Como comentei acima, não acho um tipo de pergunta que ajude muito - mas vamos lá, são quatro usos que estou lembrando agora, e um uso que não acontece que vale a pena mencionar:
:
indica o início de um bloco. Como você apontou na pergunta, não ssó esses comandos, mas qualquer um que inicie um bloco de código tem um :
no final da linha. Nesse sentido ele é parecido com o {
de C e linguagens derivadas com a diferença de que nunca é opcional: Em C (ou seus descendentes sintáticos, comoC++, Java, Javascript, PHP, C# , objective C, etc), após um comando de controle de fluxo, em geral é opcional abrir uma chave - você
pode colocar uma única expressão (terminada com ;
).
Em Python sempre é obrigatório o :
e mais, sempre é obrigatório que na sequência venha um bloco de código com identação maior do que a da linha em que estava o :
- mesmo que você não queria fazer nada nesse bloco (por exemplo, uma cláusula except
e que você só queira silênciar um erro. Se quiser um bloco que não faça nada, ele deve conter o comando pass
devidamente identado:
a = 0
try:
a = valor/ valor2
except ZeroDivisionError:
pass
:
é usado na construção de dicionários - como bem lembrou o @IronMan em sua resposta. A sintaxe é parecida que a de dicionários de Javascript -
dados = {"chave": "valor", "chave2": "valor2"}
. Diciionários também podem ser criados com a chamada direta da função embutida dict
, usando-se a sintaxe de chamada de função com argumentos com palavra chave, que dispensa os :
: dados = dict(chave="valor", chave2="valor2")
- note que nesse caso, a linguagem transforma automaticamente o nome dos parâmetros passados como palavra chave em strings que serão chaves no dicionário. Usando o construtor de dicionário com { }
, as aspas são necessárias para indicar que as chaves são strings, e além disso as chaves podem uma grande variedade de objetos de Python, não só strings. Essas são diferenças para o dicionário de Javascript.
Mais ainda, a construção com chaves, mas com valores separados por ,
, sem pares de chave e valor, criam um outro objeto em Python: os conjuntos (sets):
meu_conjunto = {"dado1", "dado2", "dado3"}
. É um tipo de objeto bem diferente de um dicionário que só tem em comum com o mesmo o algorítmo para saber se um determinado item faz parte do mesmo ou não (no caso do Python a continência é em relação as chaves, não aos valores).
:
serve para declarar "fatias" (slices), como lembrou o @Pablo, ao recuperar items de sequências. Praticamente qualquer linguagem moderna permite que se recupere um único item de uma sequência com um número entre colchetes. a = "overflow"; a[0]; -> 'o'
- mas Python permite que você especifique [inicio:fim]
dentro dos colchetes a = "overflow"; a[1:5]; -> 'verf'
, ou [inicion:fim:passo]
. Ainda esta semana expliquei bem como fatias funcionam nesta outra resposta: Como funciona a atribuição de lista usando intervalo?
:
pode criar anotações sobre parâmetros de uma função em Python 3.x, de forma opcional.
Python é uma linguagem dinâmica, e qualquer parâmetro ou variável sempre fazer referência a qualquer tipo de objeto. No entanto, muitas vezes em sistemas grandes, frameworks, metodologias de trabalho, ou para ajudar ferramentas de teste estático e mesmo IDEs pode ajudar você ter alguma informação sobre o tipo de dados que um parâmetro deveria ser, ou que tipo de parâmetros deveria retornar. Em Python 3 criaram uma sintaxe para "anotations" -
Normalmente declaramos uma função assim:
>>> def soma2(a, b):
... return a + b
...
Mas pode ser feito assim:
>>> def soma(a: int, b: int) -> int:
... return a + b
...
Essa sintaxe não faz nada por si, só cria uma função quer tem como um de seus atributos um dicionário de nome __annotations__
, que armazena as informações colocadas na criação da função:
>>> soma.__annotations__
{'a': <class 'int'>, 'b': <class 'int'>, 'return': <class 'int'>}
Essa sintaxe é válida desde Python 3.0, em 2008 - mas não faz nada, nem modifica nenhum comportamento - e os valores depois do :
não precisam ser classes, podem ser qualquer expressão válida. Isso não impede que o programador crie um decorador, ou outra forma de analisar o código tanto antes do uso, quanto em tempo de execução para fazer coisas com esses valores anotados. Mas foi somente em 2015, com a PEP 484, que a linguagem declarou uma forma preferencial de usar essas anotações, e ferramentas que auxiliam ou se beneficiam desse uso. Confira a PEP 484 que fala disso.
É desnecessário dizer que enquanto os três primeiros usos de :
fazem parte do dia a dia de qualquer programador iniciante ou fluente em Python, esse quarto tipo tem uso ainda incipiente e você dificilmente vai encontrar código que use essas marcações. É possível que alguns projetos de grande porte, ou trabalho interno de times, comece a usar anotações depois da PEP 484, em código feito a partir deste ano.
:
não funcionam, por fim, como lembrou o @ ӝ nos comentários, como parte do operador ternário de if
, como acontece nas linguagens derivadas de C
. Em C e descententes, funciona: condicao? valor1: valor2
- a expressão em condição é avaliada - se for verdadeira, a expressão toda vale valor1
, senão é usado valor2
. Em Python, esse if
como expressão é escrito por extenso, de uma forma que lembra a linguagem falada:
valor1 if condicao else valor2
- nesse caso, a expressão "valor1", como no "?:" de C, só é avaliada se a condição for verdadeira - senão é avaliada a expressão em "valor2".