Imaginando que este JSON vai ser usado em uma API:
1 - Nos exemplos com alguns campos funciona de forma ok, mas em um
sistema real, é possível manter tal padrão nos 3 níveis (json, java e
banco) com muito mais campos e complexidade?
Possível tudo é :). Em projetos pequenos, acredito que você até consegue manter esta estrutura e que funcionará muito bem para um pequeno sistema monolítico, sendo bastante produtivo com ele. Mas logo perceberá que isto não funcionará com o tempo.
2 - Se for possível manter, trabalhar dessa forma é considerado uma
boa prática de programação seguir esse tipo de padrão?
Eu não vejo problemas se isto estiver facilitando sua vida. Como disse anteriormente, para casos simples funcionará e trará um grande ganho de tempo. Mas se este sistema tende a crescer muito e ganhar complexidade, este modelo terá data de validade.
No primeiro caso que você não quiser/puder obedecer este comportamento, você começará a sair deste padrão, e ele parará de fazer sentido e trazer dores de cabeça.
3 - Existe algum caso que esse padrão seria impraticável?
Citando alguns exemplos:
- Imagine que você tenha um POJO Pessoa (creio que no seu caso, o POJO é uma entidade JPA/Hibernate, mas vamos chamar de POJO) com 15 campos (nome, data de nascimento, sexo, idade, estado civil, etc). Dentre eles, 5 são obrigatórios. Faz sentido os 15 estarem sempre no seu request/response? Se tiver campos com 100 ou até 1000 caracteres, você precisará sempre retornar eles? E se tiver informações sensíveis da Pessoa (chave primária, documento, etc), precisará controlar com anotações do Gson no POJO para não enviá-las (pode ter casos que você gostaria e outras não). E a lista segue...
- Se você precisar mudar seu POJO (separar uma tabela em duas outras tabelas, mover campos para outro POJO, mudar o nome de um campo, etc), seu JSON vai mudar também... qual o impacto desta mudança na sua aplicação que envia/consome o JSON a cada vez que isto ocorrer?
- Se precisar disponibilizar um micro-serviço que salva Pessoa para outros sistemas, é provável que os atributos de
Pessoa
não seja o ideal para o entendimento deste serviço para outros sistemas que se comunicarão com ele.
4 - A modelagem do Banco de Dados deve refletir no POJO e o POJO deve
servir de base para o objeto json?
O modelo que é simples e funciona bem, ao meu ver, é:
- O serviço que disponibilizará este JSON é representado por um DTO, que será serializado/deserializado. Ele será usado apenas para ser preenchido com as informações necessárias.
- O DTO não consegue acessar o POJO, ficaria em um projeto diferente. Motivo? Se você amarrar seu POJO ao DTO você fica refém das mudanças do POJO, mesmo que em um grau muito menor que o proposto na sua pergunta. Ao meu ver, as mudanças do POJO nunca devem refletir diretamente no seu DTO.
Como sugestão de organização e sem deixar muito complexo, penso em uma organização com três projetos:
- projeto-api (depende do projeto-service):
- Contém: DTOs.
- Responsabilidade: preenche e serializa/deserializa o DTO com as informações recebidas pelo
service
. Pode usar VOs para esta comunicação com o projeto-service.
- projeto-service (depende do projeto-dominio):
- Contém: services (para as regras de negócio) e VOs.
- Responsabilidade: Ele invoca os métodos de busca/salvar/atualizar/remover do projeto-dominio passando o POJO e utilizando VOs para se comunicar com o projeto-api.
- projeto-dominio:
- Contém: POJOs.
- Responsabilidade: salvar no banco de dados o POJO, contendo os métodos de busca/salvar/atualizar/remover.
Dá para melhorar, isto é apenas um exemplo.
Sobre esta nomenclatura de VO, POJO, DTO, etc, não se preocupe, isto não é bem definido mesmo. Apenas crie um padrão para o seu projeto ao utilizar cada nomenclatura.