O cherry-pick
recebe como argumentos uma lista de identificadores de commits.
Isto é, ele é usado da seguinte forma:
git cherry-pick commit1 commit2 ...
Com isso, ele irá pegar a diferença que cada um destes commits introduziu (pode ser vista com git show commit1
) e aplicar na posição (HEAD
) em que você está.
Então, algumas conclusões importantes:
- Esse commando não cria nenhuma conexão com o branch original de onde você trouxe o commit. A única conexão que existe é na mensagem do commit, o que só tem significado para o usuário que for ler (o git não usa essa informação).
- O git não vai ser capaz de identificar que essas diferenças ja foram aplicadas em um momento futuro. Vou dar um exemplo mais abaixo.
- Se você roda
git cherry-pick branchB
, ele apenas irá trazer a última modificação do branch B. Afinal de contas, Branch B
é um identificador para o commit mais recente nesta branch.
Agora, comparando com git merge
. Vamos supor o seguinte histórico de commits:
Branch A
|
1--2--3--4
|
5--6--7
|
Branch B
Se você estiver no branch A
, e rodar o comando git merge B
, os seguintes passos irão ocorrer:
- O git irá encontrar o primeiro ancestral comum aos dois branches. Neste caso é o commit
2
.
- Ele irá verificar a diferença entre
2
e 4
, e comparar com a diferença entre 2
e 7
. Essa comparação vai ditar a aplicação do merge.
- Isto é, ao final do merge, no
branch A
estarão contidas todas as alterações feitas no branch B
desde seu primeiro ancestral comum (Commits 5
, 6
e 7
).
- Essas informações do merge também ficam salvas. Ou seja, se você em um futuro tentar fazer o merge do
branch B
com o branch A
pela segunda vez, ele não irá aplicar essas modificações de novo. Isso é bem importante quando se trata de um número maior de branchs
ou um de um fluxo de trabalho mais complexo.
- Outro exemplo: Se no seu branch original não tiver tido nenhum commit desde a criação do branch que está trazendo o merge (ou seja, não houve bifurcação), o git vai ser esperto e simplesmente "apontar" o branch A para o final do branch B (
Fast-Foward
). O cherry-pick iria duplicar todos os commits de um branch para o outro sem necessidade.
Resumidamente vemos que as diferenças são:
- O
merge
leva em consideração (e armazena) mais informações ao fazer o merge do que um simples cherry-pick.
- O
merge
irá trazer todas as diferenças desde o primeiro ancestral comum, enquanto o cherry-pick
irá trazer apenas as diferenças dos commits especificados.
- O
cherry-pick
é útil, por exemplo quando você tem um commit que está no meio de outro branch (por exemplo, no desenho acima o commit 6
), e você quer trazer apenas ele, sem trazer o resto do branch ou se preocupar com os conflitos que isso pode gerar. Isso deve ser feito com cuidado, pois se no futuro você tentar fazer o merge do branch, o git não vai saber que um commit intermediário já foi levado em consideração.