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O que acontece quando se faz um rebase na seguinte situação:

  1. Branch master com 3 commits (A, B e C).
  2. Após fazer o commit C, criei um novo branch com o nome design.
  3. Fiz um commit (D) no branch design e voltei ao branch master.
  4. Fiz um commit (E) no branch master.

Atualmente o meu histórico de commits é:

  • master: A, B, C, E
  • design: A, B, C, D

Após fazer o rebase no branch master, o histórico ficará da seguinte forma?

  • master: A, B, C, D, E
  • design: A, B, C, D

Se a resposta é sim, qual o objetivo de refazer o histórico quando uma das vantagens do Git é poder ver o histórico tal como ele é? Se posso manipular o histórico, então posso não ver o que realmente aconteceu.

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  • 2
    o rebase costuma ser útil quando somente você mexe num determinado projeto, mas isso quando você não quer perder tempo fazendo merge, pois ele sobrescreve o histórico com as atualizações e ignora os conflitos, mantendo sua atualização como a mais recente e também despreza mudanças no meio do projeto feito por outras pessoas. 18/08/2015 às 13:05

3 Respostas 3

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Respondendo as suas perguntas.

1 - Após fazer o rebase no branch master, o histórico ficará da seguinte forma?

Sim

2 - Se a resposta é sim, qual o objetivo de refazer o histórico quando uma das vantagens do GIT é poder ver o histórico tal como ele é?

O problema do rebase é que ele altera o histórico, assim como outros comandos do git (como os que levam o atributo --hard). Por isto ele é recomendado apenas em casos bem específicos. O Git não tem a premissa de proteger a qualquer custo o histórico de alterações mas de, por padrão, preservar isto.

Veja a seguir o que aconteceu em cada commitque fez.

Lembrando que HEAD é para onde o seu repositório está apontando no momento (pode ser uma branch, tag ou commit específico).

Entendendo o cenário passo-a-passo

A seguir, vou detalhar o que ocorreu em cada passo que descreveu até o rebase.

Vamos lá:

Branch master com 3 commits (A, B e C).

A<---B<---C
          |
          |
       |Master|
          |
         HEAD

Comando:

git checkout master

Após fazer o commit C, criei um novo branch com o nome design.

        HEAD
          |
       |design|
          |
          |
A<---B<---C
          |
          |
       |Master|

Comando:

git commit -m "Commit C"
git checkout -b design      # cria a branch design a partir da branch atual (master)

Fiz um commit (D) no branch design

                  HEAD
                    |
                |design|
                    |
                    |
                .---D
               /
A<---B<---C<--´
          |
          |
       |Master|

Comando:

git checkout design
git commit -m "Commit D"

e voltei ao branch master.

                |design|
                    |
                    |
                .---D
               /
A<---B<---C<--´
          |
          |
       |Master|
          |
         HEAD

Comando:

git checkout master

Fiz um commit (E) no branch master.

                |design|
                    |
                    |
                .---D
               /
A<---B<---C<--´-----E
                    |
                    |
                |Master|
                    |
                   HEAD

Comando:

git commit -m "Commit E"

E fazendo o rebase:

                |design|
                    |
                    |
                .---D<----E'
               /          |
A<---B<---C<--´           |
                       |Master|

Comando:

git checkout design
git rebase master

Como pode notar, com o rebase da master na branch design, os commits a mais (E) da master vão para o topo da branch design.

Assim, como pode notar ao final, os commits ficaram como você disse:

  • master: A, B, C, D, E
  • design: A, B, C, D
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  • 4
    Uma das melhores explicações que li... Pra completar colocaria os comandos referentes aos commits e ao rebase no seu exemplo. 15/03/2018 às 11:26
  • 1
    @DiegoBorges, done :)
    – Dherik
    15/03/2018 às 11:56
  • 1
    @Dherik, Acho que esta errado o ultimo desenho. O "COMMIT E" vai pra BASE da branch "DESIGN". Por isto o nome "rebase". Ou seja, o COMMIT E fica atras do "COMMIT D". Sendo o "COMMIT D" o "HEAD." 9/04/2021 às 18:35
  • 1
    @GBisconcini é isso mesmo, as branches também ao final apontam para o mesmo commit (creio que por isso ninguém notou o problema até agora). Vou corrigir depois. (fique à vontade para editar, se quiser)
    – Dherik
    9/04/2021 às 18:44
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O principal benefício do rebase é que começa uma abordagem muito mais "limpa".

Primeiro, elimina a intercalação desnecessário, compromisso esse exigido pelo git merge.

Em segundo lugar, rebasing também resulta num histórico de projeto perfeitamente linear onde pode acompanhar o inicio do percurso de todo o caminho do projeto, sem quaisquer problemas. Isto torna mais fácil para navegar no seu projeto com comandos como git log, git bisect e gitk.

Mas, há duas soluções de compromisso para esta história:

  • Segurança e rastreabilidade: se não seguir a regra de ouro de rebasing, re-escrever a história do projeto pode ser potencialmente catastrófico para o seu fluxo de trabalho de colaboração. E, menos importante, rebasing perde o contexto fornecido por um merge commit, isto se não conseguir ver quando as alterações a montante foram incorporadas ao recurso.

A melhor forma de compreender todo o processo é por exemplo ler o seguinte Artigo:

Merging vs Rebasing

Também deixo aqui imagens que resumem um bom exemplo de aplicação:

Estado Inicial do Repositório

inserir a descrição da imagem aqui

Dev-B: Sincronização da Origem

inserir a descrição da imagem aqui

Dev-B: rebase

inserir a descrição da imagem aqui

Dev-B: rebase final

inserir a descrição da imagem aqui

Dev-B: Sincronização Final para a Origem

inserir a descrição da imagem aqui

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É exatamente isso que acontece. A principal vantagem do rebase em relação ao merge é que você terá um histórico bem mais limpo (e como realmente é) do que um projeto com merges, já que ele vai primeiro aplicar todos os commits do branch que está "rebaseando", para depois aplicar os commits do branch que está sendo "rebeseado". Entretando, rebase pode acarretar com algumas perdas de código que não acontecerão no merge, por isso é indicado que iniciantes não utilizem o rebase, mas sim o merge.

Além disso, a regra de ouro do rebase define quando fazer ou não um rebase. O rebase é aconselhado apenas para branches privados, ou seja, ele deve ser evitado em branches públicos, como o master, por exemplo. Isso evita que você bagunce branches públicos reorganizando os seus commits.

Em resumo, o rebase serve justamente pra manter um histórico mais limpo e linear, evitando commits "desnecessários" ocasionados por um eventual conflito de merges. Vale lembrar que algumas ferramentas funcionam somente com o rebase, como é o caso do gerrit, que cria uma linha de dependências dos commits enviados para com o branch principal (geralmente o master).

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