Apenas uma convenção para deixar explícito a instância do objeto dentro da classe.
O autor da linguagem define (na pergunta 4.21) self
da seguinte forma:
Self is merely a conventional name for the first argument of a
method -- i.e. a function defined inside a class definition. A method
defined as meth(self, a, b, c) should be called as x.meth(a, b, c) for
some instance x of the class in which the definition occurs;
the called method will think it is called as meth(x, a, b, c).
Eu vou criar uma história fictícia que é apenas uma brincadeira para ilustrar e tentar dar um entendimento que faça mais sentido que apenas uma convenção como é explicado pelo autor.
Suponha que eu queira escrever várias funções comuns para um certo objeto, que no caso do Python pode ser um dicionário simples.
Dessa forma, ao chamar cada função que eu escrevi, teria que passar para essa função esse objeto e em seguida os parâmetros propriamente da função. Exemplo:
item = {'qt': 10, 'nome': 'Banana', 'preco': 12.20}
def Desconto(objeto, percentual):
objeto['preco'] = objeto['preco'] * (percentual / 100.0)
E para chamar a função:
Desconto(item, 10)
Vamos dizer que eu monte uma série de funções que trabalham em cima do mesmo tipo de objeto. Podemos dizer que eu criei uma classe de funções. Para efeito de organização vamos convencionar que o nome das funções passam a ser NomeDaClasse.NomeDaFunção(Objeto, Param1, Param2, ...)
.
Eu teria algo do tipo:
def MinhaClasse.Funcao1(Objeto, Param1, Param2, ...)
...
def MinhaClasse.Funcao2(Objeto, Param1, Param2, ...)
...
def MinhaClasse.Funcao3(Objeto, Param1, Param2, ...)
...
Agora, sempre que eu quiser chamar uma função basta identificar a classe e saber que o primeiro parâmetro sempre é um objeto de um certo tipo que aquela classe de funções entende.
Se eu convencionar que no meu código fonte eu posso escrever esse conjunto de funções de uma forma diferente, por exemplo, para não repetir o nome da classe no nome da função, vou colocar assim:
class NomeDaClasse ()
def Funcao1(Objeto, Param1, Param2, ...)
...
def Funcao2(Objeto, Param1, Param2, ...)
...
Quando eu quiser chamar a função dessa classe, eu continuaria a fazer:
NomeDaClasse.NomeDaFuncao(Objeto, Param1, Param2, ...)
Só que como eu criei um jeito bem parecido com a estrutura de classes da OO, então eu poderia dar um jeito de criar uma forma de passar os atributos do meu objeto em um inicializador, que eu também vou convencionar com um nome bem diferente, por exemplo, __init__
e através dele eu passo os valores dos atributos do meu "objeto" e crio uma única instância dessa classe. Tudo vai ficar muito parecido com as classes e objetos da OO.
Eu também vou convencionar que posso chamar as funções do meu objeto com uma sintaxe mais simples, por exemplo:
MeuObjeto.MinhaFuncao(Param1, Param2, ...)
Como eu simplifiquei tudo mas não quero que o programador saiba que tem coisas implícitas nessas minhas convenções, vou manter na assinatura das funções dentro da classe um nome especial, que vou chamar de self
para indicar o parâmetro que é o objeto da minha classe. Ao fazer a chamada, internamente meu compilador faria o seguinte:
MeuObjeto.MinhaFuncao(...) => MinhaClasse.MinhaFuncao(MeuObjeto, ...)
Assim eu facilitei para o programador que pode usar uma sintaxe bem parecida com a sintaxe da OO e vou deixar explícito para essas convenções que eu fiz, deixando o nome self
dentro da assinatura dos métodos da classe.