Não é tudo a mesma coisa.
Faculdade quer dizer muito pouco. Ela é útil, mas ter um diploma não garante nada. A maioria dos estudantes aprendem ser ótimos jogadores de truco no pátio da escola. Em geral as pessoas procuram aprender fragmentos e acham que sabem tudo. Poucos são comprometidos com o entendimento correto. Menos ainda são os que possuem criticidade para evitar sair falando sobre o que não sabe. E quando a pessoa aprende, em geral é decoreba e nem entende sobre o que está falando.
Em geral OOP é como sexo de adolescente, todo mundo diz que faz, mas fazer mesmo, poucos. E onde faz, não sei se deveria. OOP de verdade complica muito o código, então talvez seja melhor não fazer OOP certo mesmo, o problema é que precisa não fazer com consciência e não por acaso.
A maioria sequer consegue definir o que é OOP e cada mecanismo comumente usado nesse paradigma. Sem falar que há escolas diferentes que definem o termo.
Esses dois mecanismos, junto com a herança são a base da orientação a objeto, embora alguns discordem. Eles têm nomes diferentes porque são muito diferentes.
Algumas definições colocam a abstração como outro componente.
Inclusive eles podem e são usados em outros paradigmas de forma conjunta ou separada. Não é algo exclusivo de OOP.
Não há qualquer relação entre eles, são completamente ortogonais.
Encapsulamento
Encapsulamento até poderia ser confundido com abstração, mesmo sendo diferente. Ele é sobre esconder os detalhes de implementação.
Ao contrário do que muitos acham, getters e setters servem ao encapsulamento, mas ele não é encapsulamento em si, isso é abstração. Encapsulamento é sobre manter junto o necessário para alcançar o objetivo do objeto, então tudo o que pode ser feito com aquele objeto deve fazer parte dele, mas não deve ser exposto diretamente, a não ser que seja necessário. Na verdade isso é até um pouco mais complicado, porque é comum que queiramos que a maioria das operações com um objeto sejam feitas fora dele, mas isso é outro assunto.
Tornar algo privado é um mecanismo muito usado, mas estritamente falando não é o encapsulamento em si.
Encapsular não é separar o programa em partes.
Tragicamente os getters e setters são exemplificados como encapsulamento e como as pessoas não entendem bem o conceito acham que é só isto. Curiosamente os que gostam de boas práticas deveriam conhecer a boa prática que diz que eles não são bons, eles apenas costumam ser melhores do que deixar tudo público quando não tem outro jeito, a não ser quando eles não são.
Polimorfismo
Polimorfismo é sobre escolher o melhor algoritmo para uma determinada necessidade.
Existem algumas formas de polimorfismo, mas todas, de um jeito ou de outro, são substitutos para um if
. O polimorfismo mais tradicional, o dinâmico ou de subtipo é apenas a escolha de qual método executar baseado no tipo do objeto que possui alguma relação, em geral é feita uma indireção na chamada do método de acordo com uma tabela.
O polimorfismo paramétrico normalmente é resolvido em tempo de compilação de acordo com o tipo do dado usado e alguma restrição.
Ainda é possível ter um polimorfismo dinâmico ou estático, baseado na assinatura do método, chamado overloading ou ad-hoc, que não é o que tratamos aqui, não é disto que OOP trata.
Informações extras
Tem um monte de perguntas sobre o assunto aqui mesmo no SOpt, é só pesquisar. Se achar algo que não foi perguntado, pode fazer uma nova pergunta.
Exemplo
Pode ter erros, não sei nem se compila, é só para mostrar os conceitos, fiz enormes simplificações. Note que não tem uma relação tão direta entre os métodos e os campos. Não caí na ilusão de encapsulamento. Java incentiva o polimorfismo fazendo todos os métodos serem virtuais por padrão. Veja:
public abstract class Conta {
private string documento; //todos aqui estão encapsulados
private string titular;
private BigDecimal saldo;
private BigDecimal limite;
private Date ultimaTroca;
public Conta(string documento, string nome, BigDecimal saldo, BigDecimal limite) {
if (!validaDocumento(documento)) throw DocumentoInvalaidoException();
this.documento = documento
this.nome = nome;
this.saldo = saldo;
this.limite = limite;
ultimaTroca = new Date();
}
private bool trocaEstaDisponivel() { //encapsula a lógica de verificação, não interessa externamente
return new Date().getTime() - ultimaTroca.getTime() < 1000 * 60 * 60 * 24 * 30 * 6;
}
private bool PodeSacar(BigDecimal saque) {
return saldo + limite - saque >= 0;
}
protected abstract bool ValidaDocumento(string documento); //encapsulado só entre a hierarquia, haverá polimorfismo
public abstract bool CadastroValido(); //é polimorfico, só o descendente terá implementação
public bool TrocaNome(string nome) { //público é o que pode fazer publicamente, o resto é detalhe interno
if (trocaEstaDisponivel()) {
this.nome = nome;
return true;
}
return false;
}
public void Deposita(BigDecimal deposito) {
saldo += deposito;
}
public bool Saca(BigDecimal saque) {
if (PodeSacar(saque)) {
saldo -= saque;
return true;
}
return false;
}
}
public class ContaJuridica : Conta {
public ContaJuridica(string documento, string nome, BigDecimal saldo, BigDecimal limite) {
Conta(documento, nome, saldo, limite);
}
@Override protected ValidaDocumento(string documento) {
return true; //só para facilitar, aqui verificaria o CNPJ
}
@Override public CadastroValido() {
return true; //aqui iria buscar na receita se o cadastro está ativou ou fazer outra coisa
}
}
//o mesmo poderia ser feito para pessoa fisica
public class main() {
public static void main (String[] args) {
ContaJuridica conta = new ContaJuridica("01456789000159", "João da Silva", 100, 50);
conta.Deposita(20);
if (!conta.trocaNome("José da Silva)) System.out.println("Não pode ficar trocando nome toda hora");
if (!conta.Saca(200)) System.out.println("Tá achando que o saco não tem fundo?");
testarConta(conta.CadastroValido());
}
public void TestaConta(Conta conta) { //note que recebe uma Conta e não ContaJuridica, então o uso será polimorfico
if (!conta.CadastroValido()) System.out.println("Sua conta precisa ser regularizada"); //chama método de ContaJuridica
}
}
Coloquei no GitHub para referência futura.