Vamos considerar o cenário abaixo para entender melhor o que ocorrer e qual opção usar:
--- A --- B --- C --- D --- remotes/origin/master
\
--- E --- F --- master
Digamos que você baseou seu trabalho no commit B, e criou os commits E e F, e, enquanto isso, foram adicionados os commits C e D no branch remoto. O merge
pode funcionar de duas formas: fast forward e merge commit. O fast forward só funciona se você não fez commit nenhum, o que não é o caso. Nos casos em que o fast forward é possível, não há diferença entre usar ele e o rebase.
O merge commit vai ficar assim:
--- A --- B --- C --- D --- remotes/origin/master
\ \
--- E --- F --- M --- master
Isto é, ele cria o commit M, que tem dois pais: os últimos commits do seu branch e do branch que você está fazendo merge.
Já o rebase fica assim:
--- A --- B --- C --- D --- remotes/origin/master
\
--- E' --- F' --- master
A principal vantagem do rebase é que sua história permanece linear: todo commit tem um único pai. Mas note que os commits E e F não existem mais no seu branch: o que existem são commits E' e F', que são equivalentes aos E e F originais, mas diferentes. A principal desvantagem é a seguinte: digamos que você tenha publicado o seu branch no repositório "meurepo":
--- A --- B --- C --- D --- remotes/origin/master
\
--- E --- F --- master, remotes/meurepo/master
E outra pessoa fez fork desse seu repositório e fez algo nele:
--- A --- B --- C --- D --- remotes/origin/master
\
--- E --- F --- master, remotes/meurepo/master
\
--- G --- remotes/outrorepo/master
Agora você fez o rebase, e adicionou um commit:
--- A --- B --- C --- D --- remotes/origin/master
\ \
\ --- E' --- F' --- H -- master
\
- E --- F --- G --- remotes/outrorepo/master
Agora a outra pessoa tem problemas sérios. Os commits E e F e os commits E' e F' são diferentes, o que pode trazer sérios problemas para a outra pessoa se ela tentar fazer merge. Além disso, a outra pessoa não pode fazer um rebase com a mesma facilidade que você (é possível, mas requer que ela saiba exatamente o ponto em que você fez o rebase -- trivial acima, mas nem tanto na prática).
Vamos ver como fica a opção de fazer merge, e já vou incluir o branch da outra pessoa:
--- A --- B --- C --- D --- remotes/origin/master
\ \
--- E --- F --- M -- H -- master, remotes/meurepo/master
\
--- G --- remotes/outrorepo/master
Observe que agora foi criado um commit M. Esse commit tem dois pais: D e F. A principal desvantagem desse tipo de operação é justamente essa falta de linearidade. Fica mais difícil localizar o momento exato em que algum problema foi introduzido no código (no exemplo acima parece fácil, mas pense como fica se todo mundo faz merges desse tipo regularmente).
Existem duas vantagens. A primeira é que fazer merge disso é mais simples: como a história foi preservada, o git já sabe que os commits E e F são comuns entre remotes/meurepo/master e remotes/outrorepo/master, e podem ser ignorados na hora de verificar conflitos.
A outra vantagem é que é mais fácil entender o que as pessoas que estavam trabalhando no código estavam pensando. Digamos que uma outra pessoa criou um bug em H, causado pela interação de C com E. No caso de merge, ela sabe que C e E foram desenvolvidos de forma independente, e por isso a interação é inesperada. No caso do rebase, ela vai achar que você já sabia da interação ao criar E', pois a história é linear, e vai ficar na dúvida se foi intencional ou não.
A regra que me parece ser a mais recomendada é a seguinte: enquanto você não publicar seu branch, pode fazer rebase. Uma vez publicado, faça merge. Entretanto, rebases são muito utilizados na comunidade Linux, que é a criadora do git, o que serve de contraponto.