Os dois tem usos bem diferentes.
O void*
serve primariamente para poder se passar um ponteiro, para qualquer tipo, em uma função, ou para guardar um ponteiro para qualquer coisa. Uma vez atribuído um valor, este pode ser substituído por outro de qualquer tipo. Possui um grave problema: você perde a informação sobre o tipo original. Na hora de se ler o que tem em um void*
é necessário fazer um cast, e se você não o fizer corretamente o programa vai dar crash. Em C ele é essencial, mas em C++ existem diversas alternativas mais seguras, como hierarquias de classes ou templates. É muito interessante também o boost::any., que vai acabar entrando para o standard algum dia. TambémE também está ganhando força ultimamente o conceito de type erasure, onde você pode criar tiposum tipo que respondem a certos comandosaceite atribuição de objetos de qualquer outro tipo, mas sem as limitaçõesrelação explícita, desde que uma hierarquiarespondam a um conjunto delimitado de classes impõecomandos, como o operador ++ ou uma função específica. Tem uma explicação muito boa aqui sobre isso.
Já o auto
, a partir do C++11 serve para declarar variáveis cujo tipo vai ser inferido pelo compilador a partir da inicialização delas. Não pode ser utilizada para parâmetro ou como membro de uma classe. Uma vez atribuído um valor para uma variável auto
, é impossível mudar o tipo da variável, afinal auto
serve apenas para dizer para o compilador: "não quero escrever o tipo da variável, mas quero que ela seja do tipo daquilo que estou atribuindo". Existe uma certa polêmica quando ao seu uso pois pode levar a criação de código ofuscado. Um uso interessante dele, entretanto, é para minimizar a verbosidade do código, principalmente no uso de iteradores e afins, por exemplo:
for (std::map<std::string,std::string>::iterator iter = map.begin(); iter != map.end(); ++iter) { ... }
versus
for (auto iter = map.begin(); iter != map.end(); ++iter) { ... }
A segunda opção agride menos a vista, mas para ter certeza absoluta do tipo de iter
você tem que saber o tipo de map
e o retorno da função begin()
.
Resumindo, void*
é uma solução legada para programação genérica. O auto
é um simplificador de código, que não substitui o void*
, embora existam outras alternativas modernas para ele, como eu mencionei acima.