Sozinho o método de extensão do C# não é equivalente ao método padrão do Java. Apenas quando se soma a interface é que o mecanismo pode ser comparável.
Já fica claro de imediato que no Java a sintaxe é mais conveniente.
Método padrão
O método padrão do Java passa fazer parte do tipo. Há uma herança do método da interface para o método da classe. Aqui são métodos mesmo, a classe passa tê-los dentro delas. Qualquer tipo de acesso à classe, mesmo por reflexão indicará a presença deles.
Neste caso se o programador não quiser a implementação padrão ele poderá escrever uma própria para atender aquela interface. Se uma classe herda desta classe, a implementação da herdada poderá escrever outra implementação sem problemas.
O método é virtual, como todo método é em interface. É um mecanismo de runtime de acordo com a declaração da interface/classe. Tem as vantagens e desvantagens disso. A VM precisa tratar o funcionamento.
Método de extensão
Ainda que seja em cima de uma interface e ainda que pareça que um tipo que implementa a interface tenha aquele método, o método de extensão continua sendo estático e totalmente fora do tipo. Por serem estáticos estes métodos funcionam mais como funções.
Como o método de extensão tem prioridade menor, em geral este mesmo efeito será obtido se a classe implementar o método declarado na interface, em qualquer ponto da hierarquia, mas não de forma polimórfica. Só funcionará se for chamado pelo tipo específico e o compilador souber qual é esse tipo. Se a decisão tiver que ser dinâmica, será transformada em estática e vai chamar o método estático de extensão. Pode acabar chamando o que não deve ou pelo menos o que o programador não espera.
Não posso garantir (não tenho conhecimento suficiente) que não tenha casos específicos extras onde isto pode ser um problema. Um óbvio é que é mais fácil haver conflitos de nomes. Outro é que pode dar margem a truques perigosos.
Como o método é externo ao tipo, ele não pode ser acessado diretamente pelo tipo, ele é independente e isolado.
Este é um recurso de linguagem e totalmente resolvido pelo compilador conforme o uso do método (em oposição a sua declaração). O CLR nem precisa saber lidar com isto.
Uma vantagem dos métodos de extensão (algumas pessoas dizem que é desvantagem) é que você pode adicionar métodos novos a uma interface e fazer todas classes que se propõem implementar a interface já tenha o método. Com o mecanismo do Java tem que modificar a interface para adicionar o novo método.
Agora C# tem o mesmo mecanismo para fazer algo mais similar ao Java. Há propostas mais ambiciosas que propõe outros mecanismos, como traits, mas não devem prosperar.
Tentei fazer o mesmo exemplo em Java e C# de acordo com o que cada linguagem fornece:
Java
public class HelloWorld {
public static void main(String args[]) {
Veiculo veiculoT = new Veiculo();
System.out.println("veiculoT");
veiculoT.diagnostico();
veiculoT.liga();
Testador.teste(veiculoT);
Financeiro.compra(veiculoT);
System.out.println("---------------");
Veiculo carro = new Carro();
System.out.println("carro");
carro.diagnostico();
carro.liga();
Testador.teste(carro);
Financeiro.compra(carro);
System.out.println("---------------");
Carro carro2 = new Carro();
System.out.println("carro2");
carro2.diagnostico();
carro2.liga();
carro2.buzina();
Testador.teste(carro2);
Financeiro.compra(carro2);
}
}
interface Funcionamento {
default void liga() {
System.out.println("Ligou!");
}
static void buzina() {
System.out.println("Buzinou!");
}
}
class Testador {
public static void teste(Funcionamento veiculo) {
System.out.println("Vai testar");
veiculo.liga();
}
}
class Financeiro {
public static void compra(Veiculo veiculo) {
System.out.println("Comprou N: " + veiculo.id);
veiculo.diagnostico();
veiculo.liga();
}
}
class Veiculo implements Funcionamento {
public int id = 1;
public void diagnostico() {
Funcionamento.super.liga();
Funcionamento.buzina();
liga();
System.out.println("Tudo ok!");
}
}
class Carro extends Veiculo {
public void liga() {
System.out.println("Vrom!");
}
public void buzina() {
System.out.println("bi bi!");
}
}
Veja funcionando no ideone. E no repl.it. Também coloquei no GitHub para referência futura.
C#
using static System.Console;
public class HelloWorld {
public static void Main() {
Veiculo veiculoT = new Veiculo();
WriteLine("veiculoT");
veiculoT.diagnostico();
veiculoT.liga();
veiculoT.teste();
veiculoT.compra();
WriteLine("---------------");
Veiculo carro = new Carro();
WriteLine("carro");
carro.diagnostico();
carro.liga();
carro.teste();
carro.compra();
WriteLine("---------------");
Carro carro2 = new Carro();
WriteLine("carro2");
carro2.diagnostico();
carro2.liga();
carro2.buzina();
carro2.teste();
carro2.compra();
}
}
interface IFuncionamento {
void liga();
}
static class Funcionamento {
public static void liga(this IFuncionamento func) => WriteLine("Ligou!");
public static void buzina() => WriteLine("Buzinou!");
}
static class Testador {
public static void teste(this IFuncionamento veiculo) {
WriteLine("Vai testar");
veiculo.liga();
}
}
static class Financeiro {
public static void compra(this Veiculo veiculo) {
WriteLine("Comprou N: " + veiculo.id);
veiculo.diagnostico();
veiculo.liga();
}
}
class Veiculo : IFuncionamento {
public int id = 1;
public void diagnostico() {
Funcionamento.liga(this);
Funcionamento.buzina();
liga();
WriteLine("Tudo ok!");
}
public virtual void liga() => Funcionamento.liga(this);
}
class Carro : Veiculo {
public override void liga() => WriteLine("Vrom!");
public void buzina() => WriteLine("bi bi!");
}
Veja funcionando no ideone. E no .NET Fiddle. Também coloquei no GitHub para referência futura.
Note que métodos externos ao tipo, como o Teste()
e Compra()
podem ser chamados de forma mais conveniente no C#. Mas o método Liga()
precisa de uma classe extra com método de extensão para conter a implementação. Além disso precisa ter uma implementação na classe concreta, mesmo que só delegue para o método de extensão, sem isso não há polimorfismo.
Em C# isso é um truque que induz a erros e dificulta depurar e usar reflexão, podendo trazer resultados não esperados para o programador mais ingênuo.