Eu vejo pelo menos três passos para se fazer a solução ideal:
- Resolva o problema;
- Faça a solução ficar bonita;
- Faça a solução ficar rápida;
Parece que você está começando pelo item 3, se preocupando se a solução será rápida sem antes nem ter uma solução para o problema.
Nos comentários você colocou um requisito de extrema importância para o problema:
"sim, pq vai ter uma busca específica por ingredientes, por exemplo, sobrou pimentão na geladeria, que tipo de receita posso fazer com pimentão" [sic] (fonte)
Isso indica que a partir de um determinado ingrediente você precisa localizar as receitas. Mais que isso, você terá que procurar não só por ingrediente, mas por quantidade também. Se a ideia é permitir uma busca de receitas que aproveitem os ingredientes disponíveis, do que adiantaria trazer uma receita que exige dois pimentões se tenho apenas um?
Também existe o problema de normalização do nome do ingrediente. Eu pesquiso por "pimentão", mas há receitas cadastradas com "PIMentões", "Pimentoes", "Pitentoes", "pimentao", "pimentão verde", "pimentão vermelho", "pimento" etc. Isso seria um sério problema na tarefa de trazer um resultado de uma busca fiel.
Você contorna esse problema criando uma tabela para gerenciar os ingredientes:
create table ingredientes (
ingrediente_id integer not null auto_increment,
ingrediente_nome varchar(255) not null,
primary key (ingrediente_id)
);
Isso na forma mais básica. Você pode incrementar a tabela conforme suas outras necessidades; por exemplo, você pode criar uma coluna que sinaliza se determinado ingrediente possui glúten e com isso já classificar uma receita como livre de glúten, pode adicionar colunas com informações nutricionais do ingrediente e com isso estimar valores nutricionais da receita (calorias, sódio, etc), pode criar uma coluna que sinaliza se determinado ingrediente é de origem animal e com isso classificar uma receita como vegana. As possibilidades são muitas.
Para as receitas, você criará outra tabela:
create table receitas (
receita_id integer not null auto_increment,
receita_titulo varchar(255) not null,
primary key (receita_id)
);
Isso na forma mais básica. Você pode incrementar a tabela conforme suas outras necessidades; por exemplo, você pode criar uma coluna que informa o tempo de preparo da receita (improvável, pois talvez seria melhor definir o tempo de cada passo do modo de preparo ao invés disso), você pode definir uma coluna que defina para quais refeições a receita é melhor adequada (almoço, lanche, jantar, etc).
E, finalmente, como uma receita pode ter mais de um ingrediente e um ingrediente pode estar em mais de uma receita, temos uma relação clara de N:N, necessitando uma tabela de associação entre ingredientes
e receitas
. Essa tabela deverá possuir as duas chaves estrangeiras que associará o ingrediente à receita e outras colunas com informações da associação. Por exemplo, a receita 1, pimentão recheado, possui o ingrediente 1, pimentão verde. Mas quantos? Ou seja, a tabela de relação precisará definir a quantidade de ingrediente na receita. A relação entre a receita 1 e o ingrediente 1 terá quantidade 3. Mas 3 o quê? Unidades, xícaras, colheres? Neste caso provavelmente seriam unidades. Assim, a relação, além de definir a quantidade, deverá definir a unidade de medida. Se colocar como uma coluna de texto voltamos ao problema inicial: faltará normalização nos valores. Uma receita pode possuir "1 colher de sal", outra "1 culher de sal", outra "1 colheres de sal", etc.
Acho que, se você está seguindo a resposta, já entendeu o próximo passo:
create table medidas (
medida_id integer not null auto_increment,
medida_nome_singular varchar(255) not null,
medida_nome_plural varchar(255),
primary key (medida_id)
);
E, na tabela de relação teremos mais uma relação: chave estrangeira para medidas
.
create table receitas_ingredientes (
receita_ingrediente_id integer not null auto_increment,
receita_id integer not null,
ingrediente_id integer not null,
receita_ingrediente_quantidade float not null,
medida_id integer not null,
primary key (receita_ingrediente_id),
foreign key (receita_id) references receitas(receita_id),
foreign key (ingrediente_id) references ingredientes(ingrediente_id),
foreign key (medida_id) references medidas(medida_id)
);
Isso na forma mais básica. Você pode incrementar a tabela conforme suas outras necessidades; por exemplo, você pode criar uma coluna que define um fator de multiplicação para diferentes quantidades de porções. Se minha receita consta para utilizar 1 pimentão que rende 1 porção, caso eu queria que para duas porções retorne a quantidade 2, bastaria definir o fator como 1.0. Mas talvez eu não precise duplicar também a quantidade de sal nesse caso, então o fator poderia ser 0.65, assim a quantidade para duas porções seria 1.3x a quantidade para uma. Isso permitiria que suas receitas ficassem dinâmicas conforme a necessidade do seu usuário.
Tenho um pimentão verde em casa, o que eu posso fazer de almoço?
select receitas.*
from receitas_ingredientes
join receitas using (receita_id)
where ingrediente_id = 1 # Pimentão verde
and receita_ingrediente_quantidade <= 1 # Quantidade 1
and medida_id = 1; # Unidade de medida: unidade
É eficiente? Não sei, mas resolve seu problema. Passo 1 concluído. Agora você pode rever todos os requisitos do seu projeto (acredito que já tenha feito isso antes de começar a estruturar o banco de dados) e, com isso, você poderá deixar sua solução bonita. Você pode criar todas as colunas que necessitar, criar funções, procedures, etc. Passo 2 concluído. Teste o sistema, está rápido? Ótimo, você conseguiu que uma solução bonita também fosse suficientemente rápida - na maioria dos casos, quando os passos 1 e 2 são bem executados, o passo 3 pode ser ignorado.
Não está rápido? Reveja os passos 1 e 2. Talvez a solução que implementou não foi a melhor. Identifique os gargalos, veja se pode implementar de outra forma; se sim, reimplemente e teste novamente. Se seu problema é realmente tão específico assim que mesmo fazendo muito bem os passos 1 e 2 sua solução ainda não atende aos requisitos de performance você poderá analisar como contorná-los. Você pode criar views, views materializadas, criar estruturas de somente leitura, fazer camadas de cache, etc. É difícil dizer qual será a solução sem conhecer os gargalos. Isso somente você poderá dizer - se realmente for necessário.
Como o Maniero disse na resposta dele, um banco de dados consegue trabalhar com milhões de registros. Alguns milhares não devem ser um problema. Se for, volte ao passo 1. A título de curiosidade, aqui temos umas 15 tabelas que passam de 300 mil registros, cinco tabelas que passam de 1 milhão de registros (a maior passa de 15.5 milhões) e até hoje não tivemos problema com performance.