É perfeitamente possível fazer isso com Java, exemplos são Ant e Maven.
Ant
Ant é uma biblioteca para builds configurada geralmente a partir de XMLs, mas nada nos impede de executar as Tasks diretamente via código Java.
A própria documentação disponibiliza um exemplo: Using Apache Ant™ Tasks Outside of Ant
O exemplo é bem simples, basta estender a Task original:
static public void unzip(String zipFilepath, String destinationDir) {
final class Expander extends Expand {
public Expander() {
project = new Project();
project.init();
taskType = "unzip";
taskName = "unzip";
target = new Target();
}
}
Expander expander = new Expander();
expander.setSrc(new File(zipfile));
expander.setDest(new File(destdir));
expander.execute();
}
Eu já brinquei bastante com Ant, criando e estendendo Tasks. Depois que você pega o jeito é bem simples.
Maven
Não cheguei a fazer esse tipo de "brincadeira" com o Maven, mas aparentemente é bem simples.
Veja o exemplo desta resposta do SOen:
InvocationRequest request = new DefaultInvocationRequest();
request.setPomFile( new File( "/path/to/pom.xml" ) );
request.setGoals( Collections.singletonList( "install" ) );
Invoker invoker = new DefaultInvoker();
invoker.setMavenHome(new File("/usr"));
try
{
invoker.execute( request );
}
catch (MavenInvocationException e)
{
e.printStackTrace();
}
Há também projeto que pode ajudar bastante, chamado Mojo Executor. A ideia dele é permitir que um plugin execute outros plugins, mas nada impede que você use-o fora do escopo do Maven.
O maior cuidado que você precisa tomar, para Maven ou para Ant, é que os plugins podem acessar informações de contexto (projeto) e você precisa deixar isso disponível via código.
Considerações
Na maioria das vezes uma linguagem de programação não faz tanta falta para os builds. A parte mais difícil é saber como fazer isso da forma mais direta possível.
Trabalho com o Maven há alguns anos e isso somente foi necessário em casos onde a organização dos projetos era demasiadamente complexa. Porém, o ideal seria reorganizar os projetos. Conhecendo melhor o Maven e como organizar bem os arquivos no projeto precisei cada vez menos de gambiarras nos meus builds.
Em alguns casos, é possível mesclar as abordagens declarativa e programática e criar plugins para Ant ou Maven que representam as tarefas específicas de que precisamos.
O problema de usar uma linguagem muito poderosa para tarefas como essa é que seu build pode tornar-se tão ou mais complicado de manter do que a própria aplicação em si.
Outra consideração é que a linguagem Java é muito verbosa e pouco flexível, o que a torna não muito adequada para tarefas de automação de build. Linguagens de script são mesmo preferíveis para esse tipo de tarefa.
Muitas pessoas fazem isso, mas nem sempre a melhor solução é reescrever a ferramenta na linguagem que você é mais proficiente, ou do jeito que você prefere. Aprender outras formas de trabalhar e programar é difícil, mas depois de algum tempo pode valer a pena.
Não digo para você desistir de tentar fazer algo melhor ou simplesmente reinventar a roda. Mas não perca de vista que muitos dos projetos existentes são feitos por pessoas bastante experientes e você pode aprender bastante com eles.