricamente atenderia o que o princípio do "programar para interface".
    – Maniero
    17/09/2015 às 17:19
  • Eu também não tenho certeza, mas pelo que entendo 'super tipo' é a ideia de um tipo que pode ser instanciado sem que o objeto 'seja' desse tipo. Com herança, cachorro é um animal, mas um objeto que implementa uma interface IInterface não é IInterface
    – RSinohara
    17/09/2015 às 17:46
  • @RSinohara você está certo nisto, mas não sei se a interface não pode ser considerado um super-tipo. Acredito que sim, afinal ela pode ser usada no lugar do sub-tipo. Eu não sou muito acadêmico, então não vou afirmar nada, mas a não ser que alguém me mostre uma falha nesta lógica, considerarei a interface um super-tipo.
    – Maniero
    17/09/2015 às 17:53
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Interface é um recurso da orientação a objeto utilizado em Java que define ações que devem ser obrigatoriamente executadas, mas que cada classe pode executar de forma diferente.

Como exemplo:

Temos a classe abstrata Veículo e as classes não abstratas Caminhao, Aviao que herdam da classe Veículo. Concorda comigo que não tem como o caminhao voar (Não até os dias de hoje)? Portanto, os métodos serão diferentes, posso colocar na classe abstrata Veículo o método abastecer() já que é comum para todas as classes que herdam dela. Porém, enquanto o caminhão anda, o avião voa, então estes dois verbos não pertencem ao mesmo objeto e obviamente não podem ser colocados juntos na superclasse.

O que faço então?

Posso criar duas interfaces, uma com o nome VeiculoTerrestreInterface e a outra VeiculoAereoInterface, enquanto que, a interface VeiculoTerrestreInterface contém o método andar(), a interface AviaoInterface terá o método voar().

E nas suas classes, utilizando a linguagem de programação Java, será implementada da seguinte maneira:

public class Aviao extends Veiculo implements VeiculoAereoInterface{

}

public class Caminhao extends Veiculo implements VeiculoTerrestreInterface{

}

Recapitulando, Avião e Caminhão são Veículos e possuem ações semelhantes, certo? Porém, ambas possuem suas próprias ações e que o outro pode não conseguir fazer. Para esse problema então foram criadas duas interfaces para que em cada uma delas seja definido métodos específicos, que foram voar e andar.

Futuramente posso criar também a classe Carro e implementar de VeiculoTerrestreInterface já que a mesma contém o método andar().

public class Carro extends Veiculo implements VeiculoTerrestreInterface {

}

Segue uma imagem do exemplo:

Classes implementando interfaces

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    Eu não gosto muito deste exemplo porque ele, que é muito usado, usa OOP do jeito errado. Usa OOP querendo reproduzir coisas concretas que o mundo real faz, mas o programa é abstrato. Por isto fazer GUI, games com OOP é muito útil, mas quando tentamos reproduzir coisas concretas começamos ter problemas. Ora, o avião e o caminhão se movimentam. Então eles fazem a mesma coisa. Só a implementação é diferente. Não digo que isto está errado, mas está sendo ingênuo. Aí se um voa e o outro anda, pode ser um detalhe que pouco importa publicamente., que é o intuito da interface.
    – Maniero
    17/09/2015 às 17:11
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  • Obrigado pelos comentários, irei conferir o conteúdo do link 17/09/2015 às 17:20
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Significa que você pode utilizar qualquer objeto que implemente a interface.

Usando herança e polimorfismo, você pode acessar, digamos, uma classe cachorro como se fosse um animal. Uma função pode usar a classe, só sabendo que é um animal.

Mas para isso, você precisa estar na hierarquia destas classes. E se o animal tiver uma função mover(), que muitos objetos têm? Se eu quiser acessar esse membro, não posso fazer isso através da classe animal - não para outros objetos. Claro que posso fazer com que tudo herde de objeto, que poderia conter esse método. Se você planejar isso no começo, vá-la. Mas se essa necessidade aparecer depois, significa mover muito código pra lá e pra cá (e talvez quebrar coisas no caminho).

Uma alternativa interessante é o uso de interfaces. Com elas, objetos nem um pouco relacionados podem compartilhar membros, que podem ser acessados por uma função que não tem ideia do que o objeto se trata, a não ser que implementa a interface.

Outra questão relevante é que a maioria das linguagens não permite herança múltipla (uma classe herdando de várias outras), enquanto permitem que uma classe implemente qualquer número de interfaces.

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