As pessoas têm preconceitos. Até com comandos de linguagens. No fundo o que dizem ser ruim mesmo é o uso do goto
, cujo mito eu já dou uma detonada em outra pergunta. Dizem que o break
é um goto
disfarçado, principalmente se ele possuir um label e puder desviar para um ponto específico do código.
Há quem critique especificamente o break
porque ele não deixa seguir o curso natural do algoritmo (aaah, vá?). Consideram que o correto é desenvolver uma lógica que o término seja decidido exclusivamente pela condição do laço. É dito que sempre é possível reescrever o código para não precisar do break
. E é verdade, isso é o ideal. Usam até algum exemplo onde o código fica bom, às vezes até melhor sem o uso deste comando. Mas não costumam mostrar os casos que fica pior. Prejudicam a legibilidade ou até a simplicidade para atender uma regra sem sentido.
É claro que usar onde não precisa, onde fica pior, usar como solução "fácil", realmente é ruim, ninguém discute, até porque quem costuma fazer essas construções ruins (o leigo) não consegue e não está interessado em discutir sobre o assunto.
No exemplo do código da pergunta parece fazer sentido. A quebra ocorre por uma situação independente da condição que controla o término do laço. Também não seria um absurdo eliminá-lo, mas eu acho que fica menos legível. É opinião:
for ($letter = 0; $letter < count($keyArray) && filter_var($keyArray[$letter], FILTER_VALIDATE_INT); $letter++) {
$contNumber++;
}
Certamente fica menor, mas é mais difícil de ler e principalmente de compreender porque está fazendo essa condição. Não é normal usar um for
assim. Nem imagino a complicação se tiver uma manutenção e a condição ficar mais complexa. Mas concordo que não é o fim do mundo fazer assim. Não vou brigar com quem goste :)
Talvez alguém pregue usar um while
para ficar mais apropriado para uma condição mais complexa. Acho que fica pior, pelo menos nesse caso. Realmente em bons laços while
o break
tende ser menos útil, mas ainda existe lugar para ele.
Tem quem crie uma variável de flag para "facilitar". Parabéns! Ficará bem melhor </sarcasmo>
.
Em geral ele é mais útil no início do laço. Quando vai pro meio, tende a ficar menos útil. Se estiver no final, tem boa chance de ter alguma coisa errada aí. Note que o exemplo citado é bom porque o break
está no início, no meio e no fim :P
Na verdade muita gente teria usado um foreach
:
foreach ($keyArray as $letter) {
if (filter_var($letter, FILTER_VALIDATE_INT))
$contNumber++;
else
break;
}
Resolva sem break
!
Outra forma que alguns prefeririam:
foreach ($keyArray as $letter) {
if (!filter_var($letter, FILTER_VALIDATE_INT))
break;
$contNumber++;
}
Coloquei no GitHub para referência futura.
Talvez, mais uma vez, venha de uma ideia do passado. Era comum ter grandes laços, era fácil fazer uma lógica esquisita, se perder ali no meio e uma quebra só agravava o problema. Mas hoje todo programador bom faz laços curtos. Os ruins vão fazer tudo errado mesmo, não será o break
que causará as dores de cabeça no seu código. Claro, não pode abusar, tem que fazer certo.
Hoje é raro ver alguém criticando o break
, só alguns "acadêmicos" que só aceitam uma solução como certa. Tem estudo mostrando que é mais comum cometerem erros evitando esses controles facilitadores.
Curiosamente uma das críticas é que ele é imprevisível. Aí você vai ver e a pessoa defende o uso de exceção, a rainha da imprevisibilidade :D
Criticam o continue
também, que eu acho um mito maior ainda. É óbvio que há casos que melhorar o if
pode eliminar o continue
ou o break
, se for possível eliminar sem prejudicar o código, eu acho que deve fazer mesmo.
Programador ruim é considerado ruim :P ou melhor ainda "Harmful programmer is considered harmful".
Relacionado: Deve-se usar break em for?