Tem alguns usos possíveis. Os principais são esses dois:
fábrica de funções
Esse talvez seja o uso principal. Como funções são objetos de primeira classe em em Python, cada vez que uma função que contém outras é chamada, as funções declaradas internamente são recriadas (Mas não compiladas de novo: o bytecode das funções aninhadas é criado em um passo anterior). Elas terão acesso as variáveis da função externa, que serão também separadas a cada chamada (que cria um "closure").
Acho que um dos usos mais comuns é na quando se escreve um decorador em Python. Decoradores em Python são funções que recebem como único parâmetro uma outra função. Eles retornam um objeto chamável, em geral uma função também, que pode executar algum código antes e depois da chamada da função original. Então o código de um decorador simples fica assim:
def decorator(func):
def wrapper(*args, **kwargs):
# código anterior a chamada original
...
result = func(*args, **kwargs)
# código posterior a chamada original
...
return result
return wrapper
@decorator
def minha_funcao():
...
Nesse caso, cada vez que "minha_funcao" for chamada, o que será executado será a função wrapper
declada dentro do decorator
- mas uma função wrapper
em que a variável func
vai ser exatamente o parâmetro da função decorator
que recebe minha_funcao
original como parâmetro.
Se o decorador for usado mais de uma vez, func
receberá as outras funções decoradas, e será criada uma função wrapper
distinta para cada uso.
É interessante ter em mente que uma função aninhada pode acessar as variáveis das funções externas, e, em Python 3, até atribuir novos valores a essas variáveis , com o uso da declaração nonlocal
(em Python 2, as variáveis externas eram somente de leitura).
legibilidade
Python deliberadamente restringe as funções do tipo "lambda" a serem apenas uma expressão. Em geral, funções do tipo "lambda" são usadas como parâmetros para outras funções, por exemplo, para obter a chave de ordenação de uma sequência no método sort
, ou um comando a ser executado quando é clicado um botão de um programa gráfico.
Se a função a ser passada como parâmetro for um pouco mais complexa, e precisar ter variáveis, if
s, etc... já vale a pena declara-la como uma função independente, aninhada.
Nada impediria que impediria que essa função aninhada estivesse fora do código principal - mas a declaração aninhada permite que ela esteja próxima do ponto onde é usada uma única vez - e se aquela lógica estiver relacionada com a função de fora.