Dependendo do compilador, pode haver mais do que uma etapa de geração de código ou etapas de otimização junto a geração de código. Algumas linguagens (ex: JavascriptJavaScript, Ruby, Python, Perl, PHP) praticamente não têm análise semântica. Em algumas linguagens de programação, a análise léxica e a sintática não são separáveis.
A análise léxica divide o programa em tokens, que é mais ou menos como palavras. Por exemplo, o public
é um token, o class
é um token, o {
é um token, o ;
é um token. A análise léxica também faz uma classificação rápida dos tokens quanto ao seu tipo, de forma que o analisador léxico sabe que class
é uma palavra chave, que Teste
é um identificador, que [
é um símbolo especial e que 25
é um literal inteiro. O Analisadoranalisador léxico também é responsável por ignorar os comentários.
Faltou o
{
na declaração da classe.No método
main
, há um[
a mais na declaração dos parâmetros.Faltou um ponto-e-vírgula após o
int a = 10
, e sem ele o compilador não consegue saber onde uma instrução termina e a instrução seguinte começa.O
*
noint x = * 25;
faz com que o compilador não consiga montar uma expressão de multiplicação bem-formada formada porque falta o operando da esquerda.O tipo de retorno
void void
dometodoA
vai fazer o compilador se confundir porque quando ele ver o segundovoid
, ele estaria esperando o nome do método.O
@
na declaração dometodoB
também vai fazer o compilador se confundir.No método
metodoC
, observe que tem um(
que não fecha e um{
que não fecha.No método
metodoD
, a palavrainterface
é uma palavra-chave, e não um identificador. O compilador esparavaesperava ver um identificador no lugar do nome do parâmetro.O
new for while
vai deixar o compilador bem confuso, afinal de contas ofor
e owhile
não deveriam aparecer aí.O
do { System.out.println("X"); };
é mal-formadomalformado porque falta owhile
após o}
.Há um
(
sobrando perdido no final.
Uma vez que o compilador conhece a estrutura do código, sabe onde estão e quais são as instruções, os parâmetros, as classes, os métodos, as instruções e como eslaselas estão organizadas, aí temos a etapa onde o compilador irá analisar se essa estrutura faz sentido.
Entretanto, embora o programa seja bem-formado estruturalmente, ele ainda é mal-formadomalformado semanticamente. Eis os erros:
Uma classe não pode herdar de si mesma.
Existem dois métodos
main
com a mesma assinatura.Não dá para se multiplicar uma
String
por umboolean
.Não há construtor de
Teste
que recebaint
como parâmetro.Não é possível somar-se alguma coisa com
x()
porque o resultado desse método évoid
.Não é possível subtrair-se uma
String
de alguma outra coisa.O número
5.6
não pode ser atribuído a um inteiro.No método
x
, a variávelb
deveria receber um array deint
, não um array deString
.Na instrução
NaoAchei.naoSei();
, não há nenhuma classe ou variável chamadaNaoAchei
, logo não dá para se chamar algum método nela.Na instrução
g = 4;
, a variávelg
não foi declarada em lugar nenhum, logo não dá para se saber onde esse valor deveria ser armazenado.Na atribuição da variável
p
, ocorre uma tentativa de instanciar-se uma interface.Na variável
q
, o métodorun()
deRunnable
é público, mas tenta-se sobrescrevê-lo como protegido. Não se pode enfraquecer-se o nível de acesso.Na instrução
q.foo();
temos queq
é do tipoRunnable
. MasRunnable
não tem nenhum método chamadofoo
.Na instrução
Teste.x();
, ocorre que o métodox()
não é estático, logo não pode ser invocado dessa forma sem uma instância.A classe
String
éfinal
, logo não dá para a classeString2
herdar dela.A classe
Carro
implementaRunnable
mas não sobreescreve o métodorun()
especificado na interface. Essa classe também não é abstrata.A classe
Carro
sobreescreve o métodowhat()
. Mas nenhuma de suas superclasses ou interfaces têm esse método para ser sobreescrito.A classe
Carro2
está tendandotentando herdar de uma interface (comextends
) ao invés de implementá-la (comimplements
).O método
y
tem dois parâmetros com o mesmo nome.Na instrução
int m = 25 * x;
do métodoy
, a variávelx
não foi inicializada.
Com esses erros, embora o compilador consiga entender qual é a estrutura do código, ele não é capaz de entender o que essa estrutura está tentando fazer, ou percebe que não há como criar-se algo válido com tal estrutura, ou percebe que ela está violando regras da linguagem, ou percebe que o código é mal-formado ainda que ele tenha uma estrutura bem-formada.
Mesmo que o compilador não detecte erros no programa e o compile, isso não significa que o mesmo está correto. Podemos ainda ter erros de lógica (bugs) que se manifestam apenas durante a execução do programa. Por exemplo:
Linguagens interpretadas frequentemente têm pouca ou nenhuma análise semântica. É o caso do JavascriptJavaScript, do PHP, do Perl, do Python e do Ruby por exemplo. Quando você vai executar um trecho de código nessas linguagens, ele fará internamente uma compilação para realizar a análise sintática e sendo essa bem-sucedida, irá gerar alguma estrutura de dados interna representando o programa (geração de código) e já iniciará a execução do mesmo. O fato de não haver uma etapa de análise semântica, significa que essas linguagens serão bem mais flexíveis em relação a quais programas elas aceitam executar e em relação a o programador pode fazer, mas oferecerão bem menos garantias ao programador em certificar-se que o programa dado é bem-formado. Com isso, muitos erros que poderiam ter sido detectados em tempo de compilação, irão se manifestar apenas em tempo de execução. Por outro lado, vez que a análise semântica não tem como ser completa, é inevitável de que muitos erros de lógica não sejam capturados na análise semântica.
Também há os casos onde o programa faz o que o programador espera que faça, mas o usuário o usa de maneira inadequada e acaba produzindo resultados que não são o que o usuárioele quer, e nessa ou do jeito que ele gostaria que fosse. Nesse caso, já se entra em conceitos como usabilidade e, definição de requisitos e mudança de requisitos. E diga-se de passagem, problemas nesta área são muito comuns.
Outro caso é se o programa faz o que o programador e o usuário querem que faça, mas ele interage com um outro programa ou serviço e esse outro programa ou serviço se comporta de maneira inesperada, o que seria então um problema de integração. Aqui também dá para colocar os casos onde o programa não interage bem com um sistema operacional ou um hardware que seja muito antigo ou muito novo, ou numa configuração que não foi bem testada, etc.